Fanfics Brasil - 41 A Lenda De Um Amor LALITER (Adp)

Fanfic: A Lenda De Um Amor LALITER (Adp) | Tema: Laliter


Capítulo: 41

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Oi gente to de féria hoje foi meu ultimo dia,vou posta um bem grandão para vcs, ou quem for que esteja lendo,desculpa a demora mais tava foda, queria fazer uma perguntinha para vcs alguem ai gosta de violeta?ou da menina que faz vileta e vcs VIRAM QUE ELA TA COM O PETER ??????????????????


COMO ASIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM aquela mocoronga  to passada quase cai da cadera quando vi queria saber a opinião de vcs!eu particulamente não tenho nada contra mais tbm nada a favor dela mais não gosti dela com eli.


 


daniilanzani:OH minha flor quiquei da cadeira quando vi seu comentario axei que tinham abandonado a web sério tava quase excluindo a historia,Obrigada M MT MT MT MT MT OBRIGADA por comentar e gostar a web.


 


 


 


 


 


 




 


 


 


 


Lágrimas surgiram nos olhos de Giovanni Silverstein, enquanto fitava o filho de cabelos negros, que sugava o peito de Lupita. Era a coisinha mais adorável e querida que já vira, pensou, orgulhoso.
Seu filho! Com cinco dias de vida, já dominava acasa. Tudo passara a girar em tomo de suas necessidades e horários, e papai e mamãe estavam muito felizes.


 


Entretanto, Tom continuava com seus problemas. Apesar dos rogos de Lupita, armara-se decoragem para reler o diário do lorde de Blackstone a fim de procurar as previsões deI saac.


 


E ainda se preocupava a respeito de Mariana Esposito.


 


A Escócia do século XV fora um lugar brutal, selvagem e sangrento, onde as pestes, as constantes rixas entre clãs e o fanatismo religioso tudo dominavam.


 


Dada a magia do anel e presumindo que Lali tivesse sobrevivido à passagem para aquela época, como estaria se sentindo sob todas aquelas circunstâncias adversas?


 


 


 


Conseguiria viver o suficiente para que a profecia se concretizasse?
Giovanni se esforçava, mas era difícil acreditar que suas esperanças e crenças fossem de fato reais. Talvez nada mudasse, concluiu, pesaroso.


 


—          Giovanni? Está bem, meu amor?


 


Silverstein sorriu para a esposa, tornando-lhe dos braços o bebê adormecido.


 


—          Sim, querida. Posso fazer alguma coisa para ajudá-la a se aprontar?


 


Era o dia, e que a criança seria levada ao templo pela primeira vez, receberia um nome e seria circuncidado.


 


Os adoráveis olhos azuis de Lupita estavam cercados por olheiras profundas, desde que começara a amamentar a criança de duas em duas horas, mas a jovem mãe sorriu e balançou a cabeça em negativa.


 


 


—          Está tudo preparado. Pode cuidar do bebê, enquanto troco de roupa? 


 


—          Será um prazer, querida.


 


Enquanto embalava seu filho. Giovanni tentou afastar os temores que o invadiam. Não desejava que nada empanasse a alegria que sentiria na cerimônia que, logo teria lugar. Entretanto, em vão tentou afastar as preocupações que o atormentavam como sombras à sua volta.


 


Pegou o diário de Juan Pedro Lanzani  entre as mãos, mas logo voltou a deixá-lo sobre a mesa, com um estremecimento.


 


—          Não. — murmurou. — Não posso ler hoje, neste dia tão abençoado.


 


E tomou a embalar seu filho, concentrando-se noamor que transbordava de seu coração.


 


 


 


 


 


 


No instante em que Lali caiu sobre seu peito, Peter não conseguiu mais se conter e explodiu dentro do corpo macio e quente da esposa, lançando em seu ventre sua semente.


 


Abraçando-a forte, inalou o perfume suave em seus cabelos castanhos, que caíam-lhe sobre o rosto mimoso.


 


 


 


O senhor de Blackstone sorriu, entre malicioso e feliz. Lali podia negar quanto quisesse, esbravejar e sapatear, porém sem dúvida nenhuma se excitava com enorme facilidade.


 


Bastava apertá-la entre os braços, acariciar-lhede leve os seios, roçar os lábios de leve em seu pescoço, nuca e ombros, ou beijá-la com delicadeza na boca, enquanto deslizava as mãos por suas costas, e Lali se entregava sem a menor resistência, gemendo e ondulando o corpo demaneira sensual, trêmula e mais do que pronta para conceder seus desejos.


 


Era tudo que o marido precisava fazer, mas primeiro, é claro, precisava encontrá-la e agarrá-la, o que começava a se tomar um problema cansativo.


