Fanfic:  O destino de Melissa. | Tema: Ela tinha sido comprada e depois chantageada...

repirando fundo, mel abre a porta. era ele, estava de cabeca baixa, e quando levantou a cabeca seus olhos vacilaram. com certeza nao esperava que fosse ela a abrir a porta. satisfeita mell o viu percorrer os olhos cheios de admiracao e luxuria sobre a figura dela, isso a deixou mais confiante, que sorrindo disse,

_oi._Deus como era bom ve-lo novamente.

_oi. _ele disse se recuperando _sera que eu.._ comecou ele, apontando pra dentro da casa, so entao mell percebeu que estava bloqueando a entrada, mesmo a porta sendo larga o bastante para passar um elefante ,porem ela mantinha uma mao apoiada despreocupadamente sobre a macaneta impedido-a de abrir completamente .

_oh sim, claro!_disse saindo da frente, sentindo-se uma tola. ele passou por ela, e comecou a tirar o casaco, mel fechou a porta e o observou, adorava os ombros largos dele. porem agora em melhor luz notara que ele ainda estava um pouco abatido. parecia exausto.

_ccomo... como foi de viajem?_perguntou para quebrar o silencio que comecava a ficar constrangedor.

_bem, obrigado. _disse ele pendurando o casaco, e ainda sem olha-la diretamente, comecou a afrouxar a gravata e os botoes da camisa.

_hum..._mell nao sabia o que fazer, o que falar, estava comecando a ficar desesperada, ele nada dizia, agia com uma naturalidade irritante.

_e o bebe?_ele perguntou indiferente.

_bem, esta bem. _disse ela em um sorrriso ansioso.

_otimo! _respondeu ele alheio ao nervosismo dela._ vou subir e tomar um banho, tenho um compromisso marcado e nao quero chegar atrasado. _dizendo isto lhe deu as costas e comecou a subir as escadas.

_mas... voce acabou de chegar.

as palavras apressadas dela interromperam os passos dele que a olha com uma ruga entre os olhos.

_e isso nao e otimo? eu nao quero aborrece-la com a minha presenca logo agora que parece estar tao bem. _disse ele cinico, deixando mais uma vez o olhar vagar pela figura deslumbrante de mell.

as palavras dele a magoaram de tal forma que ela encolheu os ombros como se tivesse sido chicotada.

_acontece que eu.. que madelaine mandou fazer um jantar para voce com seus pratos prediletos.

_ mandou?

mell sentiu o rubor subir-lhe a face.

_ sim, voce ligou dizendo que vinha para o jantar , e esta a tanto tempo ausente...

ele a olhou de cima a baixo desconfiado, como analizando se queria ficar ou nao. como se estivesse se perguntando se ela estava toda produzida para ele, por fim sacudiu a cabeca como se aquela ideia fosse uma tolice.

_sinto muito se dei a impressao de que jantaria em casa hoje, eu apenas disse que chegaria por volta das sete e meia, nao que chegaria para o jantar. _ ele parecia confuso com o subto interesse dela.

_he, faz toda diferenca!_ tentou sorrir mell, sentindo as lagrimas de raiva e frustracao subir aos olhos, mas tratou de engoli-las.

como se nao tivesse notado a decepcao no semblante dela, duarte voltou a subir os degraus, mas quando chega no topo vira-se para uma mell ja cabisbaixa._mell?

esperancosa mell o olha.

_ sinto muito, mas realmente tenho um compromisso. e.. esta linda._dizendo isto, desaparece no alto da escada.

mortificada pela indiferenca mell engole o choro, por um segundo, por um misero segundo, pensou ter visto um brilho de desejo nos olhos dele, pensou ter visto-o olhando-a como ja fizera um dia, com desejo, admiracao, mas logo aquele olhar sumiu dando vez a um olhar com uma total indiferenca.
ele nao mais a desejava, talvez ainda a achasse bonita, mas so. nao parecia encantado com o seu estado como todos os outros pareciam, o que so comprovava as suas suspeitas de que ele nunca a amou, apenas usou seu corpo quando ainda era curvilineo , agora que estava com aquela enorme barriga, ele nao mais se sentia atraido, ela apenas passou a ser um estorvo, alguem que tinha que aturar por causa do desejado herdeiro. oh Deus, ate quando iria aguentar aquilo?

