Lali: já chega! – gritando. – eu não agüento mais a sua atitude boba Pato!
Pato: desde quando cuidar de você agora é bobagem?
Lali: desde o dia em que você passou dos limites! Pato por favor tenha um pouco de confiança em mim!
Pato: em você eu tenho, mas nele não. –apontando para Peter.
Lali: você nem o conhece, como pode julgá-lo assim?
Pato: porque eu não o conheço direito.
Lali: é só por isso? Tem certeza? Todas as vezes que estou com um amigo ou coisa do tipo você sempre está no meu pé. Eu já estou numa idade em que posso me virar sozinha!
Pato: você ainda não fez 18 anos, do contrário você não é de idade coisa alguma! – aumentando o tom da voz.
Peter: hei! Não fale com ela assim! –empurrando Pato- não é só porque você é o irmão dela que pode fazer o que quiser!
Pato: está me provocando moleque?
“Pato muito bravo, foi pra cima de Peter, os dois estavam dispostos a resolver com socos e tapas. Mas eu percebendo isso, entrei no meio dos dois evitando com que isso acontecesse”.
Lali: parem com isso! Vão brigar por uma coisa boba?
Peter: você acha bobo ele falar com você daquela maneira?
Lali: não é por isso, nem tudo se resolve assim. Agora vão se matar por isso?
Pato: então é melhor que vamos embora, tenho hora pra chegar em casa.
Lali: deixe-me 5 minutos com Peter por favor.
Pato: mas eu ainda tenho que trabalhar!
Lali: 5 minutos e então vamos.
“Pato olhou furioso pra Peter e então foi até a moto nos deixando a sós. Eu mesma não acreditava em tudo que eu havia feito, pode ser que Pato nem olhe mais pra mim, mas não irei me fazer de arrependida, o errado era ele.”
Peter: perdoe-me Lali, não queria causar isso tudo.
Lali: tudo bem Peter. Também pelo jeito acho que não teremos mais o passeio.
Peter: fica pra próxima não tem problema.
Lali: Se caso as coisas se acalmarem, eu te aviso.
Peter: tudo bem, mas não precisa se preocupar. –fingindo estar bem.
“Eu sabia o quanto significava esse passeio pro Peter, não só pra ele como também pra mim, seria a primeira vez que eu ia deixar de lado essa minha obsessão pelos sentimentos e viver uma coisa real com alguém real. E concerteza depois dessa confusão toda eu poderia ficar até de castigo se depender do meu irmão.”
Peter: te vejo amanhã no colégio?
Lali: concerteza, mas dessa vez melhor não matar aula.
Peter: o ruim é que na classe eu sento muito longe de você.
Lali: pois é, durante a aula você nem me conhece.
Peter: porque diz isso?
Pato: já passaram os 5 minutos, Lali temos que ir.
Lali: pelo jeito ele não vai nos deixar em paz.
Peter: antes de você ir, quero te entrar esse bilhete – me entregando
Lali: que número é esse?
Peter: é o meu número se caso precisar de mim. Sobre seu irmão, uma hora ele vai ter que aceitar isso.
Lali: é o que eu espero.
“Fui para me despedir de Peter, a minha intenção era de beijá-lo no rosto, mas como meu irmão estava ali nos olhando em cada detalhe, achei melhor abraçá-lo.
Logo que me despedi, fui caminhando até Pato, Peter continuou no mesmo local observando minha saída. Subi na moto e então Pato saiu a toda pressa.
Quando enfim chegamos em casa, fui até meu quarto sem dizer se quer uma palavra, a primeira coisa que fiz foi pegar meu caderno e desabafar tudo aquilo que acontecera. Como minha mãe quase nunca estava em casa, não tinha uma pessoa de confiança pra conversar, a não ser meu ‘caderno de sentimentos’. Sentei na cama, liguei o rádio no último volume e comecei a escrever. Conforme escrevia, as palavras começaram a se apagar da folha, virei as páginas anteriores e todas estavam em branco. E na primeira página restavam algumas letras que diziam ‘seja forte sempre’ Fiquei realmente assustada.
Em seguida a maçaneta da porta começou a se mexer, entrei em estado de choque, mas logo percebi que isso não passava de imaginação...”
Pato: posso entrar?
Lali: já está aqui mesmo.- sendo ignorante.
Pato: queria te pedir desculpas pelo que fiz em frente ao seu colégio.
Lali: na realidade você deve pedir desculpas á Peter e não a mim.
Pato: eu sei disso, mas você também me perdoa?
Lali: fazer o que, você é meu irmão e é minha obrigação te perdoar.
Pato: isso foi profundo...
Lali: brincadeira, eu te perdôo sim. – sorrindo
Pato: obrigado maninha. – me abraça. – e falando nisso, eu tentarei maneirar o meu ciúme.
Lali: isso é uma proposta ou promessa?
Pato: eu prometo a você que tentarei mudar.
Lali: tentar já é um começo.
Pato: agora eu tenho que trabalhar, mas se você quiser ligar pro Peter e pedir pra que ele te faça companhia...
Lali: Peter tinha me proposto tomar um sorvete e passearmos juntos hoje á tarde, será que posso?
Pato: claro que sim Lalinha. E quando vocês terminarem o passeio, peça pra ele passar aqui em casa que irei pedir desculpas pessoalmente, quem sabe até viramos amigos?
Lali: tudo bem que você está tentando mudar, mas não radicaliza.
Pato: é tem razão, melhor aceitá-lo aos poucos – rindo.
Lali: então posso ligar pra ele?
Pato: já era pra ter ligado não é? – me provocando.
“Pato me deu um beijo na bochecha e me abraçou, quando ele estava prestes a sair do quarto, tropeçou no meu caderno. Nesse instante me lembrei de tudo que acontecera nas duas vezes que o usei”.
Pato: pra que jogar seu caderno no chão? Ficou louca de vez? – folheando o caderno.
Lali: eu se fosse você não faria isso.
Pato: por quê? Não posso ler o que está aqui?
Lali: ele está em branco, não está vendo?
Pato: como assim em branco se está cheio de textos? Ficou louca de vez? –me mostrando.
“Não sabia como explicar aquilo, em um momento que olhei, era como se eu nunca estivesse usado aquele caderno, e agora ele havia voltado ao normal, não demorou muito e ouvi novamente alguém sussurrando algo pra mim.”
Continua...