Fanfic: Aún Hay Algo ⋆ REBELDE | Tema: RBD - D/C, A/P, M/C

NOTA: Primeiramente, obrigada por lerem! Eu tenho bom tempo vago por aqui e já tenho alguns capítulos prontos da fanfic, mas, para publicá-los, gostaria que vocês deixassem alguns comentários. Não por números, pois acho isso desnecessário, mas pra que eu saiba o que vocês estão achando!  

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DEMOCRACIA

― Então vamos fazer o seguinte... ― Giovanni se adiantou, ficando entre os outros dois garotos e os abraçando pelos ombros. ― O Miguel chama as meninas, eu tomo café e o Diego vai chegar se o porão está livre pra conversarmos. Perfeito, não?

― Claro que não. ― Diego bateu na cabeça dele, ainda um pouco irritado por ter sido acordado tão ‘cedo’.

― Olha, eu acho que podemos ser democráticos. ― Miguel tomou as rédeas da situação, acalmando-os. Levantou a mão quase acima da cabeça, fazendo Giovanni se encolher ao crer que levaria mais um tapa. ― Vamos tirar na sorte. O primeiro a perder, chamará a Roberta.

Por mais infantil que aquilo pudesse ser, os outros dois garotos concordaram de imediato, erguendo as mãos também. ‘Um, dois, três...’, disseram juntos, antes de abaixarem as mãos. Avaliaram o resultado por alguns instantes e Diego logo entrou em pânico, passando as mãos pelo rosto com irritação.

― Não, vamos jogar outra vez. Eu não quero ir buscar a Roberta!

― Dieguinho... ― Giovanni riu. ― Vá aprendendo, quando se tornar um político famoso, terá de lidar com essa tal Democracia. Não temos culpa se você é péssimo em jogos de sorte.

Ele apenas bufou, assistindo os outros dois se encararem seriamente antes de elevarem as mãos outra vez. “Par”, um deles disse. “Ímpar”, falou o outro. Quem perdesse buscaria a Mia. E mais uma vez as mãos se abaixaram ao contar o três.

Dessa vez, Miguel foi quem começou a murmurar, sentindo-se contrariado. Giovanni estava calmo, visto que não possuía intriga com nenhuma das três meninas, e aquilo não era justo. Ele poderia muito bem ir falar com Roberta, então Diego buscaria Mia e Miguel traria Lupita. Era simples, não havia razão para complicarem um belo dia de sábado.

― Escutem, vamos deixar esse jogo de sorte pra lá. ― Miguel começou, pronto para explicar a idéia que tivera sobre as distribuições.

― Não, sorte é sorte. ― Giovanni o interrompeu, insistindo. ― Agora andem, pois eu tenho pressa. Tempo é dinheiro na minha vida, sim?

E com isso, empurrados pelos ombros até metade do corredor principal do colégio, os três garotos se separaram. Miguel e Diego tentavam não demonstrar suas irritações, pensando em como agiriam ao ver as garotas.

* * *

― Ei, Lupita! ― A voz de Giovanni ecoou pelo quarto, fazendo a garota dar um pulo de susto.

― Por Deus, Giovanni! ― Ela colocou a mão espalmada contra o peito, como se aquilo fosse acalmar as batidas furiosas do seu coração. ― Está querendo me matar, chegando assim?

― Não, claro que não. Desculpe. ― Ele riu, achando graça da reação dela. Sentou-se na cama, enfrente à Lupita, e reparou que ela estava escrevendo algo. ― Músicas? ― Perguntou com curiosidade, se levantando pra pegar o caderno das mãos dela.

― Não! ― Praticamente gritou, afastando-o. ― São... Coisas minhas.

― Um diário? ― O rosto de Giovanni se iluminou, diante da perspectiva de ler o diário de uma garota.

― Não exatamente. ― Ela suspirou. ― Mas você não vai ler, de todo modo.

― E por que não? ― Ele fingiu estar ofendido. ― Eu achei que fôssemos amigos, que você confiasse em mim, sabe?

― E nós somos. Eu confio em você. ― Ela o olhou com carinho, sorrindo. ― Mas isso é pessoal demais. Nem as meninas sabem.

― Um motivo a mais pra eu querer descobrir. ― Ele praticamente pulou em cima dela, tentando pegar o caderno. Lupita gritou, ainda que não tão alto, entre risos e pedidos para que ele parasse. ― Tem algo sobre mim aí? ― Ele questionou, achando divertido vê-la daquele modo.

Lupita não o respondeu, mas nem precisou fazê-lo. Por mais que realmente não tivesse nada sobre Giovanni ali - além das usuais notícias sobre a banda -, eles se viram numa situação tão inusitada que nada foi preciso dizer. Estavam parados, ele acima dela, fitando ambos os rostos surpresos. Os segundos pareceram horas e nenhum dos dois soube dizer quem é que vencera a distância dos lábios. O que importou, na verdade, é que o que começara como uma disputa para ler o que ela escrevia, acabara em um beijo que parecia ter sido aguardado há tempos.

Quando eles se separaram, alguns minutos depois, por precisarem buscar ar, se afastaram bruscamente. A vergonha tomou conta de ambos, até mesmo de Giovanni, que sempre era tão auto-suficiente, e ele pigarreou, decidindo que retomaria ao foco que o trouxera ali.

― É, Lupe... ― Ele desviou o olhar momentaneamente, antes de ver as bochechas vermelhas dela. ― O Miguel quer falar com todos nós juntos.

― Agora? ― Ela levantou da cama, guardando o caderno em uma gaveta qualquer. ― Então, é... Vamos.