Fanfic: *Mємóяιαѕ Đє √αмριяø* | Tema: ұσท∂y (Δ∂αρτα∂α)

Dulce mudou de um pé para outro e mordeu o canto da unha. Havia procurado na calçada e até nos bueiros sem encontrar as alianças. Tinha de voltar ao bar, e a simples idéia a deixou nervosa. Nunca se perdoaria se perdesse a aliança dos pais por causa da covardia. Decidida, ela enfiou a mão no bolso do casaco e apanhou o tubo de spray para cabelos. Posicionou-o diante dela e se aproximou do bar. Quando estava perto d a entrada, ouviu um ruído abafado. Congelada, ela apertou o tubo com mais força. O ruído ecoou novamente, e dessa vez, ela reconheceu o gemido de alguém.

O coração disparou no peito e Dulce prendeu a respiração. O barulho vinha do beco. Ela considerou dar as costas e correr, mas os pés estavam paralisados. Outro suspiro, seguido de um som débil de luta. Ela avançou devagar, quase sem respirar,receando que pudessem ouvir. Outro gemido abafado, e ela chegou a desconfiar de que tinha escapado de sua própria garganta.

Ela prendeu a respiração, atenta aos barulhos. De alguma forma, o silêncio eramais perturbador do que o eco daquela respiração ofegante. Podia significar que a pessoa estivesse inconsciente, ou morta. Pablo teria atacado outra mulher? Ela não conseguiria viver com a culpa se não fizesse nada para ajudar. Com outro olhar para a rua deserta, ela se certificou de que não havia mais ninguém por perto. As luzes apagadas do bar indicavam que todos os frequentadores haviam ido embora. Não tinha idéia de que horas eram, mas imaginou que fosse tarde.

Dulce respirou fundo e posicionou o tubo de spray diante dela.

Cautelosamente, seguiu para o beco na ponta dos pés. Encostou-se à parede e espiou na esquina. Não havia ninguém à vista. Talvez a vítima do ataque estivesse na escada no final do beco. E foi então que viu. Era apenas um movimento sutil, como um leve deslocamento de sombras. De repente, discriminou o rosto de um homem. Não era um homem qualquer.

Christopher!

A cabeça pendia para o lado num ângulo pouco natural e os olhos estavam fechados. As sombras se deslocaram mais uma vez, e ela percebeu que havia outro homem no beco. Ele a fitava, mas era impossível distinguir as feições. A luz fraca do poste iluminava o perfil benfeito. A julgar pelo peso e altura, não poderia ser Pablo. O homem envolto em sombras soltou Christopher, que caiu com um baque surdo no chão.

— Bem, mortal estúpida, isso é o que chamam "estar no lugar errado na hora errada". — Dulce pestanejou. O homem que estava ao lado de Christopher apareceu diante dela como num passe de mágica. Será que estava focalizando Christopher com tanta intensidade que não percebeu quando ele se movia?

— O que você fez com Christopher?

Ele deu mais um passo e a luz amarelada iluminou-lhe o rosto. Apesar do medo, Dulce um não pôde deixar de notar a beleza de tirar o fôlego. O rosto belíssimo era emoldurado por cabelos louros com mechas douradas. Um brilho estranho se refletia dos olhos claros.

— Então, você conhece Christopher? Interessante... Jamais pensei que ele pudesse se misturar com mortais, ao menos com mulheres bonitas e ingênuas. — Dulce balançou a cabeça, cada vez mais confusa. Por que ele continuava a se referir a ela como "mortal"? Seria uma espécie de dialeto?

Antes que pudesse pensar em se mover para longe, as mãos fortes agarraram seus pulsos. Ela se debateu, mesmo sabendo que seria inútil, e foi arrastada para o beco sem que pudesse impedir.

— Vejamos o que há de errado com Christopher — Ele disse quase com ternura. O estranho a empurrou sobre o corpo caído. A cabeça não se moveu, e ela entendeu o motivo. Um filete de sangue escorria do pescoço, e ela soltou um gemido abafado ao ver o ferimento profundo. Cobriu a boca com a mão, e os dedos trêmulos não conseguiram abafar o grito de horror que escapou de sua garganta. O homem riu e a suspendeu, obrigando-a a encará-lo. 

Poste dedicado

gabskrum: Agora em diante vai ficar bem melhor haha` Mais tarde tem mais poste...