 


Voltando ao momento presente, Peter acariciou-lhe o ventre com carinho.


 


—          Gostou?


 


 


—          Sim  — murmurou Dul, mordiscando-o no pescoço. 


 


—          Ótimo! Então pode me explicar por que devo caçá-la como um animal selvagem todas as vezes que desejo fazer amor?


 


Peter mais sentiu do que ouviu seu riso, pois Dul apenas sacudiu os ombros e escondeu o rosto em seu peito. Ergueu-se, apoiada em um cotovelo, e passou a mão pelos cabelos a fim afastá-los do rosto. O modo como inclinou acabeça para fazer esse gesto tão simples, voltou aencher Peter de desejo, fazendo seu sangue ferver nas veias.


 


 


—          Expliquei diversas vezes que já posso ou não estar grávida. E todas as relações sexuais que tivermos de agora em diante não alterarão esse quadro, caso esteja esperando seu filho. Além disso, também disse que ainda desejava esperar um pouco até engravidar, mas sua insistência não me deu escolha.


 


Peter resmungou para si mesmo. As mulheres às vezes complicavam coisas muito simples, pensou. Se iriam ter um filho dequalquer modo, por que adiar?Ouvira dizer que algumas tinham muito trabalho para engravidar, e que outras, bastava olhá-las, por assim dizer, que engravidavam.


 


 


 


Como não fazia a menor idéia do grupo em que Lali se enquadrava, pretendia continuar insistindo e com muito prazer. Muito.


 


—     E, fora isso — continuou Lali com voz manhosa, fazendo-o se virar para examinar o ombro convalescente — deveria estar se preparando para o torneio, e eu na cozinha, resolvendo os cardápios do dia — tocando apele rosada que começava a crescer sobre o ferimento, sorriu, satisfeita. — É extraordinário, meu marido! Já está quase curado. Sente o ombro rijo?


 


Peter o  flexionou, um pouco, Lali beijou-o no lugar do antigo ferimento.


 


 


—              Pode virar-se agora. — Aninhou-se em seus braços fortes outra vez.


 


 


 


—              O que fará, caso perca o torneio?


 


—              Não perderei.


 


Só ouvir aquela sugestão o deixava aterrorizado. Não podia sair perdendo, refletiu. Muita coisa dependia de sua vitória.


 


 


 


—          Sim, tenho certeza disso — replicou aesposa. — Mas, na hipótese de perder, e que Deus nos livre disso, o que fará. para obter dinheiro... moedas? 


 


Peter não queria falar sobre aquilo, mas já que Lali perguntara, precisou responder.


 


—          Então irei para a França por um curto período.


 


—          França?    —  Lali deu um pulo na cama e fitou-o nos olhos.


 


 


—          Sim, porei meu braço à disposição deLouie.


 


A esposa ficou branca como o lençol que os cobria.


 


—          Irá tomar-se um mercenário outra vez, depois de tudo que viu e fez? E após escapar de morrer com gangrena no ombro? Ainda bem que eu já estava aqui, e isso não aconteceu!


 


—          Não precisa gritar — disse Peter com brandura, tornando a afastar uma mecha de cabelos do rosto de Lali.


 


Esquecera-se de que a esposa lhe dissera que lera parte de seu diário e suspirou. Estranhou saber que seus escritos eram tão importantes a pontode terem sido traduzidos.


 


 


 


Duas vezes. Quando Lali voltou a se acomodar entre os travesseiros, apertou-a nos braços.


 


—          Sabe que não gostaria disso, mas farei se for preciso para manter o que possuo.


 


 


Sentiu algo morno e úmido entre os dedos. Ergueu o queixo da esposa e viu que chorava.


 


—     Pare com isso, menina. Não será tão mau assim... ficará livre para administrar o castelo como bem quiser e, em especial, não precisará se preocupar comigo, caçando-a por todos os cantos, como um macho atrás da fêmea no cio.


 


Lali deu-lhe um tapa no estômago, de brincadeira.


 


—     Não faça pilhéria quando se trata de guerra, Juan Pedro Lanzani! Poderá morrer ou ficar aleijado...


 


O lorde pressionou-lhe um dedo sobre os lábios, fazendo-a calar-se.


 


—     Isso não irá acontecer, se a deixa triste. 


 


Lali tomou a se recostar no tórax musculoso.


 


—     Sem dúvida que me entristeceria muito.


 


Foi um choque para Peter perceber que aesposa se importava de verdade e que suas palavras eram sinceras. Talvez não partisse mesmo e ficasse ao seu lado, pensou, esperançoso, mesmo que não pudesse lhe dar um herdeiro.


