Fanfic: Wishing on a Star | Tema: One Direction
Apesar da escala e do longo voo, chegamos em Londres. Acordei, encarando a janela, sobrevoávamos Londres, e "Own my Way" era a trilha sonora da minha visão do lugar mais lindo que eu já tinha visto. Se pudesse me olhar, diria que meus olhos brilhavam de pura emoção, estava de manhã, e deixando de lado o cansaço da viagem, a única coisa que eu queria era descer e conhecer tudo. Caminhar, respirar o ar britânico, observar as pessoas, ser uma verdadeira turista. Cutuquei minha amiga ali do meu lado, que dormia serenamente, e disse baixinho "Estamos aqui!", tentando conter minha emoção.
Descemos do avião e eu queria gritar. Gritar de felicidade, enquanto a Bia estava ao meu lado, com cara de idiota, e eu a abracei. Mesmo não sendo muito do tipo "amigas carinhosas", eu precisava abraçá-la. Estávamos na terra dos nossos tão amados McFLY e Ed Sheeran. Somos fangirls assumidas, na verdade, eu sou um pouco mais que a Bianca. O que ela gosta mesmo, é< i>aquela banda, One Direction. Ela escuta praticamente o dia inteiro, mas não assume para ninguém. O que eu nunca entendi, na verdade, sempre me pergunto o que ela tá tentando provar e pra quem. É uma banda divertida, não faz o meu estilo, mas não tenho nada contra, apenas prefiro as músicas lentas, ou então aquelas que dizem frases marcantes como "Life`s a bitch, and so are you".
Caminhávamos boquiabertas pelo aeroporto, que também era lindo, tudo era lindo aos nossos olhos de turistas. O ar era diferente, o chão, o clima, tudo era cinzento e eu amava isso. Sentamos nas cadeiras de uma lanchonete do aeroporto, enquanto observávamos um aglomerado de garotas barulhentas, torci o nariz, mas pensei comigo mesma que nem se o aeroporto lotasse com milhares de adolescentes berrando, eu não me estressaria, não no meu primeiro dia em Londres.
- O que será que tá pegando ali? - Bianca disse, enquanto encarava as meninas comendo seu pão de queijo.
Dei de ombros e dei uma leve golada no meu café, que estranhamente delicioso, era diferente do café brasileiro.
"IF YOU DON`T WANNA TAKE IT SLOW, AND YOU JUST WANNA TAKE ME HOME, BABY SAY YEAAAAAH, YEAAAAH, AND LET ME KISS YOU..." Logo depois que as barulhentas cantaram isso, vi no rosto da minha amiga, uma expressão de pânico.
- O QUE FOI MULHER!? - Perguntei, ficando nervosa e cutucando o braço da Bia - Me responde, agora.
- São eles... - foi apenas um sussurro.
- Do que você está falando? Esse ar de Londres tem maconha natural? - Sorri que nem idiota imaginando essa possibilidade.
- Eles, Eloá. São eles. - E apontou para a direção que as barulhentas estavam.
Meu olhar acompanhou, até enxergar aquilo que a Bianca estava falando. Entendi a barulheira apenas porque enxerguei as placas que diziam sempre "1D alguma coisa" e senti minhas pernas ficando fracas. Não, eu não sou fangirl de One Direction, mas era estranha a sensação de estar no mesmo ambiente que alguém famoso. Me sentei de novo no banco em frente a Bianca, e fiquei quieta, observando que a multidão só aumentava. Bia tinha os olhos marejados, claramente emocionada por ter seus queridos ídolos "perto", mesmo sem poder vê-los, e sabia que aquela menina tinha uma vontade louca de se juntar às outras fãs. Senti vontade de rir, mas a Bia já era toda nervosinha quando o assunto era 1D. Ficamos sentadas em silêncio por um tempo, até que a multidão foi começando a diminuir, até não ser mais nada. "Devem ter ido segui-los em outro lugar", pensei comigo mesma. Me levantei para pagar nosso pequeno lanche, e tinha apenas um rapaz na minha frente na fila. A atendente era toda sorrisos e gracinhas, e eu ficando um pouco (só um pouco, Eloá, não vá se estressar, não se estresse) impaciente. Enquanto isso, eu sentia o perfume irritantemente agradável que vinha do rapaz. Quase arrisquei me balançar um pouco mais para frente, pra sentir um pouco mais forte, mais de perto, mas me controlei. Respirei fundo uma última vez, só pra guardar a lembrança daquele cheiro tão agradável. E ao soltar a respiração, o rapaz olhou pra mim. Meu Deus, que olhos. Acho que em toda minha vida nunca tinha visto um par de olhos verdes tão lindos quanto aqueles. Encarei aquelas duas "bolinhas verdes" diretamente, e ao perceber o que estava fazendo, olhei para o chão. Ele deu um sorriso torto.
