Fanfic: Amor Proibido.
– Acorda Tay, temos coisas a fazer. – Minha mãe entrou no meu quarto já puxando minha coberta.
– Mhmh...
– É o quê?
– Eu disse, mais 5 minutos. – Falei com a voz quase inaudível.
– Deixa de ser preguiçosa Taylor Mongerst – ela começou a me puxar da cama-, e sai dai agora! Você já arrumou suas malas? – Ela começou a jogar todas as malas que estavam guardadas no chão.
– Ah... Deixa ai! Eu arrumo depois.
– Nada de depois, você sabe que horas são?
– Não, e também não quero saber, sai do meu quarto mãe! – A encarei, vi que ela ia fingir estar chorando e prossegui –Que hora são? – Passei a mão pelo meu pescoço e me joguei de novo na cama.
Ela virou a cara.
– Huh?! São 10m pras 14:00h.
– Eh?!?!?! Eu dormi tanto assim? Eu nunca durmo até as 14:00. – Comecei a levantar jogando a coberta e tudo que estava em cima de mim no chão. – Por quê não me acordou?
– É... – Ela estava com alguns livros na mão. – Eu tentei, mas você não queria que eu te acordasse.
– Aish... Você é uma mãe! Seu trabalho é me acordar a qualquer hora que você queira!
Olhei para ela e vi que os olhos dela estavam começando a encher de lágrimas, revirei os olhos.
– Tá, tanto faz, agora sai daqui vai mãe, vou arrumar minhas coisas. – Disse já pegando minhas coisas para tomar banho.
Quando eu sai do banheiro minha mãe ainda estava lá sentada na cama com uma foto.
– Não sabia que ainda guardava isso. – Ela me entregou a foto e me olhou com o semblante marcado de reprovação.
Peguei a foto e olhei para saber o motivo da face de reprovação, percebi que era a foto que tinha eu, ela e meu pai, a tiramos um dia antes dele sumir e estava bastante claro que minha mãe estava profundamente magoada com isso, a ponto dela nem querer mais se lembrar do meu pai.
Talvez fosse esse o motivo dela querer tanto assim se mudar, pensando por esse lado era bom para ela, acredito que ela deve pensar que ele nos abandonou, mas como meu pai me falou outrora não tinha sido por esse motivo, mas por qual afinal era? Era o que eu queria saber, ele falou que minha mãe ainda não tinha me contado certo?
O que será que ela sabe? Bem, não vou perguntar agora, vou me arrumar primeiro depois conversarei sobre isso com ela, espero que não minta, se não me sentirei profundamente magoada, mesmo que ela esteja tentando me proteger, afinal eu já estou na idade certa de saber toda a verdade, certo?
Guardei a foto dentro da mala aberta em cima da cama.
– Nem eu lembrava que a tinha. – Menti.
Minha mãe arqueou a sobrancelha.
– Verdade?
– Sim.
–Bem –Ela suspirou e levantou-, vou indo agora, espero que você arrume logo suas coisas, sairemos daqui já já.
– Certo.
Ela desapareceu porta a fora, me aproximei da porta e a tranquei.
– Pra quê eu fui mentir? – Suspirei.
Me aproximei da minha mala e fui guardando todas as minhas coisas nela, peguei meu caderno de desenho e o enfiei dentro da minha bolsa junto com meu celular. Puxei a outra mala de cima do armário e guardei meus perfumes e minhas maquiagens, lembrei da caixinha que meu pai tinha me dado.
Abri o esconderijo onde ela se encontrava e guardei dentro de uma bolsa separada, lembrei de uma coisa que eu tinha guardado em uma gaveta secreta e fui até ela, abri e peguei uma blusa que estava lá dentro, a abracei e dei um cheiro nela, ainda tinha o cheiro do meu pai, sorri quando senti o aroma.
Guardei dentro da mesma bolsa da caixinha, meu anel brilhou quando encostou na caixa, algo que me fez queimar por dentro, dei um leve grito e tirei o anel.
– O que foi? – Minha mãe batia freneticamente na porta.
– N-nada mãe, coisa de adolescente. – Gritei para ela poder me ouvir.
– Ah sim, pensei que tinha ocorrido algo.
– Não mãe.
– Tem certeza?
– Sim.
–Então ta, estou descendo.
– Ok.
Suspirei e encarei o anel, comecei a sentir calor e abri a janela para deixar o vento entrar, sentei nela e olhei a movimentação na rua, vi que minha mãe falava com alguém no carro a frente a nossa casa, acho que deve ser o amigo dela, tentei ver melhor e vi que tinha alguém no fundo do carro.
Acho que deve ser coisa da minha cabeça porque quando eu fui tentar ver se era mesmo não tinha ninguém ali no fundo, voltei minha atenção para as coisas ao meu redor por pouco tempo já que meu celular começou a tocar.
– Alô?
