Fanfic: Sempre | Tema: Pokémon
— CAPÍTULO 3 —
MALDITA FAMA
“Neste lado do paraíso é onde eu quero estar
Este lado do paraíso, para você e eu
Neste lado do paraíso, o que você tem é o que você vê
E eu nunca pensei que veria um lugar tão bonito, neste lado do paraíso”
This Side of Paradise - pokémon
Tyler esperou até o ultimo klack do flash das câmeras para poder falar. Ele já estava cansado daquilo, sorte que faltava pouco para que tudo fosse como deveria ser, apenas um garoto normal, sem câmeras, entrevistas ou noticias escandalosas em jornais.
- Eu ainda não decidi – disse o garoto respondendo a pergunta de um dos jornalistas – Afinal, Turtwig, Chinchar e Piplup são Pokémons incríveis.
- É verdade que você vai assumir o ginásio de Snowpoint assim que vencer a liga? – perguntou outro repórter.
- Na verdade eu e Cand. Pensamos em uma liderança compartilhada, é algo totalmente novo em Sinnoh e esperamos que de certo.
- É verdade que a Fantina é sua mãe? – perguntou uma mulher se espreitando por entre o mar de repórteres.
- Não, claro que não! – disse ele surpreso – Onde você escutou isso?
E então foi alavancada uma saraivada de perguntas. Os repórteres puxavam as roupas do garoto e lutavam contra a segurança atrás de fazerem perguntas enquanto a visão de Tyler era ofuscada por centenas de flashes disparados diretamente no seu rosto, tentando pegar o melhor ângulo.
Pouco a pouco os seguranças foram levando o garoto até o camarim no interior do local. Tyler nunca fora como os outros, sempre estava acompanhado de um segurança, este para protegê-lo de um fotógrafo. Ele sabia o que aconteceria se ganhasse a liga Pokémon, não seria muito diferente do que é agora, mas ai ele teria uma desculpa suficientemente boa para poder se livrar de tudo: viajar para outras regiões, onde ninguém sequer saberia o que era a região de Sinnoh, quanto mais quem era Tyler, irmão de Candace, líder do ginásio de Snowpoint.
Tyler se jogou em um pequeno sofá branco. Havia espelhos por todo o lugar, assim como estrelas douradas. Barbra, a melhor e única amiga do menino estava sentada em uma cadeira giratória em frente ao espelho, penteando os cabelos. Seu Pokémon, Glaceon, estava deitado em uma almofada no canto do quarto.
- Cara, isso deve ser tão irado! – exclamou Barbra.
- Claro que é – falou Tyler ironicamente – espero o dia em que irão querer roubar meu rim apenas para por como peça de exposição, acredite, esse dia não está longe.
- É por isso que vai embora?
- Não, Bra. , não acho que eles seriam capazes de roubar meu rim.
- Não isso – ela virou a cadeira para poder olhar diretamente para o corpo molenga jogado no sofá – Estou me referindo a sua liberdade, privacidade e todo o resto.
- Uhum – assentiu – Você entende não é?
- Não – admitiu – Prefiro sua vida que a minha mas você é o cara que mais gosta de receber atenção que eu conheço e se você está reclamando de falta de privacidade e todo o resto então acho que as coisas podem não ser como eu acho que são.
- você é a única que me entende – admitiu o menino.
Tyler encolheu as pernas quando Barbra foi até o sofá e se sentou ao seu lado.
- vou sentir sua falta – ela disse.
- Nós ainda teremos um ao outro, ao menos na memória – ele deu uma piscadela para ela – Vivemos muita coisa para uma simples jornada destruir, Bar. , você vai ser sempre minha melhor amiga, sempre.
A menina se inclinou, suas bochechas estavam rosadas e seus dedos tremiam, ele sempre tinha tido uma enorme vontade de fazer aquilo e esta parecia à hora perfeita. Barbra esticou ou dedos, passando pela nuca de Tyler, aproximou seu rosto do dele e seus lábios se encontraram.
Foi um beijo mínimo, como um pousar de uma borboleta. Logo as lágrimas da garota estavam envolvidas e ela o abraçou, abraçou como se abraçasse a própria vida.
