Fanfic: Amor Proibido.
– Onde eu estou?
Olhei em volta, eu não estava no meu quarto naquele momento, por isso estranhei o ambiente, estava totalmente coberto de neblina, quase não conseguia enxergar nada,tinha várias árvores, e entre elas tinha um homem, ele era familiar... Comecei a andar até ele, mas ele começou a sumir e aparecer em outros locais fiquei girando em circulo.
– Quem é você, o que quer?
Silêncio era a única coisa que eu tinha certeza naquele local, ele era simplesmente silencioso, até demais. É aterrorizante ficar em um local silencioso, sem nenhum minúsculo barulho, principalmente quando você é acostumada com bastante barulho desde o pequeno tic tac do relógio.
Queria gritar por estar ali, mas nada saia da minha boca, era como se alguém segurasse-a para eu não falar nada, o homem apareceu de novo em minha frente e foi ai que eu descobri o porquê ele era tão familiar para mim, tinha os cabelos loiros com mechas lisas, estavam meio embaraçados é claro, talvez pela ventania do local, seus olhos castanhos que me fitavam, sua estrutura indicando que já passava dos 30 anos.
É claro que eu sabia quem era, pois era o meu pai. Justamente o meu pai, que eu não vejo desde que eu continha 7 anos, quase não lembrava dele direito, apenas sentia a saudade daquela época eu era tão feliz, ele não era um pai ruim, mas de fato um pai carinhoso, compreensivo e tudo mais.
Eu nunca soube a real razão dele ter se mudado já que ele aparentava sem feliz com a mamãe, embora algumas vezes eles brigassem, contudo isso deve ser normal, pois casais sempre brigam certo? Logo após as brigas eles se acertavam e ficava tudo bem novamente, eu queria perguntar a ele o porquê dele ter saído de casa, eu tinha ficado triste com isso.
Foi em uma noite da véspera de natal, era 00:00 em ponto o que indicava que o Natal havia começado, eu estava deitada no colo da mamãe, e o meu pai tinha dito que iria comprar algo para nós e voltava logo, eu fiquei esperando com a minha mãe dia após dia, aquela noite tinha sido maravilhosa tirando o fato do sumiço inesperado do meu pai.
Mas aquele homem não era o meu pai que eu conhecia, ele parecia uma pessoa muito cruel, sádica, algo que realmente me assustou na aparência dele, já que eu nunca o tinha visto com essa expressão, me encolhi um pouco e recuei, seu olhar era tão cruel eu não podia aguentar vê-lo daquela forma, me machucava profundamente.
– N-n-não f-f-ique c-c-om medo minha f-f-ilha. – A voz dele soou tenebrosa demais, suei frio quando ele falou.
– Não estou. – Tentei fazer minha voz se tornar mais confiante possível.
Ele riu, e se aproximou de mim, mas dessa vez não me mexi, fiquei parada, ele retirou suas mãos debaixo da túnica que ele usava, e eram incrivelmente terríveis, as unhas pretas e grandes como as de um animal, ele acariciou meu rosto passando lentamente a unha pelo mesmo, ele levantou meu rosto para cima, e eu tentei olhar para baixo.
Havia uma época que eu encarava meu pai nos olhos, e tinha um lar feliz, mas esses dias infelizmente se foram e eu tinha que aceitar isso, esse homem a minha frente não podia ser meu pai, sempre quando eu chorava para meu pai dizendo que tirava notas piores que os outros –sim, eu tive uma época assim e não me orgulho nada disso, ainda mais quando eu fui derrotada por um garoto – ele me falava que era para eu parar de me preocupar um pouco com os estudos e me libertas mais, já que Deus tinha planos melhores para mim.
Sei que deveria fazer o que ele dizia, mas não dava eu não queria e nem conseguia.
– Você continua estudando como uma louca, huh?! – Ele falou ainda com aquela voz tenebrosa.
– Velhos hábitos nunca mudam. – Falei ríspida.
Ele deu voltas ao meu redor.
– Vejo que cresceu, está até falando rispidamente com seu pai, como ousa?
– Não é culpa minha, meu eu fala mais forte, já que você me abandonou! Sabe o quanto foi doloroso? Tenho certeza que não. – Falei virando meu rosto.
–Minha querida, eu entendo o que você passou, realmente entendo, embora eu não tenha abandonado de fato você.
– O que quer dizer com isso?
– Vejo que sua mãe não lhe contou nada sobre mim, nem sobre minha origem certo? – Ele suspirou e abaixou a cabeça.
– Eh?! Onde você está querendo chegar pai?
Meu pai sorriu ao ouvir que eu o chamei de pai, vi o brilho nos olhos dele e sorri meio envergonhada.
– Minha querida filha, estou certo de que logo,logo você descobrirá toda a verdade, vai ser impossível tentarem esconder isso de você, afinal as origens sempre voltam.