– Oi Tay. – Era a Clarie.
– O que foi Clarie?
– Nada, já se mudou?
–Não, ainda não. Por quê?
– Porquê decidimos passar ai depois, ah e amanhã eu falei com o Dylan e a Maia para podermos ir ver nossa escola nova,olhar para ver como ela é e tal.
– Entendo, bem... Pode ser, ah sim quando eu chegar eu digo onde é certo?
– Tudo bem Tay, então até depois, não quero te atrapalhar.
– Não ta atrapalhando Clarie, mas até.
– Bye, bye.
Ela desligou o telefone e eu o guardei novamente para não esquecê-lo , guardei tudo meu nas malas e comecei a olhar tudo de novo para checar se eu não tinha esquecido nada, coloquei meu anel de novo para não o perder já que sou lerda, sentei na cama e olhei para o desenho que tinha a frente dela.
Senti meu anel começar a criar “vida própria”, ele estava me puxando para frente desse quadro e me fez retira-lo da parede e assim o fiz, coloquei levemente na cama e voltei minha atenção para a parede, olhei que tinha um cofre atrás do mesmo e tentei abrir, mas foi em vão, necessitava de uma senha a qual eu julgava não saber.
Tentei o aniversário do meu pai e não foi, o meu também não foi, tentei o da mamãe mas de novo não foi. Suspirei, com certeza eu não vou conseguir abri-lo até que passou pela minha cabeça colocar o dia do aniversário dos três e o cofre abriu.
– Consegui!
Dentro do cofre tinha uma caixa lacrada, era bastante brilhante e não tinha uma cor fixa, pois toda hora a cor mudava o que me deixava muito confusa, ouvi passos na escada e guardei rapidamente a caixa, coloquei o quadro de volta na parede e destranquei a porta, sentei-me rapidamente na cama.
– Filha? – Minha mãe abriu a porta e se sentou ao meu lado na cama.
– Hm? – Olhei para ela.
– Você está realmente bem com essa mudança?
– Sim mãe.
– Tem certeza?
– Claro né mãe.
– Ah, sei lá filha... Você pode só está dizendo isso para me deixar feliz.
– Mas eu realmente quero mãe, quero começar uma vida nova longe dessa casa.
Apesar de eu saber que pedaços da minha antiga vida me seguiriam para essa nova caminhada, mas não tinha problema com isso, não me importaria com isso, afinal eu tendo a vencer todas as dificuldades que o mundo me proporciona.
Minha mãe me olhou com o semblante igual a de um cachorro pidão, como ela conseguia fazer isso eu não sei, me segurei para não rir da face dela, era realmente engraçado.
– Filha! – Ela me abraçou forte eu não tinha entendido bem o porquê desse abraço repentino – Eu te amo, eu te amo, eu te amo muito ta?
– Huh?! Hm, eu também te amo muito mãe, mas para quê isso? Ainda temos muito tempo de vida, não é necessário fazer como uma despedida.
–E-eu sei –Ela estava soluçando. – Mas é que as vezes devemos mostrar o quanto somos gratos pelas nossas pessoas importantes demais existirem, afinal não sabemos o dia de amanhã certo?
– Ai mãe, que pensamento!
– Mas é a verdade filha.
– Sim, eu sei...
Abaixei minha cabeça, e lembrei-me da época que meu pai ainda estava aqui conosco.
–Então pronto meu bem, entenda o meu ponto de vista.
–Eu entendo. - Lembrei novamente do meu pai, eu queria ter dito o quanto eu o amava, mas não fiz porquê achava que não iria ter necessidade, afinal pensei que ele ficaria conosco até o fim, mas não foi bem isso que ocorreu.
– Filha, já checou tudo?
– Já mãe, claro.
Minha mãe começou a olhar ao redor para ter certeza que eu tinha pego tudo, ela olhou para a parede na frente da cama.
– Não vai levar esse quadro filha?
Passei a mão pela minha cabeça.
– Não mãe, quer dizer... Talvez eu leve.
– Isso é importante para você, não é mesmo Tay? Por quê não leva?
– Ah mãe, não sei.
– Hm... - Ela ficou encarando o quadro. - Seu pai realmente sabia desenhar bem, certo?
– Uhum.
Ela suspirou e virou a cara para andar até a cama.
– Pena que coisas fizeram-nos ficar separados.
Senti a dor dela ao dizer aquelas palavras, a mamãe talvez ainda ame o pai, o que eu julgo normal, afinal eles ficaram juntos por bastante tempo, eu acho que seria igual a ela, a envolvi em um abraço.
– Ah mãe, esquece isso tá?
– Certo -ela sorriu-, filha...
– Hm?
– Se eu me apaixonar de novo você ficaria triste com a mamãe?
– Huh? É claro que não né mãe! Você tem mais é que se divertir enquanto pode, afinal se o papai te largou você tem que seguir em frente certo?