- Você está com pressa? É que eu sou um pouco indeciso. - Ele falou e eu prendi a respiração. Até então eu não tinha percebido o quanto a voz dele era linda. Grossa, baixa, e não tirava os olhos dos meus. Se pudesse me ver, juraria que estava corada. Fiquei em silêncio por medo de como sairia minha voz. - Então tudo bem. - Ele falou, me olhando a última vez e virando pra frente.
Respirei fundo e toquei seu ombro. Me empenhei em falar o inglês mais limpo que poderia falar.
- Me desculpe pelo transe. Não sou daqui, fiquei nervosa de falar e você não entender. - Por que diabos eu estava me explicando pra um estranho? Pera, estranho? De onde era aquele rosto? De novo fiquei em silêncio, a essa altura, ele devia estar me achando retardada.
- Eu percebi que você não é daqui. - Sorriu de novo, alguém faz ele parar de sorrir? Assim não consigo me concentrar muito bem - Mas não foi o seu inglês que te entregou, na verdade o seu bronzeado não é de alguém que é de Londres. E convenhamos que o seu corpo não é do britânico tradicional. - Ele me olhou da cabeça aos pés e eu senti meu rosto ficando quente, mesmo não sabendo se aquilo havia sido um elogio ou uma forma educada de me chamar de acima do peso. Achei melhor desconversar.
- Só queria deixar claro que não tenho pressa. - Sorri sem mostrar os dentes.
- Não? Não tem algo pra fazer depois daqui? Geralmente saem correndo do aeroportos.
- Eu até que gosto daqui... - Menti. Não sei por qual razão, mas menti. - Já fez seu pedido?
- Na verdade, eu não vim para comer. - Admitiu. E então por que tinha ficado tanto tempo me impedindo de pagar o meu humilde lanche? - Você não está me reconhecendo?
Aquela pergunta me pegou de surpresa, porque não, eu não estava reconhecendo.
- Não, eu deveria? - disse, e pela reação dele, não era isso que esperava.
- Na verdade, está tudo bem assim. - sorriu de lado, me deixando contemplar sua beleza. Que beleza. Pera, foco.
- Eu deveria achar essa situação estranha? - Perguntei enquanto ria de nervoso.
- Estranha sim, mas nem um pouco ruim. - Ele olhou pro chão, depois para o resto do aeroporto, e então me encarou - Hum, eu acho que é a sua vez. - dito isso, saiu da fila.
- Obrigada. - disse, e entreguei o dinheiro à atendente engraçadinha. - Foi um prazer! - disse, me preparando para ir ao encontro de Bianca quando ele me surpreendeu, me pegando pelo braço levemente e disse: "Mas eu nem sei seu nome..."
- Eloá. - sorri - E o seu?
- Na verdade, eu tenho que ir. Mas a gente se esbarra por aí. - dito isso, ele simplesmente saiu, olhou pra trás uma vez e soltou uma risada, e eu ali, que nem uma idiota, parada, encarando as costas daquele belo rapaz que vestia sua toca.
Voltei para mesa, a confusão estampada em meu rosto. Me sentei e observei o estranho se afastando, a essa altura, ele era apenas um ponto no meio do aeroporto, e eu o seguia com o olhar. Eu me defino como uma pessoa extremamente curiosa, e esse rapaz aguçou algo que não devia. Quando eu queria, podia ser pior que o próprio FBI. Mas foi aí que me ocorreu: Até pro FBI, ao não saber de um nome, fica complicado né? Respirei fundo e tentei acordar da transe que aquele rapaz me colocou. Bia estava rindo da minha cara de idiota.
- Você parece que está em outro mundo! - Bia disse, sorrindo pra mim sem nem saber que aquilo poderia ser realmente possível.
- Mas eu estou, não estou? - Sorri fraco - É Londres. Mas... Sabe o que dizem do sangue britânico?
- Hum, que é melhor que o brasileiro? - Bianca chutou.
- Não, dizem isso? - gargalhei - Dizem que são poucas as pessoas que possuem sangue britânico e nascem feias.
- E por que tá dizendo isso agora?
- Porque eu acho que eu acabei de ver a pessoa mais linda que já vi nos meus dezoito anos de vida. - Ri, passando a mão pelo cabelo.
- AAAAAH, MENTIRA. E como ele era? - Minha amiga se empolgou.