- Eu te amo tanto – choramingou a menina.
Tyler estava surpreso, entre todas as garotas ela, logo ela... Ele a envolveu com um abraço e aproximou sua boca do ouvido de Barbra.
- Eu também te amo muito, minha amiga, muito.
Tyler não mudou muito seus planos, ele sabia que aproveitaria o seu ultimo dia com as pessoas mais importantes no mundo, que para ele era: Candace e Barbra. E foi o que fez.
Candace tinha prometido organizar um de seus famosos almoços para a despedida, e todos realmente estavam lá. Não os humanos, os Pokémons. Tyler havia crescido com todos eles: Snowver, Mamoswine, Sneasew... Era importante que estivessem lá.
- Eu não acredito! – resmungou candace assim que Tyler e sua amiga entraram na sala.
- O que aconteceu – perguntou o menino preocupado.
- Estão divulgando que a Fantina é nossa mãe, que falta de respeito, tudo bem que ela tem idade para ser nossa tataravó, mas isso não justifica, nem somos parecidos!
- Você já devia ter se acostumado – brincou Tyler enquanto sentava-se na mesa.
E todos o fizeram. Os Pokémons com suas rações, brincavam no chão enquanto os humanos aproveitavam da magnífica culinária de Snowpoint.
- Fiz todos os seus pratos prediletos – disse Candace já mastigando um pedaço de gelatina.
- Não acredito que teve tanto trabalho – disse surpreso.
- você sabe o quanto a Candace gosta disso. – brincou Barbra.
- Sim, eu sei.
Estavam todos ali, os que Tyler realmente queria que estivessem e aqueles que ele não queria nem ter a oportunidade de dar uma ultima olhada. Era quase toda a Snowpoint sacudindo os braços e gritando animadamente enquanto Tyler, o futuro campeão da liga Sinnoh – ao menos era isso que todos achavam – entrava na balsa.
Ela sabia a quem procurar. Jonathan, ou John, como ele o havia apelidado, um garoto com quem ele brincava em suas visitas a Twinleaf. Ele se lembrava que costumava obrigá-lo a comer as plantas com gosto ruim que cresciam perto do lago, na verdade, Tyler adorava ver as caretas que o loiro fazia.
- Adeus! – gritavam as vozes que ficavam cada vez maIs distantes.
Ele iria sentir falta, não das câmeras, isso ele queria longe, mas as pessoas que estavam ficando ali eram muito especiais para serem ignoradas, simplesmente esquecidas. Elas iriam ficar guardadas com ele para sempre, isso era uma promessa que fizera consigo mesmo.
O sol ultrapassava a pequena janela da cabine. Tyler quase não havia dormido, estava agitado de mais para isso. Ele recolheu as poucas coisas que havia trado da mochila e foi para a área de desembarque.
A balsa já estava quase chegando, pontualmente às 9h. Mas um sinal soou pelo local e uma escada foi posta para que todos dissessem. O menino entregou seu bilhete ao funcionário e, pela primeira vez em muitas horas, pôs seu pé em terra firme. O calor estava quase insuportável, suas roupas de inverno deveriam ser trocadas o quanto antes por algo que combinasse com o clima do outro lado de Sinnoh, algo leve.
Tyler se recordava perfeitamente do rosto de Jonathan, mas era o Jonathan criança, Deus sabe o quanto ele poderia ter mudado desde então. Então o menino repassou mentalmente o que deveria procurar: cabelo loiro, pele branca como um floco de neve, olhos alaranjados, personalidade irritadiça, poderia estar envolvido em algum barraco.
Sentado em um banco de madeira, com a cabeça encostada no apoio, onde deveriam estar encostada as costas repousava um menino que batia perfeitamente com a descrição, até a personalidade irritada estava presente, já que ele não parava de bater com o pé no chão, impaciente.
- John? – disse ele quando se aproximou.
Jonathan se voltou para onde estava vindo a voz e seu rosto adotou uma expressão surpresa.
- Ty-tyler? – gaguejou.
- Sou eu mesmo. – disse enquanto dava seu sorriso mais simpático.
Continua...
Autor(a): andrewsalvatore
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