Fanfic: Contos de Inverno | Tema: The Elder Scroll-Skyrim

Kirk

-FAENDAL, FAENDAL.

Gritava na escuridão banhada em chamas, mas não ouvia resposta.

-Dragonborn a quem está procurando?  - Perguntou um dos guardas, aquilo o enfureceu.

-Já falei que não sou o Dragonborn, lendas são apenas histórias contadas para crianças dormirem. O fato de eu conseguir usar o Thu’m não significa que seja o herói da lenda. Que eu saiba o líder da rebelião Stormcloack também sabe usar esse poder, talvez ele seja o Dragonborn não eu.

Aquilo fez os guardas refletirem um pouco.

-Mas você absorveu um dragão.

-E vocês nunca mataram outro dragão para saber o que acontece. –  Disse, colocando um ponto final na conversa.

Continuou a procurar, chutando corpos enegrecidos pelas chamas, alguns, as peles soltavam e ossos esfarelavam com um pequeno toque. Como eu fiz aquilo? Perguntava-se enquanto caminhava, entre os mortos, podia ouvir a Housecarl do Jarl dando ordens.

-Eu quero os corpos contados até o amanhecer. Os feridos devem ser levados imediatamente para Whiterun para serem curados pela sacerdotisa, os mortos devem ser numerados e identificados a fim de ser feito os ritos fúnebres e serem devolvidos a suas famílias. – Então voltou se para o guerreiro entre os corpos – Guerreiro, iremos lhe comunicar se encontrarmos seu amigo entre os demais. Era um Elfo da Floresta não era?

-Sim, era. E eu não sou nenhum guerreiro tão pouco, tento apenas sobreviver nesse mundo hostil que é Skyrim, dias atrás era apenas um minerador ajudando um comerciante. - Até sermos atacados. Disse para si mesmo.

-Sua pericia em combate prova o contrario. Em que vila você nasceu?

-Meus pais eram de Helgen, mas eu vivia Hammerfell. Meu pai me ensinou a manejar uma arma em combate e a caçar com um arco e flecha, me ensinou a viver com dignidade, mas ele está morto com muitos aqui hoje.

-Esses homens serão lembrados como heróis que defenderam sua cidade, assim como você matador de dragões. Como é o seu nome?

Ele estava cansado.

-Kirk, meu nome é Kirk, e lembre-se de Gannar. Aquele “arqueiro” Redguard foi crucial para matar o dragão. Não vejo ele entre os corpos.

A Housecarl falou sombriamente.

-E eu duvido que ele esteja morto.

-Também duvido que esteja.

A primeira vez que Kirk encontrou o Redguard que insiste em esconder seu rosto, foi no tumulo das cataratas lúgubres, ele e Faendal tinham passado por todos os mistérios que envolviam aquele lugar e se defrontaram com o senhor dos mortos do local. Por mais que Kirk tivesse habilidade com armas, não era pareô para ele, ele era forte demais, três golpes de seu machado, fizeram o escudo de Kirk em pedaços. E ele gritava, assim como eu gritei ao matar o dragão. Então quando o senhor dos mortos iria dar o golpe final, uma flecha dourada o silenciou com um só tiro, feito isso o Redguard reivindicou seu premio, uma placa de pedra grande que havia dentro do tumulo. Kirk não se importou, seu premio era a garra de ouro que prometeu ao irmão da amada de Faendal. Mas não conseguia esquecer-se da impressão que o Redguard passava. Ele é perigoso, foi a primeira coisa que pensou quando ele saiu das sombras.

A segunda vez que o encontraram ele, O Redguard estava entregando a pedra ao feiticeiro da corte do Jarl, e pedindo ou talvez exigindo que seu nome fosse cantado pela cidade, pelo seu “grande” feito.

-Depois da pesquisa que o feiticeiro fará ao artefato, seu nome será lembrado pela sua valorosa ajuda na pesquisa sobre dragões.

Foi ai que ele foi ouvido, e deu o recado sobre Riverwood, que recebeu reforços armados. Nesse momento, porém, um guarda chegou ofegante e disse que tinha avistado um dragão nas proximidades, o Jarl pediu ajuda aos forasteiros e Kirk pode ver o sorriso ébrio do Redguard. Ele esta bêbado?

Depois disso aconteceu a batalha, e tudo que Kirk podia se lembrar, era de fogo, flechas, gritos e mais fogo.

-O encontrei! –Anunciou.

Faendal estava jogado no chão, meio queimado perto de uma rocha, a alguns metros da estrada, esta irreconhecível com as queimaduras, mas sua orelha pontuda denunciou sua identidade.

- O que fará?- Perguntou a Housecarl.

- O enterrarei aqui, depois irei dá a noticia de sua morte em Riverwood.

-Tem um local para passar a noite?

-Eu me viro.

- Ouvi dizer que os companheiros precisam de novos recrutas. São uma guilda honrada, e suas habilidades em batalha podem ser uteis. Além do mais, terá comida e bebida farta todos os dias, além de uma cama seca e macia. –Ela então tocou em seu ombro e apertou. – Sinto muito pelo seu amigo, pedirei uma pá para você.

Quando terminou de cavar e enterrar o corpo, uma linha tênue alaranjada anunciava o amanhecer.