Fanfic: A Medida do Amor | Tema: Coisas simples e divertidas da vida

Naquele começo de noite até aqueles momentos, Cassandra poderia esperar tudo, menos aquela resposta surpreendente de Andresa. Por que ela queria desistir do plano infalível de tirar Mia do caminho dela e realizar o sonho de ficar com o cara que ela amava tanto? Só podia ser alguma brincadeira!

-Mas o que estás dizendo, minha querida? Afinal o Rodrigo é a pessoa certa para você e...

-Só que ele já tem a pessoa certa. E todo mundo tem direito de escolher a quem ama!

-Você só pode estar de brincadeira!

-Eu nunca estive tão seria e tão lúcida como hoje! E eu ainda amo o Rodrigo, mas ele merece estar perto da pessoa que ele escolheu! Amor é isso!

-Amar, amar! Amor é uma desculpa pra aqueles mortos de fome que nunca vão conseguir nada na vida! Sentimentos não enchem a conta bancaria! Alem do mais, o nosso plano está quase pronto! Aceitas continuar?

Andresa de repente voltou a pensar como Cassandra, afinal, por que mudaria os rumos de sua vida por causa dos tapas que levou de uma simples empregadinha que nem ao menos tinha a ver com a vida dela!

-Eu...Aceito!

-Ótimo, assim o nosso plano será perfeito!- E Cassandra desligou o telefone, animada para salvar o filho. E quando Andresa desligou, era como se não tivesse nada, mesmo tendo tudo o que queria a suas mãos. O pior era que Catarina nem estava mais ali para fazer as vontades e mimos da princesa. Mas ela decidiu esquecer o que passou e se arrumou para fazer compras:

-Catarina, estou indo para o shopping!

-Não precisa me avisar. Eu também não vou ficar nesta casa por mais tempo!

“Como a Catarina ficou esquisita!” pensou Andresa enquanto pegou um taxi para ir ao shopping. Havia uma fantasia da Barbie princesa que ela adorava e que ela estava disposta a comprar, e passou algum tempo ali, passeando quando viu Alvaro entrando na loja de fantasias e se virou de costas:

-Moça sabe-me dizer onde tem uma fantasia de Romeu?

-Você é tão ignorante que não sabe diferenciar uma dama de uma funcionaria de loja!

-Você aqui de novo sua sem-graça?! É perseguição agora?

Enquanto isso, Mia estava aproveitando o tempo para tirar uma soneca e relaxar, sonhando com a festa e a viagem que iria fazer. Faltavam poucos dias! E a ansiedade e o medo caminhavam lado a lado. E nessa soneca, ela teve outro sonho importante que a faria refletir sobre muitas coisas...

Ela usava um lindo vestido azul de princesa, com uma tiara de diamantes , (o que logo depois, achou estranho, pois ela nunca curtiu muito ser princesa) e estava a caminhar descalça em um lindo jardim, coberto de margaridas onde não havia preocupações ou expectativas. Ela se sentia feliz, e tinha a certeza de que tudo estaria bem melhor, o importante era amar e viver... E ela avistou o carvalhinho solitário, que agora, tinha perdido o aspecto triste e estava até florido! Foi quando ela chegou perto, que ela escutou uma voz suave e infantil que lhe dizia:

-Menina, está chegando a hora das escolhas. Você terá ainda muito a pedir...

-Quem está falando comigo?

-Não precisa perguntar. Afinal, é você mesma que irá escrever a tua historia.

-Mas por que ainda tenho  que escolher?

-Por que ainda haverá muitos obstáculos, lagrimas, sonhos, novos caminhos, e você, como a grande escritora, deve escolher para onde irás...

-Escolher o meu caminho... Mas como?- E quando Mia se indagou, a voz misteriosa deixou de falar e ela se sentou entre as margaridas, quando de repente, escutou outra voz, que agora lhe dava segurança e amor...

-Violetta, vem comigo!-Era Rodrigo, vestido com roupas de príncipe, a esperar por ela, afim de que seguissem de volta para casa.

-Meu príncipe? Estou indo!

-Mia! Não esqueça de mim!-Disse outra voz que ecoou ao longe. Quando Mia virou para tras, estava um rapaz que não mostrava o rosto, e usava roupas simples, como se fosse um príncipe medieval. E nas mãos dele, estava algo que ela não esquecera: O botãozinho que marcou o primeiro amor de infância!

-Julinho, é você?!

-Por favor, não te esqueças de mim. Lembra da tua promessa!

-Mas o que eu faço?!

-Mia, volta!-Gritou Rodrigo, desesperado.- É só uma ilusão, nunca vai acontecer!

