Fanfic: A Nobreza.

Todos na cidade conheciam os Stravinsky. Sua fortuna desmedida assombrava a todos. Os donos das lojas, estavam felizes da vida. O que podia render mais lucros que mulheres? Ainda mais mulheres milionárias? Mas não era para comprar coisas sem necessidades que Laís estava ali, e sim para comprar tudo que Sophi precisava.
A menina precisava de tudo, e Laís comprou tudo que o dinheiro pudesse pagar. Vestidos, sapatos, escovas, sabonetes, perfumes, joias, eletrônicos. Tinha comprado roupas que encheriam um guarda-roupa. Estava olhando um vestidinho quando sentiu mãos conhecidas na sua cintura. —Você termino... —Ele mesmo se calou ao ver o enorme monte de coisas que Laís havia separado numa única loja. —Que diabos é tudo isso? —Coisas pra Sophi. —Disse sem dar atenção
—Sophia tem tudo o que precisa. —Disse friamente, enquanto Laís olhava a renda do vestido. —Ai é que você se engana. Ela não tem nada, parece um menino. —Disse com frieza. —Eu vou ser a mãe dela. —Laís não viu, mas o semblante do rapaz mudou na hora. —Escuta aqui. —Ele falava entre dentes. —Eu não sou o tipo de homem que volta atrás em uma decisão, então, não me importune. —O vendedor que trazia uma pilha de coisas pra Laís de onde estava, voltou.

—Jura? Pois deixa eu te contar uma novidade. —Ela se virou pra ele, jogando o vestido roxo no monte de coisas que compraria. —Eu não sou o tipo de mulher que abaixa a cabeça. Então, não me subestime. 
Christopher encarou Laís, furioso. Ela correspondeu o olhar a altura. Estava com tanta raiva. E assim ficaram, os dois olhos azuis, um lançando aversão contra o outro. Então, o olhar de Christopher se suavizou em um sorriso de deboche. —Tudo bem. —Ele se virou pra pilha de coisas. —Mas isso. —Ele pegou um vestido de festa com que aparentava custar uma fortuna. —Isso não vai. —E outra vez o sorriso nasceu nos lábios dele.
Laís empalideceu. Como assim não poderia levar os vestidos de festa? Christopher era meramente intolerável. Mas ela sorriu. Veio preparada pra isso. 
—Tudo bem, os vestidos finos ficam. —Ela tirou o monte deles do bolo de roupas. —Podemos ir? 
Christopher a encarou, surpreso, mas achando graça. Foi até o caixa da loja, que fez as contas e teve um surto de prazer quando Christopher lhe pagou tudo, em dinheiro vivo. Chris voltou pro carro, e Laís fingiu estar conferindo as compras. Mas quando ele saiu, ela tirou um pequeno bolo de notas do decote e comprou os vestidos, misturando-os nos pacotes. Voltou pra carro sorrindo, e foi em silêncio pra casa, já que Christopher fez questão de ir no mesmo carro com ela, mandando o seu com um funcionário da empresa. Quando chegaram a casa, ele rumou ao escritório, para organizar alguns papéis, e Laís foi direto pro quarto de Sophia, com um exército de empregados carregando caixas, sacolas e tudo que fosse possível atrás dela.

—Sophi. —Laís bateu de leve na porta do quarto da menina. —Posso entrar? —Claro! —De pronto Sophia já estava de pé. Quase teve um ataque quando viu todas as caixas de presentes que abarrotavam o corredor. A menina deixou que os empregados entrassem e aos poucos as sacolas e caixas foram todas carregadas para dentro do quarto.
Quando terminaram, o quarto da menina estava cheio. Ela e Laís se divertiram rasgando tudo de velho e cinza que a menina tinha: roupas, lençóis de cama, tudo. Depois, cuidadosamente, arrumaram tudo de novo. O guarda-roupa ficou repleto de roupas. Os dias foram se passando, e Sophia aprendia cada vez mais. Já sabia comer corretamente, e andar com as sapatilhas novas. 
Laís, que estava encostada na cama, foi até a cadeira do lado de Sophi. Sentou-se, deixando as pernas penderem pro lado. —Damas direitas nunca cruzam as pernas, deixam elas ficarem gentilmente relaxadas. - Apontou pra as pernas. —Sophia tomava café no quarto quando Laís entrou.
A menina se ajeitou com delicadeza na cadeira e deixou as perninhas de lado. Laís sorriu e bateu palmas, abraçando a menina em seguida. Laís não sabia, mas Christopher a estava observando pela porta entreaberta. Ele revirou os olhos, balançou a cabeça negativamente, mas riu ao sair. Logo um mês se passou. Sophia estava se tornando uma dama. E em uma manhã imprevista, Mariah e Diego retornaram.