Rochi: não tem amigas aqui?
Lali: só uma.
Rochi: poderíamos ser amigas claro se você quiser.
Lali: quero sim.
Rochi: então vamos comigo, posso te apresentar minhas outras amigas e alguns amigos também.
Lali: agradeço, mas hoje não, quero conhecer o colégio primeiro pra depois fazer novas amizades.
Rochi: tudo bem, mas assim que quiser é só me avisar. – saindo da classe.
“Assim que todos saíram, peguei meu material e sai da classe, ao sair Peter me esperava encostado na parede me olhando, com o cabelo todo ajeitado, parecia que estava esperando eu ir falar com ele, mas tentei segurar meus instintos e continuei a caminhar até a classe de Euge.”
Peter: É assim que trata seus amigos? – me seguindo
Lali: não, é assim que trato o os filinhos de papai.
Peter: filinho de papai? Isso que pensa que eu sou?
Lali: não penso, tenho certeza, você é do tipo que quando percebe que uma garota não te dá bola, vai atrás dela até fazer ela se apaixonar e logo esnobá-la.
Peter: não tem nada a ver.
Lali: ah é? Então porque me segue?
Peter: te sigo porque você não conhece o colégio e vai se perder.
Lali: não sou tão burra assim... Onde fica a classe do 3º ano?
Peter começa a rir.
Lali: perguntei por que acho melhor conhecer por onde piso.
Peter: claro, e achou que um garoto filinho de papai ia te ajudar?
Lali: Peter deixa de me provocar.
Peter: espera... Me chamou de Peter?
Lali: claro é seu nome.
Peter: não, meu nome é Juan Pedro e Peter é pros mais íntimos, então digamos que já temos intimidade.
Lali: não de jeito algum, somos amigos Peter.
Peter: antes nem isso éramos, vejo que evolui muito fácil.
Lali: Peter, ou você para com isso, ou então esqueça que existo.
Peter: tudo bem te levo até a classe que você precisa e com isso eu ganho meia hora com você.
Lali: comigo?
Peter: para conversarmos.
Lali: deixe de bobagem.
Peter: tudo bem, então pergunte pra algum qualquer quem sabe ele não te leva lá.
Lali: claro, quem sabe me informam melhor.
Peter: ah e te aviso, nem todos são confiantes como eu, siga meu conselho. – se afastando de mim
Lali: pensando bem, é melhor eu ficar com um filinho de papai mesmo.
Peter: sei que você não resiste á mim.
Continuamos a caminhar até a classe de Euge, mas ninguém estava por lá.
Peter: é hora do intervalo, ela deve estar no refeitório.
Lali: melhor encontrarmos ela, é uma novata também e pode se perder...
Continuamos a caminhar sem dizer nenhuma palavra durante os corredores vazios, logo Peter discretamente, segurou em minha mão.
Lali: o que pensa que está fazendo?
Peter: não posso segurar na sua mão?
Lali: não é isso, digo, não nos conhecemos.
Peter: pelo jeito quer me conhecer... Ou estou enganado?
Lali: deve estar muito enganado.
Peter: muito mesmo?
Lali: tanto que você nem faz idéia.
Peter: hum... – estava um pouco decepcionado pelo que disse, ele se afastou de mim, abaixou a cabeça e continuamos a seguir o rumo.
Peter: chegamos no refeitório donzela.
Lali: donzela? É mais uma de suas cantadas?
Peter: cantadas? Não é apenas educação... – muito arrogante – nos vemos por aí Mariana.
“Peter começou a caminhar em direção a quadra do colégio com as mãos no bolso, aparentava estar muito triste, tanto que eu mesmo me senti mal, como se fosse eu nos sentimentos dele. Quando me virei, encontrei Euge do outro lado, atenta a todos os lugares, e um pouco perdida, fui até onde ela estava.”
Euge: até que enfim te encontrei, por onde andou?
Lali: fui até sua classe te procurar.
Euge: sozinha?
Lali: não, com a companhia do Peter.
Euge: quem?
Lali: Peter, um garoto da minha classe.
Euge: vejo que já tem até admirador.
Lali: não é bem isso.
Euge: eu conheço essas histórias, aí tem coisa.
Lali: bom, ele me canta toda hora.
Euge: eu sabia! Amiga ele está a fim de você.
Lali: já conheci muitos do tipo dele.
Euge: e falando nele, quem é ele? Me apresenta?
Lali: ele não está aqui, foi em direção á quadra.
Euge: a quadra? Mas pelo jeito que você me disse que ele é, não deveria estar aqui por perto, ou até mesmo ao seu lado?
Lali: sim, mas acho que eu fiz uma idiotice.
Euge: o esnobou?
Lali: pior, disse que não queria a companhia dele.
Euge: disse assim?
Lali: não exatamente, mas acho que isso que ele entendeu.
Euge: coitado, ele deve estar muito mal.
Lali: acha que peguei muito pesado com ele?
Euge: acho? Tenho certeza. Porque não vai se explicar pra ele?
Lali: devo mesmo fazer isso?
Euge: concerteza, não é só garotas que tem sentimentos, homem também é humano.
Lali: tem razão, vou falar com ele, me acompanha?
Euge: melhor não, fale com ele em particular, depois você me conta...
“Fui em direção á quadra, estava muito mal pelo que tinha feito, estava decidida que dessa vez daria uma chance a mim mesma e ver no que dá. Ao chegar lá, tinha alguns garotos jogando futebol, mas nada do Peter, andei mais um pouco e logo o vi, estava sentado na arquibancada sozinho. Respirei fundo e comecei a caminhar até ele, durante meu percurso, uma garota morena com os cabelos perfeitamente lisos, se sentou ao lado dele, o acariciou, logo ele mudou o comportamento, estava animado, segurou na mão da tal garota e começaram a conversar. Havia algo dentro de mim que me fez sentir uma revolta enorme. Não pude me conter e fui até lá...”
Continua...