Fanfic: A Lenda De Um Amor LALITER (Adp) | Tema: Laliter

— Peter!

Lágrimas escorriam dos olhos de Lali, que lhe estendeu os braços. Peter relanceou um olhar para cada canto do aposento, à procura do intruso que lá penetrara, e, com largas passadas, encurtou a distância até Lali. 

Graças a Deus estava viva, pensou, enquanto agarrava a espada de dois gumes sobre os lençóis. Lali desabou em seus braços, e o marido a abraçou com força.

—          O que aconteceu para gritar daquele jeito, menina? — perguntou com voz rouca, enquanto passava os dedos pelo seu corpo, sem encontrar ferimentos.

Lali relanceou o olhar para os homens do clã que invadiam o quarto com rostos apreensivos.

—          Tirei o... Vi um rato! — fez um gesto amplo com as mãos. — Deste tamanho!

Entre aliviado e irritado, Peter tentou recuperar o fôlego.

—          Quase me matou de susto por causa de um rato?

Como um desses roedores pudera escapar da enorme quantidade de gatos do castelo, era algo que não entendia, mas Lali insistia de modo teimoso, apontando para um canto do quarto.

 

Risadas grosseiras o fizeram voltar a cabeça e ver alguns homens de Uchoa na porta, segurando adagas. Maravilha!, pensou Peter. Haviam prometido abandonar as armas nessa noite.

 

Um deles bateu nas costas de Gastón, tentando recuperar o fôlego.

 

 

—     Trate de achar o rato, rapaz.

 

Peter fitou os invasores com desagrado e gritou:

 

—     Fora! Todos vocês!

 

Dessa vez foi Lali que levou um susto com o grito e deu um salto como se uma mola a tivesse impulsionado, fazendo o marido segurá-la pela cintura. Gastón deu um passo para o lado, a fim de permitir a saída dos Uchoa`s, e Euge entrou correndo.

 

—      Milady! Está bem?

 

—     Sim — replicou Lali com a voz estrangulada.

 

 

—      Devo caçar o rato, milorde? — perguntou Gastón, abaixando-se para olhar debaixo da cama.

 

—      Não. O pobre animal já deve ter escapado, se é que não morreu de susto com o grito de minha esposa.

 

Assim dizendo, Peter dispensou o primo com um aceno de mão. Depois acariciou as costas de Lali, até que ela soltou a manga de sua túnica.

 

—          Juro, menina, que vai causar a minha morte. Não existem ratos em sua Nova York?

 

Ela voltou a arregalar os olhos, olhando em tomo.

 

—          Está tentando me dizer que existem mesmo ratos aqui no castelo?

 

Franzindo a testa, Peter afastou-a e analisou seu rosto.

 

—          Sim, por que então teria ficado tão apavorada? Não disse que viu um deles?

 

Lali empalideceu e mordeu o lábio inferior. 

 

—          Não podia dizer a verdade, enquanto todos estavam aqui — murmurou, fitando a porta. — Por favor, tranque-a. Preciso lhe mostrar uma coisa.