Fanfic: A Nobreza.

—Sophia? —Berrou parando o carro quando a menina se prostrou na frente do veiculo. Ian não estava sozinho, Diego e Mariah estavam no banco de trás e também olhavam pra ela espantados.

—Ian!—Berrou ofegando. —Eu estava indo atrás de você!
Diego caiu no riso, e Ian ergueu uma sobrancelha, incrédulo.
—Ia a Madrid, atrás de mim de carro? —Perguntou, como se não tivesse ouvido direito.
—Estava indo, mas graças a Deus você está aqui. —A menina soluçava por causa do frio. —Ian, a Laís. —Ian ficou alerta, e Diego parou de rir. —Ela foi ao sótão, e Christopher apareceu do nada, eles brigaram, eu acho que ele bateu nela, eu não sei. —Ian arregalou os olhos, franzindo a sobrancelha. —E ela sumiu! Tem uma semana isso, eu não sei, ela não saiu da mansão, mas eu já procurei e nada!—A menina se engasgou num choro profundo.
Ian não disse nada. Apenas fez com que todos descessem de seu carro e os deixou ali, sumindo no pedaço curto de não mais de 500 metros entre o portão da propriedade e a casa. 
—Meu Deus. —Diego murmurou pra si mesmo. —Pegue a Sophi e voltem andando. —Pediu, alterado. Sentia que uma desgraça podia acontecer entre Christopher e Ian. Pegou o carro na quão Sophia planejava fugir e desapareceu atrás de Ian.
Ian saltou de dentro do carro sem nem se dar ao trabalho de desligá-lo. Subiu as escadarias da mansão num salto. Seu faro foi direto. O primeiro lugar onde ele foi o terceiro andar. Sophia já havia revistado o resto da mansão, e era bem a cara de Christopher deixar a Laís lá. Seu estomago revirou quando chegou ao sótão. Laís estava largada, deitada de bruços, a camisola de seda rasgada nas costas, e a pele das costas em carne viva. Os braços tinham marcas vermelhas, mas as costas estavam muito feridas. Fios de sangue desciam pelos lados, manchando a seda branca. Parecia um escravo que tinha ido pro tronco.

—Laís!—Chamou, depois de se abaixar ao lado dela, tirando algumas mechas do seu rosto. —Laís, fale comigo.
—Ian. —Murmurou, abrindo os olhos devagar. Um sorriso fraco brotou em seus lábios. —Você veio. —Disse com a voz falhando, enquanto ele pegava sua mão.
—É claro que eu vim, me perdoe. —Pediu com a voz atormentada. —Eu demorei muito. Eu deixei você. —Ele deu um beijo no rosto dela e um no canto da boca. Laís sorriu. —Eu vou tirar você daqui.
Foi difícil. Ian poderia carregar ela sem problemas, mas como fazer, se suas costas estavam completamente feridas? Por fim, ele passou os braços dela por seu ombro e a abraçou pelo quadril, ainda coberto pela camisola desfigurada, e saiu às pressas dali.
—Laís!— Sophia berrou assustada.
—Meu Deus!—Giorgia pôs a mão na boca ao se bater com Ian no corredor.
—Chame um médico. —Foi à única coisa que murmurou.
Depois houve o estouro da fechadura quebrando quando Ian chutou a porta do quarto de hospedes, entrando com Laís.
—Laís, pode me ouvir? —Perguntou ao vê-la de olhos fechados. Laís assentiu levemente. —Eu vou pedir pra Giorgia tentar te dar um banho, ou pelo menos tirar o sangue, enquanto o médico não chega, tudo bem?
Laís assentiu. Ian a levou até o banheiro do quarto foi quando Giorgia voltou.
—Cuidado com ela. —Ian advertiu sério antes de sair.
Ian rosnava em fúria quando desceu pra sala. Diego e Mariah já estavam lá.
—ENLOQUECEU? O QUE DEU NA SUA CABEÇA? —Ian gritou ao entrar na sala.
Christopher estava sentado em uma poltrona, olhando papéis, mas sua expressão era balançada. Diego o chamará na real. Ele se descontrolou com Laís. Além de bater, não lhe deu nada que comer nem beber depois. Porém, não respondeu a Ian.

—Machucar a Laís, a fazer sangrar, porque? —Ele encheu o peito de ar. —Pela meiga e respeitável Amanda Gilbert. —Disse, com uma falsa reverência. Christopher ergueu os olhos pra ele. —Ah, você não gosta que falem dela. Porque será? Por causa do seu comportamento deplorável?
—Amanda era diferente, tinha o jeito dela, mas era uma mulher tão respeitável como qualquer outra, não pode julgá-la pelo sobrenome. —Disse entre os dentes, encarando Ian.
—UMA ORDINÁRIA!—Rugiu em fúria. —UMA APROVEITADORA! IA PRA CAMA COM QUEM TIVESSE MAIS DINHEIRO!—Mariah arregalou os olhos . —NÃO VENHA ME FALAR DE DIGNIDADE, CHRISTOPHER. —Os olhos claros de Ian praticamente borbulhavam de ódio.