Fanfic: Irresponsável | Tema: Romance

Cinco minutos depois, quando estava completamente ensopada, percebeu que não conseguiria chegar até a casa de Dona, na verade, não conseguiria chegar nem a esquina daquela rua no meio do nada, ladeada por arvores de um lado e de uma plantação de arroz do outro. 

"Jesus", pensou Samanta quando uma outra onda de dor a invadiu e ela dobrou os joelhos. Ficou assim ajoelhada  um bom tempo antes de criar a coragem e levantar. Por sorte, escutou o barulho de um carro vindo em sua direção e acenou com ambos os braços. 

- PARE, POR FAVOR, PARE! 

O veículo vinha em grande velocidade, mas freiou perto dela. Samanta levou alguns segundos para processar, mas aproximou-se do carro, pela janela do carona, cujo vidro foi se abaixando para ela observar o motorista. 

- Nicolas? - disse ao reconhecer o filho de D. Hilton, um dos homens mais respeitados da cidade. 

- Eu te conheço?? - perguntou Nicolas, meio aborrecido, meio entediado, mal olhava para ela, estava mais preocupado com a estrada. 

- Eu preciso de ajuda, Nicolas. Eu estou grávida, minha bolsa d`Agua rompeu e eu estou em trabalho de parto... e acho que...

- E onde está pai da criança? - perguntou ele, interrompendo Sam. 

- Olha... eu... não sei quem é o pai da criança, está bem. E ninguém quer assumir de qualquer jeito. Mas essa não é a questão... a questão é que eu preciso ir a um hospital. 

- E o seu mãe ou seu pai?

Samanta daria um soco naquele boyzinho arrogante se não estivesse tão necessitada de sua ajuda. 

- Meu pai morreu, você foi ao enterro dele, você e seu pai e minha mãe... bem...ela me expulsou de casa, por favor, Nicolas. 

Nicolas deu um muxoxo, parecendo ainda mais aborrecido. 

- Entre! 

Samanta não esperou duas vezes e abriu a porta, quando se sentou, percebeu com horror que em suas calças havia sangue misturado a agua da chuva e da bolsa d`agua. 

- Meu Deus... o que está havendo com você... - perguntou Nicolas, colocando uma das mãos nos ombros de Samanta. 

- Não sei... mas estou com muita dor, por favor, me ajude... - disse Samanta, com medo, sentindo as lagrimas quentes descerem pelo rosto gelado pelos pingos de chuva. 

Ele imediatamente tirou a jacketa jeans que estava vestindo e jogou sobre os ombros de Samanta. 

- Fique calma, ok? - disse ele, dando a ré para fazer a volta. O Hospital ficava no centro da cidade, há mais ou menos oito quilometros o que, de carro, dava por volta de meia hora em bom tempo. 

Samanta passou a mão pela barriga. 

- Vai dar tudo certo, bebê... vai dar tudo certo... - falou baixinho, descontraída com os pequenos movimentos do bebê em sua barriga, sem perceber que Nicolas a observava atentamente.