- Simplesmente lindo, primeiro me interessei pelo seu perfume, ele estava na minha frente na fila, provavelmente flertando com a atendente. - Dei de ombros - É mais alto do que eu, e tem um cabelo lindo, que provavelmente é mais bem cuidado e brilhoso que o meu nunca será! - Fiz um beicinho dramático - Mas o que me surpreendeu foi quando ele falou comigo. Que voz, que sotaque, que sorriso... - Suspirei pesado - E tinha olhosverdes que de tão lindos, levei uns dois minutos pra respondê-lo. Mas o que me surpreendeu mais que qualquer outra coisa, foi quando ele me perguntou se eu não sabia quem ele era. - Falei, me certificando de que não deixei passar nenhum detalhe.
Observei Bianca que a esse momento estava com os olhos semicerrados me encarando, fazendo cara de pensativa.
- Vai ver ele é de algum grupinho famoso por aqui. - Ela disse, finalizando seu momento "a pensadora".
- Quem sabe, né? - Sorri - Mas enfim, vamos, vamos logo, eu quero me jogar na cama do nosso quarto.
Dito isso, levantamos e fomos para o lugar que seria nosso lar em Londres, pelo menos por enquanto. Ao adentar o quarto de hotel, meu queixo caiu, aquilo conseguia ser mais luxuoso que a minha casa. E olha que eu não diria que somos ricos, mas temos uma boa condição... Meu quarto possuía uma cama de casal aparentemente confortável, com as paredes de um tom bege que combinavam com a decoração. Pequenos detalhes vermelhos, assim como os quatro travesseiros em cima da cama. Sorri e me aproximei da janela, senti que meu rosto poderia rasgar de tão grande o sorriso. A vista era linda, Londres era mil vezes mais maravilhosa do que eu jamais havia sonhado ou tirado por conclusões nas fotos. Era um lugar mágico... E tudo poderia acontecer.
Saí do meu quarto depois de acomodar minhas coisas e encontrei Bianca sentada no sofá, com panfletos de escolas, cursos e mais um monte de papel. Ela viera a fim de estudar teatro, mas pelo que eu havia entendido nas últimas semanas, descobriu estar dividida entre fotografia e teatro. E lá estava ela, pesando os prós e contras de cada uma, e só tornava tudo ainda mais difícil, pois segundo ela, não havia contras em nenhuma das duas. Bia olhava para um, olhava para o outro e fazia cara de desespero. Não aguentava mais ver minha amiga naquela situação e então dei uma ideia que era melhor do que ficar o nosso primeiro dia trancada sofrendo por aulas que só começariam em dois meses.
- Vamos dar uma volta? Tomar decisões sob pressão não é uma boa forma, você pode acabar se arrependendo. - Disse, pegando a mão da minha amiga.
- Acho que você está certa. - Ela sorriu fraco - Onde você quer ir? - Podemos ir pra qualquer lugar que seria novidade para nós duas. Coloque uma roupa quente, passaremos na Starbucks e tomaremos café fora do Brasil! - Sorri, me levantando, dando pulinhos em direção ao meu quarto.
Coloquei uma calça legging preta, um sobretudo bege e botas também pretas, eu estava pronta. Bati na porta do quarto de Bia, só para apressá-la, e ouvi ela berrar "CALMA, PORRA", e me limitei a rir. Assim que descemos, andamos observando cada prédio, cada parede, cada pessoa que passava por nós. Escutávamos pessoas falando muito rápido, impossibilitando nossa cabeça de processar na mesma velocidade, e sorríamos maravilhadas com tudo que nos cercava. Não foi necessário andar muito até chegar onde queríamos, e arrumamos logo uma mesa para dois ali por perto. Perguntei se Bianca iria me acompanhar no frappuccino à base de café, mas como já era de se esperar, ela queria mesmo era um cappucino com canela. Dei nossos nomes ao atendente, e não demorou muito para nos chamarem, me levantei para pegar nossas bebidas e agradeci ao rapaz.
Sentadas na Starbucks, eu ainda estava maravilhada com as pessoas, com o ar e com tudo de Londres. Ao fundo, passava algum jornal, dando as notícias mais importantes do momento. Enquanto me maravilhava com meu frappuccino, reparei a cara de ainda preocupada de Bia.
- Você sabe que qualquer uma das duas vai te fazer feliz, não sabe? Desencana, Bianca. Segue o teu coração, não adianta você me falar que está dividida. Sei que aí dentro, por mais que você não admita, está mais para um lado, que para o outro. - Terminei minha frase, dando outra golada na minha bebida.
- Você está certa, Elô. - Suspirou. - Acho que já sei o que quero fazer. - Sorriu.
- E o que é? - Disse, animada.
- Acho que vou ficar com o teatro. Era a ideia inicial, não era?
- AÊEE!!! Aleluia, a senhora indecisão fez a escolha. Estou muito feliz por você, amiga, e eu sei que você não vai se arrepender. - Segurei a mão da minha amiga e apertei.