 


De repente perguntou à queima-roupa.


 


—     Lali, o que é que mais deseja no mundo? 


 


A esposa analisou seu rosto por vários segundos, enquanto novas lagrimas rolavam, silenciosas, por suas faces. Em resposta, beijou-o de leve nos lábios, mas não disse nada.


 


 


 


 


Na manhã seguinte, Lali permaneceu tristonha e silenciosa, roendo as unhas, ao contrário do resto do clã.


 


 


 


Todos aplaudiam e gritavam, animados, enquanto Peter e Nicolas treinavam no pátio para o torneio, fazendo ecoar pelo castelo o som demetal e madeira das armas se entrechocando.


 


Lali lamentava ter sugerido que o marido praticasse para o torneio.


 


 


 


Como Peter e o primo podiam soltar gargalhadas e impropérios, enquanto tentavam decapitar uma o outro, era algo além da sua compreensão, refletiu.


 


—          Não fique amuada, milady — sussurrara Maria ao seu ouvido. — Seu homem está muito bem preparado para o torneio e sabe o que faz. Veja! Ainda não errou um só golpe, e olhe que Angus também é muito forte e capaz.


 


Afastando-se um pouco para que Maria sentasse ao seu lado, Lali sorriu pela primeira vez em muitas horas.


 


—          Bom dia.


 


—          Bom dia, milady.


 


 


 


Mas logo o sorriso ficou petrificado em seu rosto, ao ver a lança de Nico atingir o escudo de seu marido com um som ameaçador e soturno.


 


—           Só em pensar que Peter pode cair e ser atingido... 


 


Interrompeu-se, sem conseguir prosseguir, tamanho o medo que sentia.


 


O alazão que Peter montava perdeu o equilíbrio, e Lali susteve a respiração, mas logo em seguida o animal voltou a se aprumar, sob o comando do cavaleiro.


 


Maria relanceou um olhar enviesado para Lali e balançou a cabeça com ar decompreensão.


 


—             As montarias não gostam de pisar em solo macio, senhora. Entretanto Ransom adora seu amo, portanto jamais pisotearia lorde Peter, caso caísse.


 


—                Rezo para que esteja certa.


 


Peter lhe contara que adquirira o animal na França, seis anos antes, e jurava que era inteligente e o melhor que já tivera.


 


—      Vejo que está usando o broche — sussurrou Maria, fazendo Lali interromper o fio de seus pensamentos.


 


 


—          Sim, é lindo. Agradeço de novo o maravilhoso presente de casamento que me deu. 


 


—          De nada, minha senhora — Maria lançou seu sorriso mais encantador e doce para a esposa de Peter Lanzani. — Mas vim até aqui para lhe perguntar se já viu as novas lãs que a mulher de Sean está tecendo. São uma beleza! Tão macias e de boa qualidade...


 


—          Adoraria ver.


 


Na verdade, Lali estava muito curiosa para conhecer tudo que era manufaturado nos domínios de Peter. Por certo, com sua visão do século XXI, poderia sugerir algo útil e lucrativo que o fizesse ficar em casa, longe da vida de mercenário que precisaria adotar, se precisasse ganhar a vida.


 


—          Então vamos ver, assim que os homens terminarem por aqui, milady. A esposa de Sean e o tear ficam logo acima do vilarejo, ali.


 


Com um gesto gracioso, Maria apontou na direção das colinas à direita de Drasmoor.


 


—          Ótimo, e obrigada por ter sugerido — replicou Lali com amabilidade.


 


Maria Del Cerro  mudara muito desde o banquete oferecido aos Uchoa`s, refletiu. Durante a última semana fora sempre a primeiraa aparecer no grande salão para ajudar a servir arefeição do meio-dia.


 


 


Satisfeita por ver que a outra tentava ser amigável e gentil com todos, Lali disse:


 


—      Sempre tive curiosidade em visitar um tear. 


 


—       Maravilhoso, senhora! Poderemos cruzar debarco até Drasmoor com a ajuda de um pescador e voltar por volta dó meio-dia, para o almoço.


 


Enquanto observava Peter apear do cavalo, Lali agradeceu.


 


—     Obrigada por se oferecer para me acompanhar.


 


—      Será um prazer, milady.


 


Nesse momento, lorde Blackstone retirou o elmo, exibindo a cabeleira negra colada ao crânio, devido à transpiração.


 


—              — Oh! Minha esposa! O que me diz? Estou pronto a levar sua prenda para o torneio? 


 


Estava tão feliz com o próprio desempenho, que Lali replicou:


 


—     Sim, milorde. É o mais belo e perfeito exemplo de masculinidade que já vi.


