Fanfics Brasil - 2 De fato, um anjo Simplesmente Mindy...

Fanfic: Simplesmente Mindy... | Tema: Romance, Doença, Hospital


Capítulo: 2 De fato, um anjo



Mindy acordou assustada, sem saber onde estava e o que havia acontecido. Via tudo branco. Um branco reluzente e em seu pensamento de menina, chamou a mãe, pois se estivesse morta, encontraria a mãe perdida há alguns dias.


- Fique calma, menina – disse uma voz. Era uma voz masculina. Terna e forte. Imaginou no mesmo instante se tratar de um anjo.


- Consegue ver quando dedos há aqui?


“Dedos?”, pensou Mindy. Ela não conseguia ver nada, nada além daquele branco reluzente, mas forçou os olhos e alguma coisa apareceu. Um rosto.  Olhos azuis tão bonitos e brilhantes como um dia de sol. Os cabelos do homem eram negros e encaracolados. O maxilar era bem torneado. Tinha uma expressão cansada, abatida. Parecia triste e a menina, sem se controlar, levantou uma das mãos e passou os dedos pelo rosto daquele homem.


- Você é um anjo?? – perguntou Mindy, inocentemente.


- Ela gostou do senhor, Dr. Pacio – disse uma outra voz em algum canto.


- Ora, Martha!!! – disse o homem, sem jeito, mas sorriu para Mindy. – Como você está se sentido, menina? – perguntou ele.


- Minha cabeça dói! – respondeu ela, tentando levar a mão até o ponto da cabeça que doía, mas o homem segurou seu braço.


- Fique quietinha, Amanda. Vou te dar um remedinho e a dor vai passar logo, está bem?


- Mindy!


- Como é? – perguntou ele, quando Mindy o interrompeu.


- Ninguém me chama de Amanda. Todos me chamam de Mindy. O Senhor é um médico? – perguntou Mindy, ainda confusa. Mas agora, já podia ver tudo ao redor, inclusive uma enfermeira que preparava alguma coisa no canto do quarto. – Isso é um hospital? Não parece um hospital. O hospital em que minha mãe morreu não era assim!!


- Sim, Mindy... eu sou um médico e este é um hospital. É um hospital particular.


- O que é isso?


- Um hospital particular é para pessoas que podem pagar pelo tratamento ou possuam algum tipo de plano de saúde.


- Eu não tenho dinheiro... – respondeu Mindy, achando estranho que não fosse mandada para o hospital em que sua mãe falecera.


- Você está aqui a pedido da enfermeira Martha – disse  Dr. Pacio apontando a enfermeira com a cabeça. – Parece que ela conhecia sua mãe. Agradeça a ela depois.


- Obrigada! – respondeu Mindy, automaticamente, mas logo retornou ao médico. – E porque pessoas que não podem pagar não podem ser tratadas neste hospital?


- Você faz muitas perguntas, mocinha! Este é um hospital que não tem recursos do governo. Então, para que possamos sobreviver, ter nossos salários e podermos investir melhores recursos em equipamentos, cobramos pelos serviços que prestamos. Quem não pode pagar, vai pro hospital público.


- Quando estava aguardando minha mãe no hospital, todos ficavam dizendo que não tinha equipamento nenhum, não tinha médico, não tinha enfermeiros... Se o hospital público recebe recursos do governo, porque todo mundo reclama tanto?


- Bem... – Dr. Pacio pigarreou sem saber o que dizer e olhou para Martha que ria abertamente dele. – Vê se me ajuda, Martha.


- Ah, não... o papo está bom aí... vou ficar só olhando dessa vez... – respondeu Martha, passando para o Dr. Pacio o medicamento para aplicação no acesso de Mindy.


- As pessoas pagam impostos. O retorno pra saúde é pouco em comparação com a procura. Não sei se consigo explicar isso em termos que você consiga entender...


- Eu já entendi, Dr. Pacio. – respondeu Mindy, sorrindo.


- Que idade você tem, Mindy? – perguntou Richard, estranhando a maturidade da menina e as perguntas que ela fez. Nenhuma menininha de oito anos costuma  se preocupar com políticas públicas.


- Oito. – confirmou ela.


- A mãe dela me contou que a menina é muito inteligente, Dr. Pacio. Está dois anos adiantada na escola.


- Então está na quarta série?


- Quinta. Eu entrei com seis anos... Até o momento eu queria ser presidenta da república, mas agora quero ser médica, como o senhor, Dr. Pacio. Só que quero trabalhar no hospital público e ajudar as pessoas que precisam, como a minha mãe...


- Mindy... eu ajudo as pessoas aqui...


- Sim, claro... as que podem pagar! – respondeu ela, na mesma hora e Richard se surpreendeu. A menina era um geniozinho de língua afiada.


Olhou para Martha que não conseguia agüentar o sorriso.


- Você sabia que ela era assim?


- Juro que não, Dr. Pacio, nunca vi a menina. Só falei com a mãe dela. Estava lá quando ela... bem...


- Sei, já entendi...


- Eu também! – retrucou Mindy. – Quando minha mãe morreu, você quer dizer. Engraçado, porque nunca vi você antes. Minha mãe nunca teve nenhum amigo ou amiga, só o meu pai mesmo. O que não era algo muito esperto da parte dela.


- Mindy... sobre seu pai. - iniciou o Dr. Pacio, com cuidado, não sabia como ela reagiria diante da notícia de que o pai havia falecido também. 


