Fanfic: Vida Louca
Robson: Alice! Alice!
Ela abre os olhos, pronta para soltar um palavrão.
Alice: Ah, que é?
Robson: São sete horas da manhã.
Alice: Tá! Tô atrasada! Já percebi! (levantando)
Robson: Não é só isso. A sua prova começa daqui a 15 minutos.
Alice: Agora ferrou!! Não posso tirar zero nessa prova! (correndo até o guarda-roupa e pegando a primeira peça que viu)
Robson: Eu tô indo pra escola.
Alice: Adeus! Não ajuda em nada mesmo.
Robson: Dá próxima vez deixo você dormir até o seu...
Alice: Ah, vai logo.
Robson, o irmão de Alice, sai apressado do quarto.
Alice: E ninguém me chamou antes! Bando de idiotas! Gostam de me irritar! Ninguém teve a coragem de me acordar. Será que é tão difícil movimentar as pernas?
Pedro: (aos berros) Alice!! Tá na hora de ir!
Alice: Jura?
Pedro: Não vai comigo?
Alice: Não, né.
Pedro: Tchau, então.
Alice: (em pensamento) Vá se danar, seu idiota. É igual ao pai. Um idiota que se acha o melhor de todos os seres humanos. Não passa de um merda.
Alice: Como eu odeio o meu pai. Me esqueceu desde que a pistoleira da minha mãe saiu daqui.
Em pensamento: Amargurado. Ninguém consegue suportá-lo. Só pensa na Literatura, nas malditas aulas...
Na escola...
Alice: Natu, você viu o meu bichinho? (ansiosa)
Natu: Você não tem bicho!
Alice: Ai, sua tonta, eu tô falando do Marcus!
Natu: Ahh, o seu ficante, quase namorado.
Alice: Não, o meu primo! Claro, de quem mais estaria falando? Do Bozo?
Natu: Poxa, como eu vou saber qual o apelido do moleque?
Alice: Aii cala a boca! Ele é o meu gatinho, a minha amebinha gostosinha.
Natu: (em pensamento) Que a sua amebinha exploda! Idiota!
Natu: Nossa que criatividade. Fiquei emocionada!
Em pensamento: Que tolice! Vá procurar esse viado e me deixa em paz!
Alice: Ah, você é muito encalhada pro meu gosto. (vai procurar o namorado)
Natu: Tô tão cansada dessa vaca.
Na porta da sala de Filosofia...
Alice: Ahh, enfim te encontrei!
Marcus: Oi, amor! (ele a beija)
Alice: Eu preciso falar uma coisa muito séria com você. (apressada)
Marcus: Manda.
Alice: Não pode ser aqui. É sério. Muito sério.
Marcus: A gente não pode perder a aula. Estamos ferrados com esse professor.
Alice: Esquece essa merda! (ela o puxa pelo braço)
Marcus acompanha a garota.
No intervalo das aulas...
Natu: Andréia, você ficou sabendo do babado?
Andréia: Não! O que? Conta! (muito ansiosa)
Natu: O Marcus comeu a Alice!
Andréia: Mentira!
Em pensamento: Mas quem não quer transar com ele. Só a sapata da Natu.
Natu: Será...
O sinal soa, indicando o fim do intervalo e o início da aula de matemática. Minutos depois, o professor André entra na sala e começa a fazer a chamada.
André: Michele!
Michele: Mi.
André: Pedro!
Pedro: Opa!
André: Robson!
A sala fica em silêncio.
André: Ele faltou?
Victor: Ahh, sor, ele foi arrumar a franja. Daqui a pouco volta.
Alguns riem, inclusive Pedro, seu irmão.
André: Não me interessa as suas opiniões, aliás, você deveria se preocupar mais com a sua vida, principalmente com as suas notas. Tirou dois e meio na última.
Victor: Afff, que stress! Um dia a gente ganha, outro dia, não.
André: Interessante a idéia: você sempre perde!
Pedro: Olha a patada! Toma! Toma!
No fim do período...
Alice: Você vem para a minha casa!
Marcus: Não é melhor você... Sozinha... Contar?
Alice: Eu preciso da sua ajuda.
Marcus: Tá, vamos! Olha a confusão.
Alice: Já estamos nela, querido! (ironia)
Na casa de Alice...
Marcus: Não é melhor você não contar para o seu pai?!
Alice: Um dia ele vai perceber.
Marcus: Não! Você sabe que pode resolver isso de outra forma.
Alice: Pára!!! Não tá ajudando em nada, caramba! Nós somos culpados!! Foi um erro!
Marcus: Seu, só pra constar!
Alice: Mas que merda, você não serve pra nada!!
Em pensamento: Que droga! Só sabe me criticar! Deve tá achando fácil carregar esse peso!
Deve tá achando que eu sou como a mãe dele, uma hermafrodita putona!
Pedro entra na sala, e percebe o mal-estar que causou a sua presença.
Alice: Ahh, você chegou.
Pedro: Viu o Robson?
Alice: No quarto.
Pedro: Fazendo o quê?
Alice: Não sei e tenho raiva de quem saiba.
Em um lugar afastado, Bagagini e Gabriela começam a se beijar.
Bagagini: Eu tenho tesão por você.
Gabriela: Você é muito gostoso! (acaricia as coxas do namorado e continuam a se beijar)
Bagagini: Eu te adoro. Você não sabe o quanto penso em você, nas nossas conversas, nos nossos carinhos. (coloca as mãos na bunda da moça)
Gabriela: Continua! (beijando o pescoço do namorado)
A moça abre a camisa de Guilherme, acaricia o peito do rapaz e começa a apertar o corpo dele contra o seu.
Bagagini: Eu quero você, quero te comer por inteira. Você vai gemer como uma louca!
Gabriela desabotoa a calça jeans que Bagagini veste.
Gabriela: Faça isso! Aqui! Tem coragem?
Bagagini pára de beijá-la.
João Célio chega em casa, e estranha a espera da sua filha mais rebelde. No mesmo minuto, o ar fica mais denso, porque o casal de jovens sabe o quanto maduros terão que ser para enfrentar esse momento.
Alice: Pai, o Marcus e eu precisamos falar com você.
João Célio: Só esperem eu tomar um banho, almoçar, aí podemos conversar, claro, se sobrar tempo pra esse papo.
Alice se sente rejeitada.
Marcus: Pelo menos uma vez na vida, ouça a sua filha! Ela precisa de você!
A garota se espanta com a atitude do namorado.
João Célio: Certo! (contrariado)
Alice começa a andar em círculos pela sala.
João Célio: Eu tenho mais o que fazer.
Alice: Nós todos teremos muita coisa pra fazer também. Você não é o único.
João Célio: Filha, não estou a fim de ouvir os seus sintomas de crise existencial! Já te falei: nessa idade é normal! (levanta-se)
Alice: Além de não dar atenção para mim, você está ignorando o seu neto!!! (ríspida)
João Célio paralisa com a revelação da filha.
A partir daquele instante, a respiração de João aumenta, seus olhos transmitem uma inconformidade profunda e rara, estava a ponto de perder o controle da situação.
O ar tornava-se ainda mais pesado, provocando um sentimento jamais sentido por Alice; aquilo era pior que qualquer discussão, nota baixa ou uma tristeza passageira, aquele problema tinha nome e motivo, e sem dúvida alguma, não seria fácil encará-lo, realmente, ela não estava pronta para tornar-se adulta.
Autor(a): azzali
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