Fanfic: Contos de Inverno | Tema: The Elder Scroll-Skyrim
Quando sentiu a água jogada abruptamente em seu rosto, Gannar levantou-se assustado, se surpreendendo até com a rapidez que conseguiu ficar em pé. Seu primeiro instinto teria sido, levantar-se com punhal na mão, mas, sua cabeça girava e ele estava desorientado. Parecia que tinha voltado ao mundo dos vivos, e não conseguia se lembrar de nada.
Uma mulher berrava ofensas ao seu desrespeito, e ele mal podia compreender suas palavras, e então começou olhar em volta, e depois de seus olhos acostumarem-se com luz, ele começou a reconhecer a arquitetura Dwemer do ambiente, e então interrompeu a mulher.
-Onde estou?
A mulher pareceu perceber sua desorientação e confusão, mas não apaziguou muito sua raiva, apenas respondeu a pergunta rispidamente.
- Em Markarth.
Gannar então começou a olhar seus pertences, Markarth não era conhecida por ser uma cidade muito honesta. Mas, por incrível que pareça, tudo estava lá.
Ele olhou ao redor percebendo a confusão, sua cabeça doía, ele levou a mão ate sua testa.
-Eu fiz isso?
-Sim você. Chegou falando coisas sem sentido, sobre casamento uma cabra. Isto é um templo, e espero que você concerte os seus erros.
-Não tenho tempo para isto. Tome isso pelos problemas.
Então jogou uma bolsa de moedas para ela, que pegou meio incerta e abriu vendo o conteúdo. Sua raiva pareceu dissolvesse como nevoa. Gannar ainda olhava o ambiente antes de falar sem olhar para ela estendendo sua bolsa de água.
-Poderia encher essa bolsa de água para mim? E claro me mostrar a saída por favor.
-Por aqui. – Disse simplesmente.
Nessa altura, Gannar já estava se sentindo sóbrio, e água ajudou a acelerar o processo. Chovia muito em Markarth quando a sacerdotisa abriu a porta, e o vento arrancou seu capuz, mas ele o ajeitou quando se virou pra ela se desculpando.
-Sinto muito, eu nem me lembro de como cheguei aqui.
A essa altura o outro já tinha apaziguado sua raiva e ela respondeu calorosamente, como uma mãe faria com um filho um pouco doente.
-Bem, você tinha bebido muito quando chegou aqui. Você discursava, mas a maior parte não dava para entender. Disse algo sobre Rorikstead.
-Obrigado, irei passar por lá. Desculpe novamente os transtornos.
Depois daquele dia, Gannar evitaria mais do que um copo ou dois de qualquer bebida alcoólica.
A chuva limpou os últimos vestígios de desorientação da sua mente, e ele preferiu por hora, ignorar o misterioso homem que embebedou e seguir em frente com sua vingança contra Marcer Frey.
Pensar em Mercer Frey o fazia levar sua mão a cicatriz que sua espada envenenada deixara. Ainda doía ao toque. Ele tentava imaginar onde encontraria Calcelmo em meio aquele labirinto de pedra que era Markarth, quando se lembrou de algo e vasculhou sua bolsa ate achar um livro intitulado: Dwemers: Arquitetura e Designs. E lembrou-se que Enthir um amigo de Gallus que vivia em Winterhold afirmara que Cacelmo era o feiticeiro da corte, logo, ele só poderia estar no salão do Jarl.
Gannar Dirigiu-se até lá.
Quando atravessou as portas, tudo que pode ver foi ruínas e entulhos e perto de uma arcada que levava a um grande corredor de pedra, que se deduzindo, levava ao Jarl. Dois homens discutiam, ou melhor, um deles, e que estava bastante exaltado, os guardas ao redor seguravam o cabo da espada para qualquer tipo de movimento brusco. O grandalhão gritava com o sacerdote, que tentava apazigua-lo.
-Não estou entendendo nada. Está fechado por uma razão.
O homem que estava visivelmente irritado estava a alguns metros do sacerdote, mas bastava ele sacar a espada e dar alguns passos para acabar com a vida dele.
-TIPICAS MENTIRAS DO IMPÉRIO. Primeiro vocês nos tomam Talos e agora nos impede de ver nossos respeitáveis mortos? Você e o Jarl irão responder por qualquer violação dos corpos de meus ancestrais.
Dizendo isto saiu a passados largos. Do lado direito havia uma entrada que levava a uma grande porta, e era protegida por um guarda, a sua esquerda, havia entulhos e mais entulhos o que fazia parece o lugar de uma grande escavação, e a sua frente havia um guarda que perguntou quanto ele se apresentou.
-Veio ver o Jarl? Não faça movimentos bruscos.
-Na verdade vim ver Calcelmo. Sou um grande fã. –Mostrou o livro, e como achava que isso não era suficiente, mostrou a flecha Dwemer. –Soube também que ele estava procurando isto.
