Fanfic: A Nobreza.

—Nem pense nisso. Você fica aqui e espera. —Christopher disse com calma. Porém, por dentro, se roía de ansiedade. Nunca tinha pensado nisso, mas tinha afeto por essa criança.
—A Laís tá com ela. —A pequena Sophia tentou acalmá-lo.
Não havia nada que ser feito. Diego e sua aflição só atrapalhariam. Os minutos foram passando, e não houve noticias. Somente os gritos de Mariah denunciavam que havia um parto natural sendo feito. 
Diego parecia estar sendo torturado, pela angustia que havia em seus olhos a cada grito que Mariah dava. Nada o desviava daquilo. Ele já soava, sentado, com os cotovelos apoiados nos joelhos. Até Christopher, que era conhecido por ter uma pedra no lugar do coração, estava incomodado com o sofrimento do irmão. Fazia sinal pra Ian dizer alguma coisa, mas ele parecia na mesma situação.
—Er... —Ian fez sinal pra ele tentar distrair Diego. —Então, Diego. —Chris procurou as palavras. Diego o encarou, e o verde de seus olhos era agoniado. —Qual nome vocês vão dar? 
—Se for homem, Diego, terá o nome do pai. —Se interrompeu com um grito de Mariah. Olhou pra cima e suspirou. —Se for mulher, Valentina. A minha menina. —Sorriu, torturado pelo sofrimento da amada.
Pra uma família como a deles, ter um filho homem era um orgulho. Se fosse menina... bom, pelo menos tinha saúde. Mas Diego disse o nome da filha com tanto amor, era anormal. Os minutos continuaram passando, e se converteram em horas. Lá em cima a situação também não era fácil. Mariah já coroava de dor. E Laís estava atônita com o desespero da amiga.
—Força!—O médico pediu animando Mariah, se algo desse errado conhecia perfeitamente a fama da família. Havia sido por imposição deles que a moça estava em casa.A cabeça do bebê estava quase do lado de fora.
—Vamos. —Laís disse angustiada. Ela segurou a mão de Mariah durante todo o parto. Sua mão estava quase sangrando agora.

—Eu não aguento mais. —Murmurou, no meio de seu choro.
—Pelo seu filho. Pelo Diego. —Insistiu. Mariah assentiu, e fez força de novo.
Mais minutos se passaram, e finalmente, com um último grito, o herdeiro nasceu. Era um menino, chorava e esperneava. Mariah riu entre as lágrimas. Laís pegou o menino na manta, enquanto o médico e Giorgia cuidavam de Mariah.
—Leve ele pro pai. —Mariah pediu sem forças sorrindo, quando Laís terminou de limpar o bebê. 
Laís avançou pelo corredor, olhando o menino nos braços. Não havia aberto os olhinhos ainda. Tinha um cheiro diferente. Cheirava a vida. Ela desceu as escadas, e encontrou o olhar de Diego, que chorava com a mão na testa.
—O seu menino. —Disse, e entregou Diego ao pai, que o segurou derretido. —Mariah está bem. Apenas está cansada. —Respondeu ao olhar indagador e preocupado dele.
Christopher sentiu algo diferente ao ver Laís carregando o bebê. Por uma fração de segundo, quis que aquele menino fosse seu. Estava aturdido. Odiava crianças, qual o problema agora? Franziu a sobrancelha, e quando olhou Laís viu que ela mesmo sem olhá-lo, tinha a mesma expressão.

—Ninguém vai trabalhar. —Murmurou, quando o bebê segurou seu dedo, sem força nenhuma —Todos os empregados dessa mansão, da empresa, do raio que me parta em dois, ninguém vai trabalhar. Serão pagos pra ficar em casa uma semana, descansando e comemorando, com tudo do bom e do melhor, o nascimento do meu filho. —Diego disse orgulhoso e fascinado com a criança em seus braços. Ian apenas sorriu.
E foi como Diego mandou. Ian voltou ao escritório, e avisou a todos que ninguém trabalharia durante sete dias, e que os Stravinsky pagariam festas por todos os cantos. A chegada do filho merecia ser comemorada. E todos comemoraram só não se sabia se era pelo nascimento de Diego, ou pela semana de folga e a festa bancada.
—Mariah? —Diego perguntou, entrando no quarto. Tinham lhe tirado Dieguinho pra lhe dar os cuidados necessários. Mariah já havia tomado banho. Giorgia trocou tudo no quarto, estava tudo limpo. A ruiva repousava entre os fofos travesseiros, com os cabelos presos, e em uma camisola que parecia absurdamente confortável. Ele se aproximou dela, sentando-se ao seu lado na cama. Ela ressonava levemente. Estava lá, olhando-a a minutos, quando ela despertou.
—O bebê? —Perguntou sonolenta.
—O nosso Dieguinho está bem. Foi com a Laís e a médica, elas vão trazê-lo logo. —Mariah sorriu. —Você está bem? —Acariciou o rosto da amada, preocupado.

—Estou, mas tenho a sensação de que vou dormir por uma semana. —Disse, se abraçando ao peito dele, Diego riu.
—Vou deixar você dormir. —Disse, se levantando, pronto pra dar a ela o sono que tanto precisava. Mas Mariah não deixou.
—Não! Fique. —Segurou o braço dele. —Deite aqui comigo. —Ela chegou pro lado, e ele, após tirar os sapatos, deitou-se ao lado dela, que o abraçou novamente, pousando a cabeça em seu peito. Diego a aninhou em seus braços e a ninou, enquanto deixava os lábios pousados na testa dela. —Se importa se eu dormir assim? —Perguntou dengosa. Diego sorriu.
—Descanse em paz, meu amor. —Murmurou contra a testa dela, selando os lábios com a mesma em seguida. Não demorou muito, Mariah desabou em seu sono, e Diego ficou ali, a afagá-la. Sua vida sem ela não era nada, notou enquanto embalava o sono da amada.

—Ai!—Laís gritou recuando ao entrar no banheiro e ver Christopher ali, encostado perto do espelho, sem camisa e descalço. —Que susto, Chris!—Ela pôs a mão no peito, tentando regularizar a respiração. Ela ainda estava de toalha, pelo banho recém-tomado. Voltou ao banheiro pra buscar algo, e se esqueceu do que era quando o viu ali. De onde ele tinha saído?