Ele se aproximou de mim e sorriu, entregou-me um anel com a letra M em volta havia uns desenhos de rosa, não era bonito, nem fofo era aterrorizante, passava uma energia muito ruim para mim.
– O que quer dizer com “afinal, as origens sempre voltam” ?
– Já disse que logo você descobrirá.
– Vai demorar?
– Não, eu espero. Use esse anel e não o tire de maneira nenhuma certo?
– Por quê?
– Ele te protegerá no meu lugar.
– Me proteger de quê?
– Chega de perguntas Tay, seu pai te ama muito.
Eu queria falar mais coisas, só que ele sumiu naquela imensa escuridão, acordei assustada, eu estava sonhando? Cerrei meus punhos e senti que machuquei sem querer uma mão, a abri e estava com o anel que no sonho meu pai tinha me dado, recuei para trás jogando o anel no chão, fez um barulho imenso, e ele começou a brilhar, me encantando com aquela cor.
–M-m-mas que... diabos é isso? – Deixei escapar, mas minha voz saiu meio trêmula.
Peguei o anel no chão e o coloquei no meu dedo, voltei para a cama e olhei que horas era no celular, não passava das 03h00AM, o que era incrível pois parecia que meu sonho tinha durado por horas. Coloquei o celular de volta na cômoda e me cobri, estava fazendo bastante frio novamente, olhei para a janela e ela estava aberta.
Levantei-me quase caindo da cama e fui em direção a janela, olhei para a árvore antes de fechá-la e tomei um susto com uma coruja que estava com os olhos esbugalhados olhando para mim em cima do galho, fechei rapidamente a janela, sendo quê, na minha opinião não adiantaria nada já que o vidro estava quebrado, quando lembrei disso deixei um suspiro escapar.
Voltei para cama e dormir, comecei a ter outro sonho estranho, mas agora não era em um lugar tenebroso, ao contrário disso, era um campo enorme, todo verde e em uma parte cheia de flores. Olhei para minha mão e eu estava com o anel que meu pai me deu, fiquei aliviada sem saber o porquê.
Olhei ao redor, contudo não havia ninguém ali, era somente eu. Olhei para o que eu estava vestindo, trajava um vestido branco com laços rosas, um vestido solto muito bonito, como se fosse uma roupa de anjo, toquei em meu cabelo e ele milagrosamente estava parecendo impecável, estava preso em um rabo de cavalo com cachos que assentiam em meu corpo por eu ser muito branca, eu estava descalça naquele local.
Sentia a grama me chamando para deitar nela, ela era tão confortável que dava uma vontade de dormir, mas eu não podia deitar aqui até porque eu não conhecia esse lugar direito, segurei a bainha do vestido e comecei a correr pelo campo, borboletas voavam ao meu redor, me senti em um filme de princesa –comecei a rir com esse pensamento-, girei e fiquei parada sentindo a brisa bater levemente em minha face.
Estava sentindo que meu rosto estava enrubescendo, aquele lugar era muito perfeito, era até pecado um lugar ser assim, embora nem tudo é perfeito, tudo a uma pequena imperfeição certo? E eu sentia que aquele lugar tinha algo de errado, mas eu ainda não sabia direito o quê.
Eu sentei na grama e estava ficando meio zonza, senti ela me puxando para baixo mas eu estava atordoada demais para reagir, acabei fechando meus olhos, eu estava decaindo cada vez mais, alguém me puxou para cima, e me carregou, não consegui ver quem era pois meus olhos se negavam a abrir.
Mas tinha certeza que era um homem, deu para perceber que ele tinha um corpo bem másculo enquanto ele me carregava, eu me senti bem ali naquele momento, os braços dele eram tão confortáveis, quentes, como se tivessem feitos especialmente para mim, sorri, ele me deitou em algum lugar.
– Me dê seu anel. – A voz dele era tão fria quanto gelo, era uma voz familiar, mas onde eu já a tinha escutado? Era tão máscula, firme, forte...
Queria abrir meus olhos para ver quem é, mas eu não conseguia, meus olhos estavam incapacitados de abrir, talvez esse garoto não quisesse que eu o visse.
– Não posso dar. – Falei, por fim.
– Exatamente por quê?
– Porque foi um presente do meu pai.
Ouvi um resmungo vindo dele.
– Certo, você vai esquecer sobre esse sonho, e não se lembrará de nada depois disso.
– Foi você que me mandou aquele bilhete?
– Talvez.
– Por quê você está fazendo isso?
– Porque você é a peça chave para o que eu quero fazer, e você não pode se lembrar das coisas que eu faço.
– Você anda me vigiando?
– Nem sempre, só as vezes que eu fico entediado.
– Por quê estou sonhando com você?
– Pessoas as vezes sonham as mesmas coisas Taylor.
–Mas nesse caso não é bem sonhar a mesma coisa, já que foi você que invadiu meu sonho certo?
– Como pode ter tanta certeza assim?
– Eu... não sei.