O guarda deu uma olhada na flecha e então indicou com a cabeça a direção dos entulhos.
-Você vai encontra-lo por ali.
Se Gannar tinha se surpreendido com a grandeza da arquitetura Dwemer, quando entrou no salão em qual Calcelmo trabalhava, ficou sem palavras. Tão enorme era o ambiente que não se podia ver o teto, o salão era tão grande que poderia caber uma vila naquele espaço. Havia uma ponte que levava a uma porta dourada enorme que parecia feita mais para gigantes do que para homens, em baixo dessa ponte existia um rio que corria forte, fazendo um barulho ensurdecedor, foi perto dessa ponte que poderia se encontrar Calcelmo trabalhando. Gannar o abordou.
Calcelmo apena lançou um olhar sobre os ombros e entediado com a interrupção voltou a sua bancada.
-O que você esta fazendo aqui? O local da escavação esta fechado. Eu não preciso de trabalhadores ou guardas.
-Escavação?
-Nchuand-zel? A grande quantidade de artefatos em cuja pesquisa apliquei minha vida inteira?
-Hum....
Ele pareceu se irritar com a falta de conhecimento de Gannar, porque estava gritando.
-Seu idiota. Você por acaso sabe quem eu sou? SOU O MAIOR ERUDITO SOBRE A CULTURA DWEMER EM TODA TAMRIEL E AS PESSOAS CONTINUAM ME INCOMODANDO!
Talvez ele tenha percebido que todos em volta olhavam pra ele, ou apenas algo no rosto impassível de Gannar, mas ele resolveu se desculpar.
-Eu... eu sinto muito, eu... estava muito agitado. Estou no meio de um trabalho muito... estressante e não devia ter gritado. Como posso ajudá-lo?
Gannar tirou a flecha Dwemer e mostrou a ele.
-Creio que mandou anunciar nas cidades que procurava algo assim.
Ele pareceu encantado, e seu primeiro movimento foi tocar a flecha, mas Gannar a afastou. Ele entendeu o recado.
-Excelente. Muito bom. Isto é exatamente do que preciso para completar uma serie de estudos que estou escrevendo sobre os artefatos Dwemer e sua ressonância mágica. E simplesmente preciso disto! Pagarei o dobro do que custa.
Gannar sorriu maliciosamente.
-Acho que você pode fazer melhor que isso.
Calcelmo hesitou por um momento, mas cedeu.
-Bem... eu suponho que uma pesquisa importante valha cada moeda. Certo. Você tem um acordo. Que tal eu te pagar o dobro mais a metade em troca?
-Vendido. Pegue.
Calcelmo pegou a flecha como uma joia frágil e valiosa.
-Fico feliz por fecharmos um acordo.
Ele já estava voltando ao trabalho quando Gannar o interrompeu novamente.
-Eu ouvi que você sabe muito sobre os antigos Falmer.
Ele se irradiou com isso, Calcelmo era um pesquisador vaidoso.
-Então você está bem informado. Estou nesse momento à beira de completar o meu Opus Magnum sobre o assunto. Eu vou o chamar de O Guia para traduzir Falmer de Calcelmo. Ele vai revolucionar a forma como entendemos esses seres antigos. – Ele falava todo sorridente.
-Talvez eu pudesse ver o seu trabalho?
O tom de Calcelmo mudou completamente, ele parecia até estar com certo medo.
-ABSURDO! Aquela pesquisa representa anos de empenho pessoal numa das mais perigosas ruínas Dwarven de Skyrim! Você deve ter perdido a razão se acha que eu permitirei que alguém o veja antes de estar completo.
-Mas eu tenho uma grande admiração pelo seu trabalho!
Calcelmo não se deixou convencer.
-Embora estime sua admiração, ainda tenho que declinar. Sendo um admirador, tenho certeza que você pode entender a necessidade de manter em segredo a minha pesquisa.
Gannar resolveu então tentar outra abordagem.
-Quanto custaria para você mudar de ideia?
Aquilo ofendeu profundamente Calcelmo.
-Não sei com quantos eruditos você lidou antes, mas posso assegurar que a riqueza pessoal é a última das nossas prioridades.
-Esqueça, e me desculpe. Talvez eu volte mais tarde.
O erudito ficou aliviado com a desistência da insistência em ver o seu trabalho.
-Muito bem. Talvez quando minha pesquisa estiver completa, me sentirei mais confortável discutindo as descobertas com você.
Eles apertaram as mãos e Gannar sorriu satisfeito.
-Muito obrigado por me receber.
Quando saiu, Gannar não seguiu em direção à saída do palácio do Jarl, ao invés disse seguiu em direção a o guarda do museu de Calcelmo, girando uma pesada chave de metal Dwemer entre os dedos. Ele era um bom ladrão...e assassino.
Autor(a): jonasdeth
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
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