Fanfic: Minha doce prostituta (Adaptada) Laleuge - 1ª e 2ª Temporada - Finalizada | Tema: Lali Espósito, Euge Suárez

Novos tempos

            Existem perdas suportáveis e perdas irreparáveis, difícil lidarmos com qualquer uma delas, não importa o apoio da família nem o carinho dos amigos, nenhuma palavra pode amenizar esse vácuo em nossa existência. Muitos conseguem prosseguir, outros não. A morte chegou de formas devastadoras na vida da jovem Mariana Espósito, seu mundo tornou-se sem cores. Maria Eugenia se foi levando com sigo toda fé e esperança que Lali tinha do amor. Ela se trancou para o mundo, invés da companhia dos amigos preferiu o recluso de sua dor. Seus pais ficaram muito preocupados, Lali grávida de oito meses estava entrando numa depressão profunda. Nem com a ajuda de inúmeros terapeutas conseguia ajudá-la. As coisas foram mudando quando sua filha nasceu. Á pequena ganhou o nome de Maria Eduarda, Lali queria homenagear a sua mulher. Com a chegada da filha e a tristeza do pequeno João Gabriel consegui trazer Lali de volta a vida. Mas a morte parecia ter se infiltrado em sua vida. Não bastou levar a mulher que tanto amou, resolver dá uma pancada mais forte. No meio da madrugada o telefone toca insistentemente, ainda sonolenta atende ao telefone. Um acidente. Se joga na cama e aperta o aparelho telefônico entre os dedos, falte-lhe ar.

   - Sinto muito senhora. – diz um homem do outro lado da linda.

            Ainda não acreditando no que acabara de ouvir ela coloca vagarosamente o telefone no gancho. Sua mão tremula as lágrimas saiam silenciosas. A pergunta não se saia da cabeça. – por quê? Por quê? Que mal é esse que fiz pra ter tamanho castigo?

            Um incêndio tinha tirado a vida de Nicolás e Emilia Espósito, além de quatro funcionários. O restaurante da mãe de Lali virou cinzas. Não há explicação para morte, ela vem quando menos esperamos, causando danos terríveis. Lali se sentia órfã, chorou copiosamente em silêncio, cambaleando foi até o quarto dos filhos.

   - O que foi mainha? – perguntou Gabriel coçando os olhos ao ver sua mãe no pé da sua cama o observando. Lali enxugou as lágrimas,

   - Vem dormir no quarto com mainha filho - ele como adorava dormi no quarto dela pegou seu travesseiro em formato de avião e correu pro quarto da mãe sem demora. Lali pegou seu bebê acariciou a pequena face. Deitou-se ao lado dos filhos como se buscasse uma energia que não possuía. A dor era indescritível, o sentimento de vazio ocupou seu coração, sentiu-se órfã. Chorou copiosamente. Não conseguiu dormi naquela madrugada.

            Nas primeiras horas da manhã sua casa foi invadida por amigos e familiares, todos querendo presta condolência. Mesmo que por dentro estivesse destroçada, a médica se mostrou forte diante daquelas pessoas. A morte dos seus pais saiu em todos os noticiários da TV, uma investigação foi aberta pra saber a procedência do incêndio. O velório foi muito doloroso, João Gabriel sentiu muito a perda dos avós de coração, principalmente do avô Nicolás com quem sempre foi muito apegado. As pessoas foram indo embora Lali e João Gabriel ainda estavam diante do túmulo.

   - Lali... – Belén se aproximou abraçando a amiga.

   - Estou sozinha. – sua voz era chorosa, Belén sentiu o coração aperta.

   - Não está! – Belén procurou alguma palavra pra confortá-la.

   - Primeiro ela, agora eles...

   - Você tem a mim, mainha – o menino virou-se para mãe seus olhos estava molhado. – Tem a tia Camila a tia Belén, tem também a Dudinha e tem a vovó... – o menino não conseguia falar, Lali olhou pro filho o abraçou com força.

   - Porque caímos? – Belén olhou nos olhos a amiga.

   -Estou cansada de me levantar, está doendo tanto – Lali batia com força no próprio peito.

   - Você não está sozinha. – Belén disse abraçando a amiga.

Cair é sempre muito duro, difícil é ter força, coragem e perseverança para se levantar e tentar mais uma vez. Demorou muito para Lali conseguir lidar com todas essas perdas. Na verdade, ela nunca conseguiu lidar a mortes dos pais, mas foi mais fácil aceita do que a morte da esposa. Não que ela amasse menos seus pais e mais a Euge, o problema era que seu coração conseguiu aceitar a perda deles. Já Euge se mantém viva em seu ser mesmo quando ela trava uma luta pra esquecê-la. Em seu íntimo ela está viva como nunca esteve antes. O único jeito de lidar com todas essas desgraças que aconteceu em sua vida foi canalizar seu sofrimento, transformando em motivação. No percurso de três anos Lali se transformou numa mulher de fibra, dedicou-se de corpo e alma a seus filhos, tornando-se numa mãe maravilhosa, atenta, presente na vida deles e muito amorosa.