-Chegaaaa!!!-Gritou a garota, que se sentia pressionada por Rodrigo e pelo Julinho mascarado dos seus sonhos-Eu sou a escritora do meu destino! Sou eu quem deve escolher o meu caminho!!!

-Mia, você está bem?- Perguntou Rodrigo. Quando a garota acordou, estava no chão, como se tivesse levado um choque. Mia, se sentindo assustada, o abraçou:

- Me ajuda... O que houve comigo?

-Eu estava vindo te chamar para dar uma volta, e te vi, parecia que estava dormindo em pé, quando de repente você desmaiou!

-Eu ainda dormi em pé? Droga... Você tá pensando que eu tô louca...

-Claro que não, amor. Você ainda tem forças para passear comigo?

-Ainda me pergunta se eu tenho forças pra passear com você? Então vambora!-E Mia se ajeitou para passear de mãos dadas com Rodrigo, onde caminharam pela praça, sem compromisso, comprando algodão-doce e curtindo as estrelas que brilhavam com muito gosto e sobravam sorrisos entre os dois. Por que as pessoas não se alegram com as pequenas coisas da vida?

Enquanto isso, Giovanna estava andando pela Pensão das Flores, enquanto verificou se Rafaela estava dormindo. Sim, ela estava. E a garota resolveu aproveitar para procurar Julinho, e o encontrou, através da melodia que ele tirava do violão.

-Mas... Ele toca violão...

-Cada minuto aqui é uma chance de provar o que eu mais quero...

-E ainda por cima...Canta!

A musica que Julinho tocava era tão bonita que fazia qualquer um retornar aos tempos em que a vida era mais simples,inocente e bela como uma chuvinha fresca a tarde...

Quando Julinho terminou de cantar aquela canção, ele se deparou com Giovanna que batia palmas e assoviava, e comentava alegremente:

-Julinho, por que você não vira cantor?

-Ah,eu canto pra me distrair, pra escapar das preocupações...Recordar da infância e dos bons momentos...Acreditas que eu nunca esqueci do meu primeiro amor?

-Então você já amou alguém?

-Sim, nos tempos de orfanato, era uma garotinha de seis anos que foi criada junto comigo... O tempo passou e eu continuo pensando nela! Se ela foi adotada ou não... Acho que ela deve ter se esquecido de mim, hehehe...

-E você se lembra do nome dela?

-O meu problema é esse, cheguei ao Brasil e esqueci-me das três cartinhas que eu mandava pra ela, as fotos... E o nome era tão diferente e bonito que eu as vezes só a chamava de Mia...

-E por falar em garotas, o que achas da Rafaela?

-Ah, a Rafinha é muito especial, tão frágil e doce, parece até uma bonequinha...Eu gosto muito dela, como se fosse uma irmãzinha pra mim...

“Uma irmãzinha...” Rafaela havia acordado para buscar agua e teve a tristeza de passar na porta do quarto de Julinho, bem na hora em que ele estava dizendo aquelas palavras. A menina torcia para que um dia ele fosse embora da pensão de uma vez por todas, afinal, o que ela queria, nunca iria se realizar mesmo!

Quando Rodrigo levou Mia de volta para casa, ele se deparou com uma menininha, que parecia ser a mesma que Andresa tinha maltratado dias atrás. Estava preocupado, quando Mia chegou até a criança e perguntou:

-Menininha, você está bem?

-Tô mais ou menos...

-Você está com muito frio?

-Muito...Só tem minha vó que tá na outra rua...

-Você quer um abraço? – E Rodrigo se espantou quando Mia abraçou a pequena maltrapilha. O máximo que ele faria era dar  uma esmolinha, mas a namorada estava dando atenção aquela criança, o que ninguém teria coragem de fazer!

-Amor... Por que você fez isso?

-Nós somos tão necessitados quanto estes anjos das ruas. O mundo precisa de amor, e o amor é muito mais do que estamos vivendo...

-Eu te entendo Violetta...Vamos pra casa?

Rodrigo e Mia seguiram abraçados e quietos, a pensar no que seria dali para a frente mas antes do casal se despedir, a menininha correu até eles e disse uma frase enigmática, que parecia incompreensível, mas resumiria toda a historia de amor dos dois:

-Amor também tem seus dias de chuva e trovão, mas no fim, ficam apenas as estrelas!

Mia estava com medo de dormir outra vez, mas desta vez, ela conseguiu relaxar com sonhos bonitos e simples. Não sabia o que aquilo queria dizer, mas uma coisa ela tinha guardado. Depois que passasse a chuva e os trovões, ela teria que montar e seguir o próprio caminho das estrelas!