Fanfic: Aún Hay Algo ⋆ REBELDE | Tema: RBD - D/C, A/P, M/C

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O CHORO

Roberta se movia de modo muito mais solto quando chegou à pista de dança outra vez. Ela não demorou pra encontrar Giovanni, graças ao cabelos claros dele, mas surpreendeu-se ao entender o que acontecia ali. Ele estava beijando Lupita.

― Desde quando isso acontece? ― Ela sussurrou para Miguel, que também demonstrou estar surpreso com a cena.

― Não faço a menor idéia. ― Ele sussurou de volta, erguendo os ombros rapidamente.

Então eles optaram por dar espaço à Giovanni e Lupita, distanciando-se, dançando juntos mais ao canto da pista de dança. E tudo teria sido perfeito, em uma noite perfeita. Mas, não, sempre havia algo para estragar os bons momentos. E esse algo, ao menos na vida de Roberta, chamava-se ‘Diego Bustamante’.

Ela piscou algumas vezes, querendo entender se estava mesmo vendo aquilo ou se era obra das várias doses de bebida. Parou de dançar e viu que alguém se dirigiu à Miguel, mas ela já estava longe de tudo aquilo, ainda que - fisicamente - continuasse no mesmo lugar.

Miguel viu Mia aproximar-se com um sorriso deslumbrante no rosto e, por um momento, esqueceu Roberta e qualquer outra coisa. Imaginou que estava realmente bêbado para ver Mia se dirigir daquele modo à ele, a voz suave e atenciosa, mas não se importou. Permaneceria bêbado eternamente.

― Sabe, Miguel… ― Ela sussurrou, olhando-o de modo doce. ― Eu estive pensando e talvez você seja uma boa pessoa, lá no fundo. Obrigada por hoje.

― Não há de quê. ― Ele disse com um sorriso. Então estendeu a mão direita à ela. ― Trégua?

― Sim, tregua. ― Mia sorriu ainda mais, se é que isso era possível.

Miguel considerou aproximar-se sutilmente e beijá-la, mas era uma idéia estúpida e ele viu Roberta sair apressada para o outro lado da boate, o que chamou sua atenção, pois haviam bebido muito. Aquilo o fez preocupar-se e ele se lembrou do abraço que havia ganho dela, há não tanto tempo, dando-lhe apoio. Se havia algo a preocupando à ponto de fazê-la sair daquele modo, ele iria falar com ela e ajudá-la em primeiro lugar. Mia parecia ter realmente se arrependido do modo como o tratava, mas estava longe de ser tão importante na vida dele quanto Roberta, que sempre estivera o apoiando.

― Mia, foi ótimo resolver essa nossa intriga. ― Ele começou a dizer, segurando-a carinhosamente pelos ombros. ― Mas eu preciso encontrar alguém agora.

― Encontrar alguém? ― Ela questionou, magoada por dentro. Não, Miguel não era diferente de Diego ou dos outros garotos, pelo visto.

Então Miguel pensou e considerou que, visto que Roberta e Mia brigavam tanto, não seria bom dizer que ele vira a ruiva saindo apressada da boate. Talvez Mia usasse aquilo contra ela em algum momento, sem pensar, e Miguel se sentiria extremamente culpado caso isso ocorresse.

― Sim, eu preciso encontrar alguém. Me desculpe. ― Ele beijou a testa dela, antes de ir.

Miguel foi direto ao camarim, onde imaginou que Roberta pudesse estar, e realmente a encontrou ali. Era um lugar amplo e calmo, longe da agitação da pista de dança, perfeito para alguém que precisava clarear a mente, independente do motivo. Ali estava ele, consolando alguém pela segunda vez no dia, mas não achava isso ruim. Não por Roberta, que era como uma irmã à ele.

― O que fizeram pra te deixar assim? ― Ele pergunto, vendo-a balançar a cabeça em negação. ― Não me diga que não foi nada, pois você é forte demais pra chorar de repente, sem razão.

― Diego. ― Ela sussurrou, como se a simples menção do nome dele tornasse tudo óbvio.

― Eu… Eu não entendi.

― Eu não sei mais o que eu sinto, Miguel.

― O que você diria agora, nesse exato momento, se eu fosse ele, bem aqui na sua frente?

Mia resolveu que descansaria um pouco no camarim. Estava com a mente abarrotada de idéias sobre Miguel. Não que fosse deixar ele saber disso, visto que ainda queria descobrir quem era a tal pessoa que ele tinha que encontrar e o motivo de fazê-lo. Estava um tanto irritada, mas descansar um pouco a deixaria melhor e ela sentiria-se pronta para enfrentar aquilo outra vez. Porém, antes de abrir a porta do camarim, escutou vozes vindas de lá e aproximou-se com cuidado para ouvir o que elas diziam.

― Que eu acho que te amo. ― Uma voz soluçou e Mia a identificou como a voz de Roberta.

― E o que mais? ― Outra voz disse, a de Miguel, deixando Mia extremamente decepcionada. ― Desabafe, vai te fazer bem. Eu estou aqui pra te escutar, sem julgamentos.

― Eu não sei o que eu sinto. É como se vê-lo me deixasse insegura, amedrontada. ― Roberta continuou. ― Não sei o que fazer.

Mia saiu dali em passos apressados, sem querer ouvir mais nada. Sentiu-se enganada, ainda que ela é que tivesse se permitido iludir por Miguel. Não poderia desabafar com Vick, Celina ou Lupita naquele momento e isso a deixou ainda pior. E ela ainda abraçara Roberta, no auge da sua tristeza…

― Mia? ― A voz de Diego a chamou. ― Por que você está chorando?