 


E de fato era, rebrilhando na armadura, ao sol da manhã.


 


Peter retirou as luvas e tomou as mãos da esposa nas suas, murmurando.


 


—          Já não tem medo, senhora?


 


Sem se importar com os presentes, Lali o beijou com animação, sabendo que isso o agradaria.Aprendera que o moral do clã dependia da confiança que seu chefe depositava em si mesmo.


 


 


Entretanto, estava muito preocupada. Por mais que Nicolas fosse forte como oponente no treinamento, os outros concorrentes poderiam ser ainda mais truculentos.


 


Peter ergueu-a nos braços, e depois chamou o filho de Euge.


 


—          Escudeiro, vá buscar uma bebida para seu lorde.


O menino de doze anos, magro e sorridente, desengonçado como todo o jovem de sua idade, encheu-se de orgulho.


 


—          Sim, milorde!


 


Lali viu-o sair correndo como uma flecha e sussurrou para o marido. 


 


—          Euge vai arrancar seu olhos, Peter, se continuar encorajando o menino para uma vida de cavaleiro.


 


Peter riu. 


 


—          Um jovem precisa aprender a se defender, e Nicolas concorda comigo.


 


 


Mas, com o canto do olho, vendo a expressão sombria no rosto de Euge , Lali murmurou:


 


—          Não diga que não o avisei...


 


—          E não se preocupe demais, minha senhora. 


 


Lali ergueu os olhos para o alto, em um gesto de exasperação.


 


 


—     Alguém por aqui precisa se preocupar!


Peter soltou uma gargalhada, enquanto aceitava a taça com cerveja que o jovem Jacob lhe trouxera. Após emborcá-la de uma só vez, chamou o primo.


 


—              Gaston, moleirão! Está pronto para cruzar espadas outra vez?


 


—              Lutar com você e quem mais? — provocou Gaston em tom de brincadeira. — Vá arrumar mais alguns de seus homens, convencido! Precisará de ajuda para sair da arena!


 


Peter voltou a rir, e beijou Lali na ponta do nariz.


 


—     Mais tarde conversaremos, esposa. Agora preciso dar uma lição em Gaston.

Lali e Maria tinham acabado de se acomodar no longo barco, quando alguém gritou:


 


—              Parem! Esperem!


 


Lali não compreendeu o motivo da grande irritação de Maria ao ver Euge , com o rosto vermelho pelo esforço, correr pelo cais com umhomem que a seguia de perto.


 


Euge tomou fôlego, quase engasgada, enquantoum dos arqueiros a ajudava a subir.


 


—     Obrigada — atirou a sacola no fundo do barco. — Temi que já tivessem ido embora — apontou para o homem que a seguira, e voltou-se para Lali. — Este é Alex, o marido de Mary. O bebê não está bem.


 


 


Ao contrário de Euge, ofegante com a corrida, o pobre Alex estava pálido e, sem dúvida, prestesa chorar.


 


Lali acenou com simpatia.


 


—          Como vai? O que há de errado com acriança?


 


—          — Não sei, milady. A parteira não quis me dizer. Só pediu que corresse para lá.


 


Quando, sem poder se conter, o homem começoua chorar como uma criança. Maria ficou branca como um lençol. Pressentia que seus planos dessa manhã iriam por água abaixo.


 


Sem precisar de incentivo ou ordens, os barqueiros começaram a remar com todas as forças.


 


Duvidando que poderia ajudar, Lali sussurrou para as duas companheiras de viagem:


 


—          Sabem o que fazer nesse caso?


 


Horrorizada, Maria balançou a cabeça em negativa.


 


—          Talvez eu saiba — replicou Euge— mas mesmo que não possamos ajudar, nossa presença dará conforto à Mary — baixou o tom de voz ainda mais. — Mary é muito frágil, coitadinha! Tem problemas na hora do parto desde a primeira vez.


 


 


Assim que o barco chegou à praia, todos trataramde descer bem depressa. Com as saias molhadas até os joelhos, as mulheres acompanharam Alex.De início Lali teve medo de perdê-lo de vista, tamanha a velocidade com que o pobre homem corria, mas logo isso provou ser infundado.


 


Um grito de gelar o sangue nas veias se fez ouvir dentro do segundo chalé de pedra, logo perto da praia.


 


Euge penetrou na habitação minúscula de dois cômodos, abrindo caminho e deparando-se logo à frente com uma enxerga onde se encontrava uma moça pálida como cera, suando em bicas e em evidente trabalho de parto.