Nesse instante prestei atenção na TV da Starbucks, que tocava uma música agradável enquanto dizia algo sobre a banda One Direction.
"O novo clipe dos meninos conseguiu mais de 17 milhões de exibições em um dia só. A força da banda está cada dia maior, e a base de fãs não para de crescer" Uma mulher dizia, e olhei para a tv na hora que passava a imagem de apenas um garoto, mas em questão de segundos mudou, e apareceram os cinco, um ao lado do outro, com direito a close no rosto de cada um, e eu prendi a respiração. Todos igualmente lindos, lindos, lindos, até que a câmera chegou no quinto rapaz e... Não. Não! Definitivamente não! Por segundos que aparentaram ser horas, eu me esqueci de como se respirava. Não é possível que ele, de uma banda famosa, puxasse assunto comigo numa lanchonete. Não. Deve haver muitas pessoas iguais em Londres e... Todas aquelas meninas com suas placas "I <3 1D", existe alguma possibilidade de ser apenas coincidência? Não, não tinha como... Eu reconheceria aqueles olhos verdes em qualquer lugar. Era ele, e ele era lindo, e ele estava ainda mais lindo enquanto eu observava a tv. Com a cara mais assustada possível, fui tirada da minha transe quando minha amiga pegou no meu braço, me fazendo dar um pequeno pulo.
- Você está bem? - Bia perguntou, preocupada.
- Foi ele. - Me limitei a sussurrar.
- Foi ele quem? Ele o que? - E eu apontei pra tv.
- O Harry? O que tem o Harry? - Ela disse, ainda mais confusa.
- O cara...da...lanchonete. - Falei, pausadamente, percebendo o quão idiota eu parecia dizendo aquilo. Bia concordou, pois ela riu.
- Você está ficando completamente maluca, Elô. Acho que o fuso horário está fazendo mal a sua cabecinha. - Senti raiva, eu não sou maluca, e eu sei o que eu estou falando.
- Lembra-se das fãs gritando? Das placas de 1D no aeroporto? Esse rapaz... O Harry... Me disse que não estava comprando nada. Provavelmente estava se escondendo das adolescentes sem noção. - Falei tudo muito rápido, tentando me fazer engolir aquela história também.
- Me recuso a acreditar. - Biancadisse - Como você pode ter estado tão perto do meu Harry assim?
- Pensei que o seu favorito fosse o Louis. - Falei, seca, sem sequer entender o motivo daquilo.
- Sim, é o Louis, mas se eu tivesse a chance de passar um tempinho com o Harry, eu não negaria, eu não sou idiota. Ele é muito sedutor.
- Como você saberia? Não se pode acreditar em tudo que a mídia diz... - Não se pode né?
- Mas quem fala são os próprios meninos. - Minha amiga sorriu. - Me conta, como ele é? O que ele falou com você? Ele deu em cima de você? Nossa, ele não presta. Como você não o reconheceu? Por que não me chamou? - Liberei a monstro directioner que ela sempre se recusava a assumir ser.
- Foi normal, foi como falar com uma pessoa normal... - Espera, Eloá, o garoto continua sendo normal. - Mas por isso ele ficou perplexo quando eu não soube quem ele era. Talvez ele tenha saído correndo por me achar retardada. - Assumi.
- Você disse na cara do Harry Styles que não sabia quem ele era? Bom, isso com certeza abalou o ego do menino. - Bia riu. E eu acompanhei, nervosa.
- Vamos para casa? Esqueci que tinha que ligar para minha mãe. Ela já me mandou 36 mensagens, e eu não quero que ela apareça em Londres só me dar um esporro.
Levantei para pagar nossos cafés e fomos embora. O tempo em Londres era agradável demais ao meu corpo, que sempre amou o frio. Adorava apertar o sobretudo, a fim de me esquentar um pouco mais. Quanto mais roupa, melhor, e nunca era suficiente. Sorri ao sentir o vento no meu rosto, mas a expressão não durou muito, pois lá vinha Harry na minha cabeça de novo. Não sou fangirl de 1D, não mesmo, nem sequer reconheci o garoto no meio daquela lanchonete. Um dos garotos mais desejados do mundo, estava conversando comigo, e eu não sabia nem quem ele era. Mas até agora não esqueci o seu perfume, ou a forma como os seus olhos chamaram a minha atenção. Logo avistamos nosso hotel e eu mais uma vez me perguntei se aquilo tudo era real, e pensei em como minha vida tinha mudado de uma hora pra outra. Inspirei fundo o ar de Londres, antes de perceber uma aglomeração em frente a porta principal do hotel. "Mas que merda é...
Autor(a): gomeseloa
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