– Sim! Espero que você realmente não fique triste filha...
Ela ficou cabisbaixa segurando as mãos.
–Não ficarei, prometo.
– Filha, eu sei que não sou muito de me meter em sua vida, principalmente na relação amorosa mas...
– O que foi agora?
– Você já namorou filha?
– Não mãe!
– Já beijou alguém? Claro que já, mas quem foi o sortudo que lhe deu o seu primeiro beijo? - Ela arqueou a sobrancelha.
Levantei as duas sobrancelhas surpresa com o que ela estava perguntando, larguei ela e estiquei meus braços pra frente.
– Não mãe! Eu nunca beijei ninguém! Não tenho tempo para isso, eu tenho que estudar bastante!
– Pelo menos, já gostou de alguém filha? - Ela me olhou esperançosa.
– Não mãe. - Revirei os olhos- Já disse que não tenho tempo para essas baboseiras, o tempo que eu tenho é somente para estudar, não entende?
–É que... - Ela segurou minhas duas mãos e empurrou para meu rosto- Se apaixonar é tão bom minha filha, queria que você tivesse a mesma sensação pela qual eu já passei, queria que você parasse de estudar nem que fosse por alguns instantes, tem dias que você não faz nada além de estudar, você deveria sair mais, se divertir, até em férias você só deixa 2 dias pra sair de casa e o resto da semana você passa estudando...- Ela largou minhas mãos. - Quero que você se liberte mais filha, quero ver você sendo feliz, rindo, saindo mais com seus amigos sem se preocupar com os estudos, você já é inteligente, não precisa ficar estudando por horas, afinal você tem a enorme capacidade de gravar todos os assuntos que você aprendeu na escola mesmo sem estudar, então filha, já que começaremos uma vida nova, você pode mudar seus hábitos, nem que seja um pouco? Mas claro que você tem que tomar notas altas.
– Aprenda uma coisa mãe, velhos hábitos, nunca mudam. - Levantei da cama e fui até o banheiro.
Lembrei que eu não tinha tirado minhas coisas dele, me apressei e sai pegando tudo meu para colocar dentro de uma mala que tinha espaço suficiente para elas, minha mãe ainda estava na cama olhando tudo o que eu estava fazendo, quando me dei conta que ela ainda tava lá, ela sorriu.
Voltei ao banheiro e revirei meus olhos, decidi tomar um banho, me arrumei para poder sair de casa, já que dentro de alguns minutos estariamos indo embora dessa casa, já que quando eu me olhei no espelho outrora dei-me conta de que estava de pijama ainda, abri tudo do banheiro para ter certeza que não esqueci nada.
Quando eu abri a parte onde ficava os cosméticos caiu um pergaminho, decidi não abrir aqui e guardei escondido na bolsa que estava meu celular.
– Que horas nós vamos nos mudar mãe?
– Só estou esperando você.
– Ah sim...
– Já está pronta para recomeçar?
Peguei todas as minhas malas e as coloquei em fila, segurei minha bolsa e uma das malas e suspirei, levantei meu rosto e voltei a minha compostura normal.
– Claro. - Sorri.
Desci com as minhas coisas, minha mãe destrancou o carro, eu coloquei uma das minhas malas dentro do porta mala, voltei ao meu quarto para pegar as malas e guarda-las até sobrar apenas uma, subi olhando tudo pela minha casa, fui antes de tudo na sala de estar, lembrei do Natal novamente, as cenas iam e voltavam na minha cabeça, me deu vontade de chorar.
Me segurei, não podia chorar de novo, eu era feliz e não sabia, se eu soubesse que seria assim agiria diferente, foi a partir desse momento que eu mudei totalmente, quis me tornar independete o mais rápido possível, para orgulhar minha mãe e não vê-la sofrer pelo papai, era realmente agoniante.
Esfreguei meus olhos e respirei bem fundo, subi até o meu quarto e o olhei pela última vez, segurei minha mala e a apertei enquanto a segurava, lembrei de tudo que passei aqui e sorri, ouvi a buzina do carro da minha mãe e respirei fundo novamente, desci a escada com tudo e sorrindo até.
Parei em frente a porta de casa e dei adeus.
– Como foi bom morar aqui -coloquei a mão em minha cabeça para poder enxergar melhor por causa da claridade. -, mas chegou a hora de dar bye bye, espero que os próximos moradores possam ser bastantes felizes assim como eu já fui.
Entrei no carro e joguei minha última mala no banco, peguei meu celular na bolsa e mandei uma mensagem pra Clarie dizendo o endereço e tudo mais, peguei meu ipod e coloquei os fones, sorri olhando a paisagem, pelo que minha mãe disse não era tão longe.
Acabei dormindo no carro e quando eu acordei nós já tinhamos chegado.
– Pronto Tay, chegamos!
Autor(a): Teylla
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