 


—            Acalme-se, Mary, tudo dará certo, querida — disse Euge. A parteira, que embora devesse ter uns quarenta anos de idade aparentava ser uma velha de cem, murmurou:


 


—            São os ombros da criança, minhas senhoras. A cabeça já saiu, mas os ombros estão presos.


 


Lali aproximou-se da outra ponta da enxerga. Lançou um olhar para a pobre parturiente e começou a tremer.


 


Fez um esforço para se controlar.


 


 


Esta mulher precisa de sua ajuda!, disse a si mesma.


 


Ajoelhando-se na beira da cama, Lali afastou as mechas, empastadas de suor que grudavam-se no rosto da pobre Mary, e colocou uma compressa fria em sua testa.


 


Euge sussurrava para a parteira, que replicou:


 


—          Não temos escolha, senhora. É precioso torcer o ombro da criança, ou perderemos mãe e filho.


 


—          Mas... Esperava que...


 


A esposa de Nicolas balançou a cabeça e pegou a mão de Mary.


 


—          Senhora — voltou a falar com a parteira — faça então o que tem de ser feito.


 


Lágrimas surgiram nos olhos de Lali ao ver o esforço sobre-humano que a pobre Mary fazia. Antes que tivesse tempo de rezar, fez-se um súbito silêncio.


 


Entre as lágrimas que embaçavam seu olhar, viu a parteira que, após fazer um movimento rápido, segurava um menino forte, mas muito quieto. Com prática, a mulher limpou o rosto e a boca do recém-nascido, e depois deu um tapa na sola de seus pés.


 


O coração de Lali deu um pulo no peito, quando o menino por fim gritou com todas as forças de seus potentes pulmões.


 


 


A mãe estendeu os braços para a criança, rindo e agradecendo a Deus, enquanto Beth deslizava para o chão, passando os braços pelo próprio corpo, a fim de diminuir o tremor que ainda a sacudia.


 


Só então pensou nos perigos que aquela época selvagem e ignorante representavam para uma parturiente. De modo instintivo rodou o anel de casamento no dedo. 


 


E se tivesse um filho?, pensou.


 


 


 


Conseguiria sobreviver sem cuidados médicos especializados, um bom e moderno hospital, asseio e todo o conforto do século XXI? 


 


Mas só o choro forte da criança e os soluços agradecidos de Mary responderam suas perguntas.


 


 


Peter franziu a testa, enquanto observava a esposa, enrodilhada no extremo de sua pequena ilha, os braços ao redor das pernas. Não faziam amor havia vários dias, refletiu o senhor de Blackstone.


 


Teria sido melhor que Lali não tivesse presenciado o parto doloroso de Mary, mas agora isso não vinha ao caso. O que mais o preocupava era o tique nervoso que adquirira, de ficar rodando o anel no dedo.


 


Chorando muito, a esposa lhe contara que "seu povo" teria aberto o ventre de Mary e tirado o bebê, de modo que não machucasse o ombro, como acontecera.


 


Embora Peter tivesse ouvido falar desse tipo de parto quando uma mulher estava nas últimas, não conseguia admitir que mãe e filho só se salvariam ante tratamento tão bárbaro. Mas Lali jurara que era verdade, e isso o deixou ainda mais angustiado.


 


Ajoelhou-se à sua frente e passou os braços em volta de seus ombros.


 


—     Menina, por que está tão preocupada?


 


Fitando o marido à sua frente, Lali apoiou o rosto no tórax largo e musculoso.


 


—     Uísque.


 


Por aquilo Peter não esperara!


 


 


—          Como disse?


 


—          Sabe fazer uísque?


 


—          Desconheço o ofício, mas o velho John sabe. Por que pergunta?


 


Enquanto falava, pensava que, mesmo vivendo cem anos, mais entenderia essa mulher.


 


—          Uísque o tomará um homem rico — murmurou a esposa com seriedade. 


 


Peter soltou uma gargalhada.


 


—          Minha cara, não existe nada neste mundo que John possa fazer para me tomar um homem rico.


 


—         Tem razão. Precisa de adegas maiores. E o uísque necessita ser guardado em barris de carvalho maiores e estocado por cinco anos, às vezes até por vinte anos.


 


Deus!, pensou Peter. A pobre menina ficara louca de vez!


 


 


 


Levantou-se e ajudou-a a se erguer também.


 


—          Venha! Precisa descansar.


 


Porém, Peter abraçou-o com força.


 


—Escute, Peter! Quanto mais o uísque envelhece, melhor sua qualidade. De onde venho e também na Inglaterra, um homem rico não hesita em pagar cinqüenta... setenta dólares, por uma garrafa pequena.


 


 


Peter não fazia a menor idéia do que era dólar, mas ficou boquiaberto, enquanto via Lali fazer um gesto, significando uma "garrafa pequena".


