Fanfic:  ✬ Garota Dos Meus Sonhos ✬ тєямiиαdα | Tema: √ση∂у (ค๔คקtค๔ค)

Finalmente o localizei no fim de uma linha de cadeiras da arquibancada, enxugando o rosto com uma toalha. Caminhei em sua direção, sem saber como ele reagiria. Será que Pablo ia querer retomar a coisa no ponto em que eu havia deixado?

– Ei, Pablo – comecei, hesitante -, sou Christopher Uckermann, o colunista esportivo do Hillcrest Herald. Sem resposta. – Hã... Como vai, Pablo? – tentei novamente. Pablo levantou a vista.

– O que? – perguntou, como se estivesse olhando através de mim. Fiquei esperando ele saltar da arquibancada e começar a me estrangular, mas o cara simplesmente ficou lá sentado, me olhando fixamente com um olhar perdido,como se eu fosse de vidro. Não se lembra de mim, constatei, não se lembra de que eu o empurrei no sábado.

Provavelmente isso nem importava para ele. Será que também já tinha esquecido que partira o coração de Dulce? Será que essa era mais uma das coisas que não contavam nada para o grande Pablo Lily? Subitamente, conseguir que Pablo se dispusesse a ir pedir desculpas a Dulce me pareceu algo cujo esforço não valia a pena. A ideia de tentar conserta as coisas entre ele e Dulce estava fora de questão.

Em vista disso, eu não tinha outra escolha a não ser fazer com ele uma entrevista que não queria fazer.

– Você gostaria de dizer algumas palavras para o nosso jornal, Pablo? – indaguei fingindo animação.

– Ah, mas claro! – respondeu ele, subitamente interessado em mim. Pablo jogou a toalha de volta no banco. – Pode dizer ai que estou na melhor forma possível para o jogo desta quarta feira contra os Red Plains. Você vai fazer uma reportagem exclusiva sobre mim?

– Devo fazer? – perguntei tentando manter o tom inalterado.

– Estrela em ascensão, segundo melhor cestinha da região, vigiado de perto por olheiros de times universitários, tudo isso e mais um pouco, pode crer – proclamou Pablo, exibindo um amplo sorriso. Ele inflamava o peito amplo enquanto sorria. – O jornal da cidade já me colocou na primeira pagina do caderno de esportes duas vezes esse ano –continuou.

– Imagino que seja difícil evitar que suba a cabeç, não? – provoquei, já sabendo que com aquele sujeito um sarcasmo mais sutil era puro desperdício.

Ele concordou balançando a cabeça:

– Mas eu tento me manter humilde – explicou.

– E as garotas? Acho que elas devem ficar muito impressionadas...

– Ah, pode apostar que ficam – confirmou Pablo, sorrindo e abaixando repentinamente o tom de voz. – Chego a ter de enxotá-las, sabe como é?

– Sei como é – respondi, apesar de não saber como era, é claro. Será que Dulce não se dava conta do cérebro de ervilha que Pablo tinha?

– Pra falar a verdade – continuou -, agora mesmo estou enxergando um par de admiradoras. Elas ficam rondando o ginásio na esperança de me ver. Ouvi o ruído de passos no assoalho de madeira e me virei rapidamente, em parte esperando me deparar com Dulce.

Mas a primeira garota que se aproximou era mais alta que Dulce. Loira, cílios e olhos pintados, empetecada de maquiagem. Usava um batom brilhante, e corou quando Pablo olhou para ela. A segunda era mais baixa e rechonchuda, de cabelos ruivos. Ambas acenaram excitadas quando Pablo começou a andar em direção a elas.

Ele colocou seu braço em volta dos ombros da garota mais alta, que se inclinou para sussurrar algo no ouvido dele. Fiquei aliviado quando o treinador assoprou o apito e Pablo teve de voltar correndo para a quadra. Como ele podia preferir aquela garota “aquelas garotas” a Dulce?