_senhora?_a chamou judith._esta bem? está tão pálida.

_sim. estou judith, foi so um enjoou._tentou sorrir mell ao mentir.

_enquanto ao jantar? ja posso mandar servir?

_oh nao, nao mesmo. _disse tristonha._ o senhor sabatini nao vai jantar em casa.

_enquanto a senhora?

_ eu?.. eu tambem nao vou... mais jantar. vou subir e descansar, mais tarde leve um copo de leite e algumas torradas. por favor._nao se encontrava mais com apetite algum, porem, pelo bebe resolveu que engoliria alguma coisa saudavel.

_e o que farei com a comida senhora?

_eu.. eu nao sei._mell estava desnorteada pela decepcao, so queria se livrar daquelas perguntas, so queria se isolar, chorar as lagrimas reprimidas._ doe, pergunte aos segurancas se querem levar para casa, coma, faca o que quiser. _dizendo isto mell se arrasta escada acima.

chegando em seu quarto, chorou em silencio, tomando cuidado para nao fazer barulho, apenas ouvindo ele se mover no quarto ao lado.
ele voltou e era como se ainda estivesse longe, seu corpo nao preencheu sua ausencia, nem mesmo se estivesse do outro lado do planeta estaria tao distante. nao demonstrou nada ao ve-la alem de apreciar o rosto bem maquilado, apenas o rosto! era obvio que nem mesmo pensara nela nessas longas viajens, nao a suportava nem para acompanha-la em um jantar, preferio logo marcar outro jantar so para nao ter que ficar na presenca dela.

minutos depois, mell o escutou sair do quarto, ouviu alguns passos, entao ele parou. ela correu para a porta, encostou seu ouvido, porque ele havia parado? de repente a macaneta girou, rapidamente ela se afastou, arfante, limpando o rosto, era ele... ela esperou ele entrar, mas entao a macaneta voltou ao seu lugar mantendo a porta fechada, como se ele tivesse desistido de entrar. e depois os passos indicaram que ele se afastou. lagrimas voltaram a escorrer por sua face, a esperanca se esvaira de vez.
apagou as luzes e aproximou-se da varanda, viu o motorista traze-lhe o carro e o entregar as chavez, ele dirigiria aquela noite, nao paul, porem antes que entrasse no carro, ele olhou para a varanda onde ela se encontrava atras das cortinhas esvoacantes, como se pudesse ve-la o espiando naquela escuridao, instintivamente mell deu um passo para tras, mesmo sabendo que ele nao podia ve-la. entao quando voltou a espiar, os pneus cantaram e ele passou pelos portoes com o conversivel.

mell arrastou-se para a cama, deitou nesta e chorou sua infelicidade. de repente sentiu saudades de quem era antes de se descobrir paixonada por duarte, era vibrante, rebelde... despreocupada. agora sentia-se morta, um zumbi, apenas vivendo um dia apos o outro, e sabia que so duarte poderia traze-la a vida outra vez, pois ele era o unico que era capaz de faze-la sentir-se viva! sentiu saudades do avo, de suas palavras assegurando-a que tudo ia ficar bem...

_nao, nao vai.... nao dessa vez!_falou ela para si mesma. aquela noite fora a confirmacao de que nada mais ficaria bem, nao entre ela e duarte. oh como fora tola em pensar que poderia ter uma agradavel noite com ele, que jantariam e...

ele a desprezava, nao a achava desejavel. e ela nao fazia a menor ideia do que fazer. agora dava-se conta que um filho so o ataria a uma mulher com a qual teve que se casar por incontrolavel desejo e as artimanhas desastrosas de um anciao doente.