 


—         Não pode estar falando sério! Pagam bem por uísque?


 


—          Não estou brincando! Falo tão sério quanto seu padre quando faz o sermão.


 


Peter respirou fundo, analisando as possibilidades.


 


 


 


Ouvira boatos que os ingleses eram loucos pela água da vida. É claro que não provara uísque envelhecido, pois o clã costumava beber a produção de John o mais rápido possível, mas...


 


E havia o problema das terras. As suas não agüentavam grandes colheitas de cevada, porém sempre poderia negociar com os moradores da Baixa Escócia.


 


 


 


Poderia vender uma parte e guardar a outra. E teria que negociar com os contrabandistas, o que não lhe agradava muito, mas era melhor que viajar para a França e ser mercenário.


 


 


Com o olhar perdido ao longe, o senhor de Blackstone murmurou:


 


—     Menina... — Beijou-a nos lábios com furor. — Precisamos falar com Nicolas.


 


 


Maria sorriu, quando Lali acomodou-se no barco.


 


—          Por fim vamos fazer nosso passeio, milady. 


 


Lali retribuiu o sorriso amável. Com o marido ocupado e fechado a sete chaves com Nicolas, Euge mergulhada no trabalho de cerzir roupas e tudo em ordem no castelo, precisava mesmo de um pouco de distração.


 


—          Obrigada por ter sugerido o passeio. Maria.


 


—          O prazer é todo meu, milady. Visitaremos primeiro o bebê de Mary, depois iremos ao chalé da tecelã vê-la tecer no tear.


 


Enquanto se aproximavam de Drasmoor, Lali perguntou à queima-roupa, sem conseguir se conter.


 


—          Deseja um dia ter filhos?


 


—          Não — replicou Maria sem preâmbulos, desviando o olhar para o mar. — Assisti minha à irmã morrer de parto e ouvi muitas histórias terríveis para querer tal coisa.


 


—          Lamento — murmurou Lali, pousando uma mão amiga no braço da srta. Del Cerro. — Não foi minha intenção reabrir feridas. — Após uma pausa que pareceu infindável, tomou coragem para perguntar. — E por isso que recusou todos os homens que a pediram em casamento?


 


 


Maria franziu a testa.


 


—     Em parte...


 


Cada qual perdida nos próprios pensamentos, não voltaram a conversar, até que o barco chegou à praia.Caminharam em meio aos pequenos chalés depedra com suas chaminés fumegantes.


 


 


Crianças brincavam entre o pó e a lama, enquanto cães, gatos e galinhas corriam livres, em uma cacofonia agradável de sons.


 


 


Mary saudou-as na porta de sua casinha.


 


—     Bom dia, minhas senhoras — em um gesto nervoso, passou a mão sobre o avental manchado e relanceou um olhar preocupado de dona de casa para o interior do chalé. — Não esperava visitas. Por favor, entrem e desculpem a bagunça.


 


Lali sorriu, estendendo uma enorme cesta repletade mantimentos, como carne seca, pães, geléias, manteiga, guloseimas e frutas.


 


—          Só vim para me certificar se você e o bebê estão passando bem.


 


—            Muito obrigada, milady — com a mão livre, enquanto segurava a cesta, apontou para a única cadeira disponível no cômodo. — Sente-se que irei trazer um refresco.


 


—              Não será necessário, agradeço. Só desejo ver seu lindo filho outra vez.


 


 


A preocupação doméstica de Mary, que desejava se mostrar uma boa anfitriã, pareceu desaparecer à menção da criança.


 


—        Então, venha!


 


Lali lançou um olhar para o teto coberto de fuligem, as paredes limpas, mas sem adornos, e dirigiu-se até o berço que se encontrava a um canto.


 


A criança estava enrolada em uma manta rústica de lã, e a senhora de Blackstone apenas conseguiu ver seu rosto. Mas era tão lindo, que prendeu a respiração. O inchaço e a cor púrpura que apresentara na hora do parto, haviam desaparecido, dando lugar a um rosado saudável.


 


—        O ombro está ficando bom? — murmurou, a fim de não perturbar o sono do bebê. — Se precisa de alguma coisa é só dizer.


 


Mal proferiu as palavras, mordeu a língua. O que poderia fazer de verdade?, pensou. Não estava em Nova York nem no século XXI... Aquelas mulheres desconheciam a prática comum da cesariana que teria evitado o sofrimento do menino e da mãe.


 


Porém, Mary balançou a cabeça de modo positivo, sorrindo, feliz.


 


 


—     Sim, milady. Mantenho-o bem coberto e enrolado na manta, mas já pode mexer a mãozinha. Não preciso de nada, muito obrigada.


