Fanfic: Escrava do amor | Tema: Vondy

— Onde esteve? — ele insistiu.

— Numa das ilhas Tenerife. Uns amigos de meus pais emprestaram-nos a casa que têm lá.

— Você viajou com seus pais? Não acredito!

— Por que tanto espanto? — Dulce perguntou.

— Porque você sempre disse que os odiava!

— Nunca disse isso!

— Oh, então ama seus pais, mas gosta de desprezá-los, como tem feito comigo.

— Não é nada disso! Nós apenas... nunca nos entendemos muito bem, mas agora está tudo resolvido.

— Comigo, ou com seus pais?

— Com meus pais! Nunca, nem em um milhão de anos, eu conseguiria me entender com você! E, por favor, diga-me se está falando como meu patrão. Devo responder de outra maneira, se estiver.

Christopher bufou e passou a mão nos cabelos.

— Como vou saber? — indagou. — Sou uma pessoa só, para todos, mas com você tenho de ser duas!

— Que tal falarmos de Zurique? Mais precisamente, do contrato com o sr. Brunner?

— Ah! — Christopher fitou-a. — Não vou pedir desculpas por isso.

— Mandou-me para Zurique para servir aos seus propósitos!?

— Não. Para nós dois ficarmos sozinhos por algum tempo. Achei que poderíamos resolver nossos problemas.

— Em outras palavras, achou que poderia me levar para cama outra vez!

— Oh. claro! — ele concordou, irônico. — Que outra razão eu teria para querer ficar sozinho com você, a não ser levá-la para a cama?

— Meu Deus, Christopher! Você é um canalha! Tramou tudo, apenas para fazer sexo comigo!

— É verdade. Mas a trama foi perda de tempo e esforço, porque bastou que eu a acariciasse para fazê-la perder o controle e cair nos meus braços! Dulce baixou o olhar, envergonhada.

— Como fechou o negócio com o sr. Brunner tão rapidamente? — perguntou.

Christopher deu de ombros, indiferente.

— Minha reunião com Brunner foi marcada antes de eu sair de Londres — contou. — Nós dois conversamos e expusemos nossos pontos de vista durante o jantar, enquanto você gentilmente mantinha o sr. Chávez ocupado!

Dulce ergueu o queixo altivamente e colocou a carta de demissão sobre a mesa.

— Poncho está com medo de aceitar isso, então resolvi entregar a você pessoalmente — declarou. — É minha carta de demissão.

Christopher olhou para o envelope e depois para ela.

— Essa é outra de suas doces maneiras de me dizer que terminamos? — indagou.

— Não se pode terminar o que nunca existiu. Como acabou de me explicar, fui simplesmente usada.

Ele bufou, irritado.       

— Não entendeu que eu estava sendo sarcástico, repetindo o que você insiste em acreditar? — gritou. — Nunca lhe ocorreu Dulce, que não sou eu quem tem uma péssima opinião de você, e sim você mesma?

Ela desviou o olhar.

— Minha carta de demissão Christopher. — Insistiu com firmeza.

— Não aceito.

Dulce virou-se de costas.

— Como ousa demitir-se? — Christopher censurou.

— O que estamos discutindo? Minha saída da empresa ou de sua vida?

— As duas coisas! Ou melhor, nenhuma das duas, já que você não vai sair de lugar nenhum! Esperei por você durante duas semanas infernais! E o que você faz? Entra aqui com sua carta de demissão e uma expressão indignada!

Christopher aproximou-se dela, pegou-a pelos ombros e virou-a.

— Que praga, Dulce! Com você, quando acho que dei um passo à frente, descubro que dei dois para trás!

— Explique a que o leva esse “passo à frente”.

— Me leva a você, será que não vê?

— Não, porque tem um grande obelisco chamado “família” entre nós dois.

— Desculpe pelo que aconteceu no hospital.

— Achei que tinha dito que não ia pedir desculpas — Dulce observou, encarando-o desafiadoramente.

— Não vou pedir desculpas pela negociação com o sr. Brunner, mas peço por Belinda. Tem que entender que ela é uma garota explosiva...

