Fanfic: Sempre | Tema: Pokémon

“As nuvens são altas, o mundo está aberto

Esqueça a dor e a dúvida

Sua felicidade está atrasada

Eu tenho sonhado o sonho, no céu acima

Dançando através das estrelas com você, oh me leve lá”

This Side of Paradise - Pokémon

Parecia que a noite nunca tinha demorado tento a passar, Cassie tinha certeza disso. A garota se encolheu na cama encobrindo o rosto com o travesseiro para proteger os olhos do sol que ultrapassava a janela. Ela se lembrava que tinha um compromisso mais o sono insistia em deixar seus pensamentos tão lentos quanto fosse possível. Cassie embolou novamente na cama e teve um sobressalto quando a lembrança lhe atingiu. Agora as coisas vieram nítidas em sua mente.

Pokémon, Pokémon, Pokémon! Era tudo o que ela conseguia pensar.

A garota saltou da cama tendo dificuldade para tirar as cobertas que insistem em se enroscar em seu corpo. Ela saltou pelo quarto e se jogou dentro do banheiro.

Cinco minutos depois Cassie estava como queria. A roupa perfeita, aquela que tinha escolhido meses atrás e que tinha dado um enorme prejuízo na conta bancaria de seu pai, esta era a roupa que a menina estava vestindo.

Um vestido preto, com detalhes cor de rosa na parte de baixo, uma blusa branca por baixo, botas resistentes, e acima de tudo, muito bonitas, sua touca e, por ultimo, mas não menos importante, seu cachecol vermelho. A menina se admirou no espelho sorrindo, estava tudo como ela queria.

Cassie avistou seu pai antes mesmo de ter descido as escadas. Ela sabia o que ele achava sobre ser uma Coordenadora e seguir em uma jornada, para ele era tudo uma grande baboseira, o que, particularmente, Cassie detestava. Sua mãe tinha sido a maior coordenadora Pokémon que já havia existido em toda Sinnoh, se não de todo o mundo, e ela queria seguir os mesmos passos, era nisso que ela acreditava.

- Bom dia, filha – Charlie disse em um tom sem graça quando sua filha chegou na cozinha.

- É hoje, pai! – a menina falou animada enquanto sentava-se na mesa e começava a beliscar a comida.

- Você tem...

- Eu tenho certeza, nada que o senhor disser vai mudar minha decisão – ela o cortou antes mesmo que ele completasse sua pergunta de sempre “tem certeza?”.

- Certo, não está mas aqui quem falou. – disse erguendo os braços em sinal de rendição.

Quando Cassie deu seu primeiro passo para fora de casa o coração de Charlie se apertou de preocupação. Ele não concordava com nada daquilo, ele tinha medo que algo desce errado, tinha medo que o coração de sua garotinha fosse quebrado por tudo que o mundo tinha a oferecer de ruim. Ele não queria perder alguém que amava, não novamente.

- Prometa que vai se cuidar – ele disse enquanto a abrasava.

- Prometo – disse rindo – Prometa você que vai se cuidar.

- Só se você também me prometer que vai mandar um sinal de vida todas as noites, ou então eu vou pegar o primeiro veículo que eu ver pela frente e vou atrás de você, mocinha.

- Vou sentir saudades de você, papai – Cassie o apertou ainda mais, ela tinha um sonho, e nada iria impedi-la de realizá-lo mais isso não significava que não iria sentir falta de sua cidade, seus amigos e, principalmente, seu pai, o ultimo membro de sua família.

A garota o soltou e começou a descer as escadas, até onde estava sua bicicleta, bem debaixo da sombra de uma arvore. Ela escondeu o rosto quando uma lágrima saltou de seus olhos e subiu no veiculo cor de rosa.

- Espere! - Charlie gritou e junto de seu grito Cassie pode escutar seus passos pesados se aproximando.

A menina desceu da bicicleta e se voltou para olhá-lo.

- O que foi?

- Isto era da sua mãe – ele lhe estendeu um pequeno pacote, algo embrulhado em um tecido fino avermelhado – Eu só queria ter certeza que você não iria mudar de idéia.

Cassie pegou o tecido e o desdobrou. Uma pequena pulseirinha estava no centro. Uma tira de couro preta e duas contas de prata unidas pela tira, disso que era composta a pulseira, e era linda, linda como as lembranças que ela tinha da mãe.

- A, pai, obrigado, obrigado, obrigado! – ela se jogou nos braços do mais velho e lhe abraçou, ágoras as lágrimas escapavam de seus olhos, deixando uma mancha úmida no ombro de seu pai.

- Espero que te traga boa sorte – disse em um sorriso.

Cassie a passou pelos dedos, escorregando para seu pulso, era a medida certa, nem tão grande nem pequena; agora SIM a roupa estava perfeita.

“Obrigado” a menina mexeu os lábios formando a palavra para seu pai enquanto dava meia volta para subir na bicicleta. Agora, mas do que nunca, ela estava motivada, bastava apenas um empurrão do destino e um sopro de sorte para que tudo desse certo.

Os pneus da bicicleta cor de rosa deslizaram sobre a rota 201, agora não existia mais a sonhadora Cassie, agora era Cassie, a garota que está determinada a realizar todos os seus sonhos.

Continua...