 


Em silêncio, Lali fez uma prece de agradecimento.


 


—     Gostaria de segurá-lo nos braços, milady? — ofereceu a jovem mãe.


 


O medo e a incerteza devem ter transparecido no semblante de Lali, porque Mary começou a rir.


 


—            Pode segurar, senhora. Ele está bem. Quando a criança foi colocada em seus braços, Lali admirou-se do quanto era leve e como cheirava bem.


 


—              Qual seu nome?


 


—              Clyde, milady. Como seu avô paterno. Nesse instante o bebê entreabriu os olhos azuis, e um esgar parecido com um o sorriso surgiu em seus lábios.


 


 


 


Lali sorriu.


 


—     Também é um prazer revê-lo, sr. Clyde — murmurou, fitando a criança com carinho.


 


Embalou-o enquanto conversavam sobre o torneio que em breve aconteceria. Quando o bebê começou a ficar inquieto, chupando uma ponta da manta e tentando segurar o peito de Lali, ela murmurou:


 


—     Deve ser hora do almoço.


 


 


Entregou o adorável fardo de volta para a mãe e preparou-se para ir embora com Maria. Já à porta, voltou-se para Mary, e agradeceu acolhida.


 


—          Grata por me deixar segurar o bebê.


 


—          E sempre bem-vinda, milady. Volte sempre.


 


Enquanto se aproximavam da casa da tecelã. Maria, que permanecera silenciosa durante toda a visita à Mary, pareceu se mimar de repente.


 


—          Leva-se um ano para tecer lã suficiente para fazer uma única túnica, mas o resultado vale a pena. 


 


—          Um ano?! — repetiu Lali, espantada. 


 


Porém, logo descobriu o motivo de tal demora. 


 


O chalé da tecelã era bem parecido com o de Mary, a única diferença era que nesse um alto tear ocupava o canto perto da janela.


 


A mulher, pequenina e de meia-idade, cabelos ruivos e um amplo sorriso, contou à Lali:


 


—          Precisaria de quase vinte e três metros deminha lã para fazer um vestido como este que está usando, milady.


 


—          Nossa! — Lali deslizou os dedos pelas meadas de lã fina. — Vai me mostrar como tece?


 


A tecelã sorriu e sentou-se em um banco sem costas, em frente ao tear.


 


 


 


Admirada com a precisão e sincronia de suas mãos, Lali arregalou os olhos. Observou-a levar a lançadeira de um lado ao outro do tear, enquanto com o pé controlava os fios verticais de lã.


 


 


 


Então a artesã mostrou como criava os padrões.


 


—          É formidável! — murmurava Lali, sem conseguir se conter.


 


—          Nada disso, milady. Não se trata de milagre. É apenas uma questão de prática, vista boa e costas resistentes.


 


—          Existem outras tecelãs no vilarejo?


 


Assim dizendo, a senhora de Blackstone analisava o tecido que surgia de maneira prática, pensando que valeria uma foi fortuna nas grandes cidades.


 


—          Alguns sabem tecer, mas este é o único tear que temos por aqui.


 


—          Hum!... E os teares são caros, querida?


 


—          Sim, milady, mas um bom carpinteiro pode fazê-lo sem grandes gastos.


 


—          Maravilhoso!


 


Lali acabara de descobrir outro filão de dinheiro para o clã.Vendo que Maria começava a ficar impaciente, agradeceu a tecelã pela demonstração e despediu-se. 


 


Do lado de fora do chalé. Maria perguntou:


 


—          Milady se importaria se fôssemos agora até as terras de Bryce Bum, seu arrendatário? — assim dizendo, apontou para o meio de duas colinas logo adiante. — Será uma breve caminhada, onde por certo encontrarei repolhos e plantas que vi ali crescendo na semana passada. Por certo já estão bons para colher. Se nos apressarmos, quem sabe teremos tempo também para pegar cogumelos para o jantar.


 


—          Ótimo! 


 


Lali estava sempre pronta a conhecer coisas novas. Mas uma hora mais tarde, concluiu que talvez Maria se perdera. Já não conseguiam ver os rolos de fumaça que saíam das chaminés do vilarejo, ou o cais, devido aos pinheiros que as circundavam.


 


—  Maria — questionou Lali, tomando fôlego. — Quanto falta para chegarmos?


 


—          É logo ali, depois destas rochas, milady. 


 


Tropeçando na saia, Lali bufou.


 


—          Graças a Deus!


 


E continuou a subir pelo caminho íngreme, em meio a uma infinidade de árvores e raízes grossas, lutando com valentia para chegar ao alto da colina.