Egoísta, mimada e dona de uma língua ferina, Dulce completou mentalmente, mas guardou seus pensamentos para si.

— Ela sofreu um choque terrível — ele prosseguiu. —Ficou amedrontada e insegura. Disse coisas terríveis a você, mas se arrependeu logo em seguida.

— Que bom. Fico feliz por ela ter reconhecido o erro.

Ou o erro tático, Dulce disse a si mesma.

— Pelo amor de Deus! — Christopher exclamou. — A mãe dela está doente, quase morreu! Não pode mostrar um pouco de compaixão?

— Vai aceitar meu pedido de demissão, se eu demonstrar compaixão? — perguntou.

— Não, não vou aceitar nada!

Com rapidez, Mac abraçou-a e beijou-a com ardor, mas ela se manteve imóvel.

— Beije-me também. Dulce! — ele falou.

Dulce moveu a cabeça, negando.

— Posso forçá-la — ele avisou.— Só preciso fazer isso.

Passou a língua sedutoramente nos lábios dela. Dulce não resistiu e entreabriu-os.

— Renda-se — ele murmurou. — Sabe o que quer.

Não, não sei, ela pensou. Mas sentiu uma onda de prazer, quando as mãos másculas deslizaram até seus quadris. Segurou o colarinho da camisa dele, como se precisasse de apoio para manter-se de pé, então deslizou as mãos pelo peito largo e musculoso.

Christopher gemeu de prazer e puxou-a para si. Como se quisesse puni-lo, Dulce mordeu-lhe a língua. Em vez de protestar contra aquele pequeno gesto, ele riu.

— Atrevida — murmurou, começando a morder levemente o pescoço delicado.

O telefone tocou. Por alguns segundos, nenhum dos dois pareceu ouvir os toques estridentes.

— Atenda — Dulce murmurou por fim.

— Sabe, seus olhos ficam ainda mais verdes quando está excitada.

— Atenda o telefone. Pode ser importante, como Anahí pedindo uns cachos de uva, ou Belinda querendo saber se não há nenhuma mulher aqui.

— Para uma mulher tão linda, você tem uma língua venenosa demais, sabia?

— Cuidado, então.

Dulce beijou-o, passando a língua nos lábios firmes, depois cobriu de beijos o pescoço largo. Christopher nunca resistia, quando ela o provocava daquela maneira.

— Sabe como me deixar louco, não? — ele sussurrou, beijando-a com paixão.

O telefone não parou de tocar, mas eles também não pararam de se beijar. Por fim. Christopher soltou um suspiro irritado, deu dois passos para trás e ergueu o aparelho do gancho.

— O que é? — atendeu.

Dulce sorriu, grata por não ser ela a pessoa do outro lado da linha.

— Oh, Jenson — Christopher falou, desconcertado, sentando-se na borda da mesa. — Obrigado por retornar minha ligação. Não, não está interrompendo nada. Só estou tendo um probleminha com um dos empregados.

Fitou Dulce com um sorriso cúmplice, enquanto ouvia o que o Jenson dizia.

— Não, nada grave. Já está tudo resolvido — garantiu falando com o outro homem.

Dulce foi à janela e olhou para fora, deliciando-se com a vista.

— Ótimo — Christopher disse. — Está tudo certo, então, o primeiro avião e estarei com você às... — Olhou para relógio de pulso. — Lá pelas duas horas, horário de seu horário de seu país?

O primeiro avião?, Dulce repetiu, falando consigo mesma.

Lembrou que Jenson era o diretor da filial dos Uckermann nos Estados Unidos, e concluiu que Christopher viajaria imediatamente para Nova York. Sentiu-se sozinha e frustrada mais uma vez.

— Gosto desse seu vestido — Christopher comentou, ao desligar o telefone. — Você fica muito sensual com ele... Começo a ter idéias não muito apropriadas para um escritório... Poderíamos fazer amor aqui mesmo, Dulce...

— Desculpe, mas decidi que só vou proporcionar esse prazer ao homem com quem me casar — Dulce respondeu, virando-se.

— Ah! Voltamos à batalha, certo? — Christopher encostou-se na mesa e cruzou os braços. — O que aconteceu agora?

Dulce ignorou a pergunta.