            Tinha como espelho sua mãe, lembrava sempre dela, sentia uma saudade tremenda ora ou outra se pegava a chorar diante de uma fotografia. João Gabriel demorou pra superar suas perdas, no início teve muito problema na escola, comportamento agressivo, tinha muitos pesadelos. Mas Lali sempre esteve ao seu lado segurando sua mão, ajudando a superar sua dor, aos poucos o menino hoje com 10 anos era uma criança mais tranqüila, seu jeito travesso nunca esqueceu, ora ou outra vinha com uma nova novidade deixando a morena atarantada. Já a pequena Duda uma criança cheia de vida, logo cedo já vem se desenvolvendo uma hiperatividade, conseguia sugar as energias de todos, muito se parecia com Lali quando pequena, embora fisicamente era muito parecida com o pai. Gastón ficou muito honrado quando Eugenia o pediu pra ser o "pai" do filho da mesma e de Lali, aceitou a proposta de imediato, sempre quis ser pai, acabou sendo em dose dupla já que o filho da  Belén também era fruto de sua doação. Dessa vez foi ele quem pediu pra ser o doador. Hoje todos são uma grande família. Mariana ganhou grande destaque na vida profissional, segundo seu professor tinha uma carreira promissora, em seu segundo ano de residência era assistente de um ícone no mundo da medicina o neurocirurgião Dr. Luan Bernardo Souza Brito. Embora fosse um homem muito exigente e grosso, raramente elogiava um residente, confessou a sua amiga de longa data a Dra. Gimena Chavanne que sua assistente tinha futuro na neurocirurgia. Gimena sentia-se orgulhosa, tinha Lali como uma filha, seus laços ficaram ainda mais estreitos com a morte dos pais dela. Nico e Emi pediram em seu testamento cuidassem do seu maior tesouro. Lali foi acolhida por seus segundos pais, Mariano passou a administrar toda a fortuna que Lali herdou. Como seu melhor amigo queria. Belén também não ficava atrás, tinha se tornado uma médica de dá orgulho a mãe - quem diria ? - ao contrário de Lali o interesse da morena era a cardiologia, assim como Euge, ambas queriam cuidar do coração de quem sofre.

***

Dias atuais.

   - Vamos Lali você precisa sair. – insistia a amiga.

   - Belén, estou cheia de paciente não posso me ausentar do hospital. Muito menos para pular micareta.

   - Deixa de ser chata, você sempre curtiu micareta, vamos eu já fiz as reservas.

   - Já disse que não, tenho pacientes pra cuidar e dois filhos pequenos.

   - Você precisa viver Mariana.

Lali parou e encarou a amiga.

   - Minha vida são meus filhos e meu trabalho. O tempo de gandaiar passou, está na hora de crescer Belén. 

   - Você fala como uma velha. – resmungou a morena - vamooooos ? - juntou as mãos e fez biquinho implorando.

   - Não falo como uma velha, apenas aprendi a ter mais responsabilidade na vida, essas coisas não tem mais graça, eu cresci.

   - Desde que ela se foi tudo perdeu a graça. – se queixou.

   - Não tenho motivo pra achar graça de nada.

   - Eugenia morreu, mas você continua viva. - tentou argumentar.

   - Nunca mais fale isso – vociferou.

            Lali saiu pisando duro deixando Belén falando sozinha. Ela se tornou numa mulher muito solitária tinha perdido seu brilho existencial, sua vida apenas se resumia a trabalho e filhos, depois da morte de Eugenia raramente saia com os amigos, sempre arrumava uma desculpa, preferindo a sua solidão. Não voltou a se envolver com ninguém, Belén tentava de todas as formas resgata a alegria da amiga - ciosa que não era nada fácil - e isso tinha se tornado uma tarefa complicada. Belén apresentou-lhe inúmeras pessoas, mas Lali não dava chance, espantava o pretendente ou a pretendente logo de cara. Nunca se deu a oportunidade de conhecer ninguém, sua fidelidade a memória da loira chegava a ser obsessiva. Tinha colocado na cabeça que só conseguiria se sentir completa com ela. Dois anos depois que a morena ficou viúva Juan Pedro Lanzani voltou a sua vida, depois dela ter esclarecido todo mal entendido do passado, os dois passaram a ser amigos, claro que o rapaz demonstrava interesse por ela, chegou a confessar que nunca a esqueceu. Numa certa noite quando saíram pra jantar ele se declarou.

    - Você é um bom homem, mas não posso correspondê-lo Peter.

    - Não entendo porque, é por causa da sua sexualidade?

Lali riu.

   - Não, claro que não, minha sexualidade está bem definida, mas vou ser sincera não estou pronta pra me envolver com ninguém. É tudo muito recente.

   - Mas ela não morreu já há algum tempo?

   - Vai fazer três anos mais ainda a sinto viva dentro de mim. – Lali ficou triste – O amor que sinto pela Euge é único nunca conseguirei colocar outra pessoa em seu lugar.

   - Mariana você é jovem, tem 26 anos como pode dizer que não voltara a se apaixonar de novo? Lali não sabe o quanto me arrependo de ter te deixado escapar, quero conquistá-la, me dê essa oportunidade. – pediu.

   - Vamos dá tempo ao tempo. – disse ela querendo encerra o assunto.

            Embora todas as investidas de Peter, Lali não queria se envolver sentia-se bem sozinha. Suas noites eram preenchidas com as lembranças dos momentos felizes que passou com o grande amor de sua vida.