 


 


—                     É aqui  — anunciou Maria, voltando-se para Lali, sedenta, suada e com a respiração entrecortada, Lali olhou ao redor da clareira iluminada pelo sol, tentando encontrar um riacho.


 


—                     Onde está o rio? Por certo, se há uma plantação por aqui, deve haver água.


 


Voltou o rosto do solo árido para o rosto ainda mais duro de Maria. De modo inexplicável, Lali começou a ficar com medo, sentindo os cabelos se eriçarem na nuca..


 


O instinto a fez voltar-se para correr, mas apenas colidiu com um tórax enorme e musculoso, recoberto por uma couraça.


 


—                     Lady Lanzani! — exclamou uma voz gutural. 


 


Mãos pesadas como garras de ferro agarraram-lhe os pulsos. De boca aberta, Lali encarou o rosto conhecido do homem à sua frente.


 


 


 


Não sabia seu nome, mas o reconheceu. Chegara com os Uchoa`s na noite do banquete.


 


—                     Maria ?    — gritou, de maneira desesperada. 


 


A outra a fitou com calma, enquanto um segundo e terceiro homem surgiam na clareira, fazendo o medo de Lali se transformar em fúria. Com a mão fechada, bateu no queixo daquele que a segurava.


 


—                     Largue-me, seu brutamontes!


 


Mas suas tentativas de agredi-lo com socos e pontapés apenas fizeram com que suas mãos ficassem machucadas. Era como bater em uma rocha, refletiu, desanimada. Em uma vã e infantil tentativa , voltou a procurar a ajuda de Maria. Vendo que sua nova suposta amiga dera as costas e voltava pelo caminho que haviam percorrido, a verdade a atingiu como um raio, e gritou:


 


—                     Hipócrita! Mentirosa!


 


Então uma mordaça foi forçada entre seus dentes, impedindo-a de falar. A raiva tornou a se transformar em verdadeiro terror, enquanto Maria desaparecia colina abaixo, e os dois homens que haviam chegado depois, a arrastavam de costas, ainda chutando e se debatendo, para dentro da densa folhagem.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 




Comentem que eu posto e SIM a Lali foi sequestrada! :O e agora


 



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Autor(a): hellendutra

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Oi gente to viva kkkkk,me desculpa a demora mais NUNCA iria abandonar web vou terminar ela nesse capitulo ele é tipo ENORME então espero que comentem o que acharam sobre ela.Quando resolvi postar essa web, tava com tempo e tinha varias leitoras, eu sei que fou meio turista na web mais eu prometi que a terminaria então ca estou eu, e ela esta TE ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 257



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  • jucinairaespozani Postado em 17/02/2014 - 02:00:34

    A web foi ótima eu amei ,demorou mas valeu a pena *-*

  • jucinairaespozani Postado em 27/12/2013 - 17:19:31

    Que bom que voltou ..Que raiva da Maria ..Estou amando a web ,espero que a Lali fique bem.Posta mais

  • daniilanzani Postado em 16/12/2013 - 01:06:39

    ô tia????Pq vc parou de postar???qro mais,,abandona a web não ela é ótimaaaa *o*

  • jucinairaespozani Postado em 12/10/2013 - 19:44:54

    ai que bom que voltou posta mais a web é incrível a historia é muito boa e eu estou adorndo ler

  • lary_laliter Postado em 04/07/2013 - 23:39:50

    COMO VC PARA EM UMA PARTE ASSIM DE BRIGA MULHER ! Há que capitulo pequenininhoooo posta mais Plis estava morrendo de saudade da web

  • sofiasouza Postado em 04/07/2013 - 23:37:55

    ñ demora muito pra posta ,a web esta perfeita posta mais estou amando

  • sofiasouza Postado em 01/07/2013 - 01:15:20

    Posta mais, que bom que apareceu sumida kk estou amando a web ,vê se ñ desaparece mais em senhorita kk

  • lary_laliter Postado em 30/06/2013 - 23:28:22

    OLHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA EU AQUI VOLTEI E TBM ESTOU FAZENDO UMA DANCINHA MALUCA \O/ KKKKKKKK ANSIOSA PARA O PRÓXIMO CAPITULO.....como tu não respondeu no face feliz aniversário atrasado muitos anos de vida e blá blá blá tudo que tem que dizer kkkkkk

  • jucinairaespozani Postado em 30/06/2013 - 20:44:58

    Posta mais

  • sofiasouza Postado em 06/06/2013 - 19:51:16

    Que bom que voltou ,parabéns pelo seu Peter kk ,adorei o capitulo posta mas a web esta ótima ,espero que ñ suma mas em (:


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