– Então não fale coisas que você não sabe, embora você talvez esteja certa.
–O que quer dizer com isso?
– Até depois, Taylor.
– Ei, espera!
Tarde demais, senti que eu podia abrir meus olhos então assim o fiz, meu quarto estava normal, não tinha nada de diferente, a janela estava fechada como eu a via deixado. Aquele homem disse que eu esqueceria de tudo certo? Por quê eu me lembro perfeitamente sobre o que ele queria? Eu estava com toda a certeza que ele voltaria novamente para buscar o anel.
Mas o que será que esse anel é? Ele é tão poderoso assim para ter gente atrás dele? Meu pai me botou em uma encrenca, mas que diabos! Quando eu pensei que teria uma vida normal, acontece essas coisas, eu realmente não tenho sorte nessa vida, tirei o anel do meu dedo e o encarei.
Tinha uma coisa escrita em latim, mas estava muito escuro para identificar a palavra correta que estava ali, a beleza do anel era tão obscura, ela te hipnotizava e se duvidasse faria você ficar a encarando por horas, o anel ao meu ver agora era perfeito, mas como eu sempre digo a perfeição não existe, vai sempre haver algo imperfeito, e essa imperfeição pode ser uma coisa muito perigosa.
Era o que eu achava daquele anel, eu vi ele começar a reluzir, ele estava mudando a cor para dourado e as rosas estavam ficando vermelhas, o preto enferrujado da letra M tinha se renovado para um preto mais vivo e mais belo, fiquei realmente encantada com o que eu estava vendo.
–Uou, isso é impressionante! – Murmurei.
Peguei meu caderno de desenho e comecei a desenha-lo, cada pequeno detalhe eu tentava encaixar no desenho, sorri quando o terminei, tinha saído muito belo. Não é para eu me gabar não, mas eu desenhava muito bem! Melhor do quê muita gente, meu pai sempre me ensinava a desenhar perfeitamente, e ele dizia que o detalhe era sempre importante para deixar os desenhos perfeitos, como se fossem reais.
Fiquei feliz ao lembrar dessa lembrança, lembranças que eu teria que deixar para trás quando eu saísse dessa casa, desisti de dormir e guardei meu caderno de desenho, levantei em um pulo e me aproximei perto da parede que estava a janela, me agachei e toquei na parte quebrada da madeira, ela abriu e eu peguei uma caixinha dali de dentro.
Era uma caixa toda branca com enfeites rosas e uma bailarina em cima, - eu tinha um sonho de ser bailarina quando pequena, por isso meu pai me deu uma – eu a abri cuidadosamente e peguei um papel que estava dentro da caixa, guardei a caixa no lugar e fui para a cama com o papel que eu tinha pego, o abri cuidadosamente pois já estava bem velho e poderia guardar se eu não tomasse cuidado.
Era um desenho que meu pai tinha feito de mim quando pequena, eu deveria ter uns 4 anos quando ele me desenhou, eu estava com uma fantasia de bruxa que meu pai me dera naquela época, meu chapéu estava caindo da minha cabeça e eu segurava-o com uma mão, e com a outra mão eu segurava uma varinha... tinha algo escrito nela.
Lembrei que eu tinha guardado a fantasia e a varinha daquele dia, corri para meu guarda- roupa e peguei uma caixa que estava em cima das minhas caixas de sapato, ela estava toda empoeirada, mas ainda brilhava como antigamente, a peguei e derrubei no chão, assoprei antes de abrir para a poeira sair.
Abri a caixa e peguei a varinha, procurei a palavra que estava escrita no desenho, olhei para a bainha da varinha e estava escrito, Mongerst, o meu sobrenome. A segurei com força, olhei para minha fantasia, ela era roxa e preta, brilhava em ambas as partes, me lembravam a imensidão do céu.
Guardei tudo na caixa de volta com um suspiro e a deixei em cima da mesa, eu irei levar essas coisas para minha nova casa. Fechei o guarda roupa e caiu um bilhete de cima.
“Você finalmente descobriu alguma coisa filha? Provavelmente sim já que você foi verificar a varinha, quando você mais precisar ela terá o efeito que você tanto espera minha pequena, lembre-se não dê nem conte sobre ela para ninguém, nem para sua mãe, pois ela é sua, só sua. De seu pai querido, eu te amo.“
O que ele quis dizer? Tinha outra parte escrita no bilhete mas estava ilegível, não conseguia enxergar nada, guardei o bilhete dentro da caixa, eu descobriria o que tinha escrito ali, voltei para a cama e dormi relutante.
Autor(a): Teylla
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
– Acorda Tay, temos coisas a fazer. – Minha mãe entrou no meu quarto já puxando minha coberta. – Mhmh... – É o quê? – Eu disse, mais 5 minutos. – Falei com a voz quase inaudível. – Deixa de ser preguiçosa Taylor Mongerst – ela começou a me puxar da cama-, e sai dai agora! Voc& ...
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