Fanfic: A Medida do Amor | Tema: Coisas simples e divertidas da vida

Naquela noite, Mia resolvera aproveitar o tempo em que todos dormiam, para refletir sobre a vida e sobre tudo o que estava acontecendo. Parece maçante, mas é verdade, todos nós precisamos de um tempo para pensar na vida, e no que pode acontecer em seguida. Foi quando ela teve a ideia de reler a ultima carta de Julinho e pegar naquele botãozinho especial. A carta ainda estava ali, mas...

-Ué, a caixa de fósforos tá vazia?

Ela procurou pelas gavetas, pelo chão, até debaixo do travesseiro e nada, o que era bizarro, nunca tinha se descuidado daquele botão!

-Estranho...

Mia não queria acordar as crianças para perguntar, muito menos para Dona Noemi, ninguém entenderia por que tanta aflição. Foi então que depois de procurar, ela parou e pensou:

-Peraí! Vale a pena a gente perder o sono por causa de algo que nunca vai acontecer?

Estava começando a chover (não se preocupe, era uma chuvinha fina) e ela resolveu dormir, afinal, não deixaria de viver por causa de uma promessa de amor infantil que ficaria na infância.

-Afinal, eu encontrei um amor de verdade, para que mexer no passado?

A chuva se estendeu por toda a noite e continuou de manhã, e o clima chuvoso ganhou tanta força que imperou por todas as horas. No pequeno e florido cemitério da Esperança, estava um clima silencioso entre Giovanna com seus olhos fechados, Julinho e Murilo que permaneciam calados e Rafaela que se controlava para não dar chiliques na hora da despedida de Manuel. As únicas vozes que se escutavam era a do padre com suas orações, e de Dona Marocas, que tentava explicar aquele mistério para Carlinhos, o filho de oito anos.

-Mamãe, por que o seu Manuel foi embora?

-Por que cada um de nós, tem um tempo para ficar na Terra, e esse tempo tem um limite. E quando esse tempo acaba, Deus nos chama para ir para junto dele...

-E o Seu Manuel pode voltar?

-Carlinhos, aqueles que estão perto de Deus se sentem tão felizes que não precisam mais voltar a terra, pois já encontraram a verdadeira felicidade...

-Dona Marocas...Carlinhos...A Rafaela...-Julinho pediu educadamente para que eles ficassem em silencio, pois Rafaela estava quase tremendo ao escutar aquelas palavras, a ficha já tinha caído, ela estava sem o tio, para que recordar?

-Irmãos e Irmãs, que Deus abençoe o nosso irmão Manuel e que o receba na eterna alegria do céu, em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo, Amém

Quando chegou a hora, de repente Rafaela começou a surtar, e pedir para que salvassem Manuel de ser enterrado. Não queria ver Manuel daquele jeito, fechado e desaparecendo dali.

-Julinho, salva meu tio! TIRA ELE DALI! TÃO COLOCANDO ELE PRO FUNDO DA TERRA!!!

-Calma Rafaela, não olhe por favor!- Julinho tapou os olhos da menina que estava aflita, pois era uma cena terrível, mas aos poucos, tudo se amenizava e só sobrava o silencio e o amor.É estranho se despedir de alguém e depois perceber que ela nunca vai voltar. Como diria Anthony de Sanit Exupery: É tão misterioso o pais das lágrimas...

Após o fim da cerimonia Giovanna se afastou para pegar o celular e ligar para alguém que não via a muito tempo e que precisava ter noticias da jovem, mesmo depois de tantos conflitos, brigas e distancias...

-Mãe?

-Giovanna? Voce está bem, filha?

-Eu só quero dizer que eu te amo, eu ainda sou tua filha né?

-Claro que sim, nenhuma mãe esquece dos filhos, ainda que eles sejam os mais rebeldes...

-Giovanna, quando você voltara pra casa, desistir dessa ideia maluca e fazer faculdade?-Perguntou uma voz masculina e preocupada.

-Pai, eu te amo.

-Filha, me perdoa...-Giovanna não aguentou e desligou o telefone. Ficou olhando para as rosas e margaridas daquele ambiente tão bonito e olhava para Julinho e Rafaela juntos e ficou a pensar:

-Por que nunca vai ser comigo?

Quando a chuva terminou,  já caia a tarde e muitos retornavam do trabalho. Rodrigo aproveitou para pegar uma carona com o pai Dionisio.Ele estava pensando muito em como se despedir de Mia.

-Filho,no que está pensando?

-Eu não quero me despedir da Mia com palavras melosas e etc,eu queria algo mais divertido,a maneira dela!

-E por que não uma festa?

-Festa?!Ah,não!-Rodrigo ainda estava traumatizado com os dias em que foi obrigado a fazer a festa de Andresa,que nem aconteceu.

 -Claro!Você não quer fazer algo divertido?Além do mais,é uma festa para seu grande amor,não para agradar a sua mãe ou capricho de namoradinha...

-Uma festa...E por que não?

Enquanto isso,Mia estava trabalhando na confeitaria e ajudando a empacotar os doces quando viu uma pessoa bastante conhecida por ela.Era Dona Noemi,a senhora que adorava os doces e a Menina dos Doces.

-Dona Celeste?

-Menina dos doces!Como estás?

-Eu tô bem...e a senhora?

-Eu decidi seguir em frente,não posso mais ficar parada dentro de minha casa.Por isso resolvi dar uma volta...

-Gostarias de comer aqui?

-Claro!

-Você lembra minha filha,sabia?

-Eu?!