Fanfic: *Mємóяιαѕ Đє √αмριяø* | Tema: ұσท∂y (Δ∂αρτα∂α)

A mente enevoada pelo sono despertou lentamente, e ela lembrou-se de que estava no apartamento de Christopher, no adorável quarto azul e branco. Porém, não parecia mais tão segura.

Alguma coisa pesava no ar.

Num gesto defensivo, ela puxou as cobertas até o queixo. O mais absoluto silêncio pairava no quarto. Nem mesmo o som da cidade penetrava pelas Dulcelas fechadas.

Contudo, ela podia sentir as trevas como um sopro gelado percorrendo seu corpo.

A sensação se tornou mais forte, e ela se encolheu na cama. Olhou para o relógio. Passava das seis e meia da manhã. O sol nasceria em breve. Ela sabia que estava sendo ridícula, mas a perspectiva do amanhecer a acalentou. Dulce fechou os olhos, forçando-se a adormecer, mas percebeu que seria impossível conciliar o sono.

Sentia que havia alguém no quarto, alguém diabólico e poderoso.

A pressão crescia, sufocando-a. Ela tinha de sair dali. Reunindo toda coragem, Dulce prendeu a respiração e pulou da cama. Sabia que estava agindo como uma criança assustada com medo do monstro sob a cama, mas não se importou. Tudo que queria era sair daquele quarto. Ela saiu para o corredor e passou correndo pelo quarto de Diego.

Parou diante da porta da suíte de Christopher e entrou sem bater.O aposento se encontrava na mais completa escuridão. Ela estreitou os olhos parase ajustar à pouca luz e avistou a cama de Christopher. Aproximou-se, e discriminou os traços perfeitos. Ele dormia profundamente, e não percebeu a presença dela. Dulce tocou-o no ombro.

A pele gelada a surpreendeu.

— Christopher... — sussurrou .Ele não se moveu nem quando ela chamou mais alto. Apavorada, Dulce gritou o nome.

E se o demônio que estivera no quarto dela passara primeiro para ver Christopher?

Ele não se movia, e com a pouca luz, não sabia se o peito arfava com a respiração. Quando estava a ponto de sair para chamar Diego, as pálpebras de Christopher se abriram.

— Dulce?

— Oh, graças a Deus! — Num impulso, ela o abraçou com tanta força quanto a posição incômoda permitiu. Os braços responderam, letárgicos, e ele ergueu a cabeça.

— Dulce! O que houve?

— Tem alguém no meu quarto! — Ele franziu a testa, com evidente confusão.

— O quê? Você viu alguém?

— Não, mas sei que ele estava lá. — Christopher assentiu, embora Dulce tivesse certeza de que não acreditava nela.

— Venha cá.

Ele deu palmadas do outro lado da cama, convidando-a a se deitar. Dulce hesitou, e contornou a cama para se enfiar sob as cobertas. Virou-se para Christopher, mas ele voltara a dormir. Ainda assustada, ela fixou a atenção na porta fechada.

A sensação de estar sendo tocada por dedos gelados desapareceu.