- Ele morreu... eu sei. Estava lá.


- Você se lembra do que aconteceu? – perguntou Dr. Pacio, aturdido. Imaginou que a menina não se lembraria de um trauma grave como o assassinato do pai.


- Ele estava assistindo TV. Meu pai sempre assistia a TV. Começaram a bater na porta, mas ele não se moveu do lugar, parecia que sabia o que estava acontecendo. Eu corri para o quarto, mas eles conseguiram arrombar a porta antes que eu pudesse me esconder. Já entraram atirando. Eu olhei pra trás e vi quando acertaram meu pai bem na testa. Corri feito louca para o meu quarto, abri a janela e pulei. Comecei a correr, mas escutei os tiros passando por mim. Eu achei que iria conseguir fugir, mas senti uma dor muito forte na cabeça e aí ficou tudo escuro.


- Sinto muito, menina! – falou o Dr. Pacio, colocando uma das mãos na mão de Mindy. Ela se encantou com aquele gesto. Nunca ninguém havia sido bondoso com ela, a não ser sua mãe. Seu pai e os amigos drogados de seu pai eram muito ruins com ela. Como ela sempre foi esperta, sabia manter a distancia. Passava o tempo todo enfurnada no quarto, lendo algum livro da biblioteca da escola. O Dr. Pacio era muito diferente do pai e de todos os garotos que conhecera, mas ele não era nenhum garoto, apesar de ser bem jovem.  Em retribuição ao gesto do médico, Mindy, envolveu a mão de Dr. Pacio nas suas e fez uma carícia. Ele, brincalhão, fez uma pequena mesura em sua barriga, como se estivesse acariciando um bebê, mas ela não gostou daquilo. Ela não era uma criancinha como ele achava que ela era. – Você parece uma menina forte, tenho certeza que ficará bem. Tenho certeza de que uma família conseguirá adotar você e você poderá ter um futuro melhor...


- Eu não preciso de uma família... tenho certeza de que posso ficar bem sozinha!


Dr. Pacio e Martha sorriram ao mesmo tempo.


- Claro que sim, Mindy... claro que sim...


- Dr. Pacio, já preparei o processo para encaminhá-la ao hospital municipal, se o senhor assinar aqui...


Martha estendeu uma prancheta com o formulário para Richard assinar, mas quando olhou para a menina, viu que ela fez uma carinha triste. Normalmente, Richard assinaria, mas por ter sido tocado por ela, por ela ser tão esperta e vivaz, resolveu devolver a prancheta para Martha.


- Vamos ficar com ela por mais alguns dias, Martha. Só por precaução.


- Precaução... sei... – respondeu Martha, com um sorrisinho. E saiu da sala acompanhando o Dr. Pacio, quando estava longe do quarto em que Mindy estava, adicionou – ela é surpreendendo, não é Dr. Pacio?


- É sim... encantadora, devo dizer. Seria uma pena jogá-la no sistema, Martha. Ligue para a Ir.  Province do orfanato. Ela vive solicitando patrocínio do hospital, quem sabe ela possa retribuir agora.


- O que está pensando, Dr. Pacio?


- Vou mandar Mindy aos cuidados do orfanato da Ir. Province. Talvez ela consiga uma boa família para a menina. – Richard explicou, mas ao ver que Martha parecia triste com a solução dele, perguntou – Isso não seria bom para ela?


- Claro... claro... é só que...


- O que foi Martha?


- E se o senhor a adotasse, Dr. Pacio?- sugeriu a enfermeira-chefe.


- Eu? Martha... eu sou muito jovem pra ser pai. Além do mais, tenho um hospital pra administrar... não tenho tempo pra...


- É uma pena, Dr. Uma pena mesmo. Ela é muito inteligente, mas num orfanato, abandonada, não vai poder desenvolver o conhecimento que  ela poderia, não é mesmo. A nossa pequena médica ou presidenta vai acabar se tornando pedinte ou pior...


- Ora, Martha... não seja melodramática! Muita gente de orfanato se dá muito bem na vida. O Dr. Henrique Antunes da Oncologia era órfão.


- E foi adotado por um casal de médicos! – respondeu Martha com aquele olhar mandão que a enfermeira-chefe possuía.


- A gente dá um dedo e você quer logo o corpo inteiro. Por que você não a adota? Não foi a você que a mãe da menina solicitou cuidados?


- Eu não tenho condições financeiras para isso, Dr. Pacio. Meu filho está numa clínica. Pago muito dinheiro para mantê-lo longe das drogas. O meu salário é muito bom, não estou reclamando, mas ser mãe solteira e ainda ter que lidar com esse problema não é fácil pra mim, Dr. Mas se eu tivesse condições financeiras, não tenha dúvidas de que eu a adotaria.


- Bem... então está certo! – falou Richard, olhando para Martha com um olhar resoluto. – Eu tenho condições de adotar a menina, só não a quero. Sou jovem e a minha namorada provavelmente surtaria, Martha. Mas você pode adotá-la, cuidar dela, zelar para que ela fique bem e eu lhe dou o dinheiro para que ela faça a faculdade. Durante todos os meses deposito em sua conta um valor que será mais do que o necessário para que ela faça a faculdade que quiser, inclusive a de Medicina. Mas você deve me prometer que o dinheiro será para a menina. O que me diz...?


 


 


 


 


 



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Autor(a): angelblack

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • giovana74 Postado em 09/04/2013 - 20:23:37

    Posta mais posta mais,quero ver quando a Mindy crescer!


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