Fanfic: A Nobreza.

—Não pense em fugir de mim. Não considere essa ideia. Será pior pra todos. —Ele avisou, erguendo os olhos pra encará-la. —Te espero lá em baixo. —Ele deu um leve beijo na mão dela e saiu, deixando uma Laís pasma.

Laís acordou com frio aquela manhã. Ela se embolou nos lençóis, ficando quase descoberta. O tempo estava, como sempre, nublado. Christopher não estava mais lá. Ela se levantou, tomou um bom banho quente, escovou os dentes, penteou os cabelos. Estava terminando o último, quando ouviu duas batidinhas leves na porta.
—Pode entrar, Giorgia. —Disse sem dar atenção, sentada no banquinho da penteadeira, de costas pra porta, escovando os cabelos. A porta se abriu lentamente.
—Se não for a Giorgia, pode entrar também? — Ian sorriu olhando ela, enquanto fechava a porta atrás de si.
Laís empedrou olhando o reflexo do espelho. Seu coração disparou gostosamente.
—Ian!—A menina gritou se levantando, derrubando o banquinho.
Laís correu e se atirou nos braços dele, que a agarrou. Ela se sentia inteira novamente, abraçada a Ian. Ele também havia sentido falta dela. Mais do que devia ter sentido, ele sabia disso. Ergueu-a e rodopiou no ar. Era como se estivesse asfixiando enquanto estava fora, e o perfume leve dela lhe devolvesse o fôlego. Laís encheu o rosto dele de beijinhos. Estava fora de controle, de tão feliz. Quando ele a pôs no chão, o que fez não foi solta-la, e sim abraçá-la mais forte. Palavras não eram necessárias ali.

—Me dê um bom motivo pra eu não matar você agora. Rosnou um tempo depois. Ian apenas riu.
—Bom, eu tenho um presente. —Disse sorrindo pra ela, puxando sua mão, enlaçada com a dela, puxando-a pro corredor.
—Isso é um tipo de tentativa de me comprar? —Laís ergueu a sobrancelha, mas apertou os dedos nos dele. 
—Não, esse foi o motivo por eu ter demorado. —Explicou, virando-se rapidamente e assustando ela. Ele a abraçou e ergueu-a do chão, descendo as escadas. Laís riu abraçada a ele. —Posso saber que tipo de presente é? —Ela olhou pra ele, duvidosa. Ian não era do tipo de Christopher, que dava joias extravagantes. Ian tapou os olhos dela com as mãos frias.
—Gosta de cães? —Perguntou, com um sorriso torto ao passar com ela pela porta. Ele soltou o rosto dela.
De início Laís cerrou os olhos. A claridade do dia lhe machucou um pouco. Depois se tocou do que era. Um belo cão Maltês, alvo. O cachorro era o mais branco possível, chegava a machucar a visão. Ela deu dois passos a frente, ainda sem acreditar.
—Que tipo de pessoa dá um cachorro de presente a outra? —Murmurou, descendo as escadarias, encantada com o presente.
—Eu sou um tipo diferente. —Sorriu olhando-a ir até o cãozinho. Ao ver o sorriso de Laís, Ian percebeu que o tempo longe dela foi valeu havia valido a pena. —Quer dar uma volta?
—Se você me acompanhar, tudo bem. —Ela sorriu e pegou a guia do cachorro. Ian segurou a mão dela e os dois saíram andando pelo jardim da mansão.
Os dois caminharam por horas. Só pararam quando a chuva os interrompeu. Ian alertou-a, mas Laís continuou, rindo. Apenas quando suas roupas se tornaram pesados demais de água pra continuar, eles pararam em baixo de uma arvore imensa, ambos pingando água. O cabelo de Ian, agora estava bagunçado e pingando água.

—Eu avisei. —Ian disse ao ver Laís batendo os dentes de frio. Ela riu. —Tome. —Ele tirou o suéter e deu pra Laís vestir.