Fanfic: Escrava do amor | Tema: Vondy

Mais tarde, depois de dividir um jantar leve com Maite, Dulce ligou a televisão, mas, na verdade, não mostrou nenhum interesse em qualquer programa.

Suspirou diversas vezes, torcendo para que as estranhas sensações que estava experimentando, e que a faziam sentir-se infeliz, passassem logo.

— Vou fazer café — Maite falou, levantando-se. — Quer uma xícara?

— Eu... não, obrigada — respondeu. — Acho que vou dormir...

— Tudo bem — Maite concordou e acompanhou-a com os olhos, quando Dulce ergueu-se do sofá e caminhou para o quarto.

Sabia que a amiga não conseguiria dormir bem, depois dos acontecimentos da noite.

Dulce deitou-se. pensando em Christopher, recordando que o conhecera no escritório de Alfonso em seu segundo dia de trabalho na empresa.

Os dois irmãos estavam rindo, quando ela entrou no escritório de Alfonso. Bastou-lhe olhar para Christopher uma vez, para notar seus cabelos pretos, os lábios sensuais, os olhos acinzentados brilhantes e enigmáticos. Notou também a pele bronzeada, que como ela soube depois, fora resultado das férias que ele passara nas Bahamas, com a filha adolescente.

Alfonso percebeu como Dulce ficou maravilhada com Christopher e apresentou-os com um sorriso meio forçado.

— Nosso presidente, Christopher Uckermann— informou, seco, desconfiando de que perdia mais uma garota para o irmão.

— Dulce Saviñón, minha assistente pessoal.

- Tem o apelido de Candy, ou algo mais exótico, como Coelhinha? — Christopher perguntou, aproximando-se para apertar a mão dela.

— Não! — Dulce exclamou, lutando para manter a compostura, porque o simples toque da mão firme na sua fez seu coração bater acelerado e o corpo aquecer. — Eu não responderia, se alguém me chamasse assim!

— Exceto que esse alguém fosse um amante...

— Nem que fosse um amante — ela negou e desviou o olhar, sentindo as faces em fogo.

— Veremos.

No dia seguinte, Dulce foi trabalhar tão mal-humorada, que seria capaz de brigar com qualquer um que cruzasse seu caminho. Atravessou o vestíbulo do imponente prédio onde localizavam-se os escritórios dos executivos da companhia dos Uckermann pronta para guerrear com quem fosse preciso.

Mas Alfonso era seu alvo principal, já que na noite anterior ele se comportara tão mal quanto Christopher. Ela entrou no elevador e apertou o botão do andar onde ficava seu escritório.

— Emergência! Emergência! — Mitzy gritou ao vê-la. — Alfonso teve de sair para um compromisso inesperado e urgente, em Portsmouth e você tem de ir para Zurique no lugar dele.

— Eu? Mas não tenho autoridade para assinar nenhum contrato em nome dos Uckermann! — Dulce protestou, aturdida.

— Não vai assumir nada, apenas protelar o prazo, até que Alfonso chegue em Zurique.

— Mas isso é loucura! Franc Brunner já estava impaciente na última sexta-feira. Se não assinarmos logo esse contrato, perderemos o cliente.

Mitzy nada disse. Apenas voltou para sua mesa, pegou uma pasta e entregou-a à Dulce.

— Isto é para você — disse. — Tudo relacionado com o negócio está aí. Alfonso falou para você ler e encontrar algo para discutir com o sr. Brunner, ganhando tempo até que ele chegue.

— O que mais Alfonso disse?

— Alfonso disse que o sr. Brunner precisa mais de nós do que nós dele. Adiei a reunião de hoje com o sr. Brunner para amanhã de manhã. Seu vôo sai ao meio-dia, de Heathrow para Zurique.

— Mas... — Dulce tentou argumentar.

— Há um quarto reservado para você em nome da empresa, num melhores hotéis de Zurique — a secretária prosseguiu, ignorando-a. — Terá de se apressar. Volte agora mesmo para casa, faça as malas e corra para o aeroporto.

— Quando foi que Alfonso organizou tudo isso?

— Esta manhã, bem cedo, quando me tirou da cama e me obrigou a estar aqui às seis e meia!

— E o que aconteceu em Portsrnouth? — Dulce perguntou, lembrando-se do jantar que ela e Alfonso teriam com Lou Saies na noite anterior.

— Aparentemente, o sr. Saies teve um problema, e Alfonso seguiu para lá para ver se conseguia ajudar a resolver.

Dulce, muito elegante, usando um tailleur verde, com os longos cabelos loiros soltos, caminhava segura de si pelo aeroporto de Zurique, chamando a atenção dos homens, que a fitavam com admiração. Mas não demonstrava nenhum interesse em flertar. Estava com a mente ocupada, procurando, entre as várias pessoas que seguravam cartazes, à espera de passageiros daquele vôo, o estranho que a levaria ao hotel.

Mitzy dissera que um amigo de Alfonso cuidaria dela e que seria o intérprete, em suas conversa Franc Brunner.

Continuou a procurar o cartaz com seu nome, até que encontrou-o. Caminhou vagarosamente na direção do homem que o segurava, com todos os instintos em alerta.

Alto, corpo atlético, loiro e bonito, recitou para si mesma.

E por sua expressão, sabe muito bem que é um homem atraente.

Ao parar na frente dele, teve seus pensamentos confirmados, pois recebeu um sorriso amplo e sedutor.

— Srta. Saviñón? — ele indagou com um leve e charmoso sotaque alemão. — Meu nome é Christian Chávez e serei sua companhia nos próximos dias aqui em Zurique.

Trocaram um aperto de mãos.

— Sr. Chávez, obrigada por me conceder seu tempo —Dulce agradeceu educadamente.

— Será um prazer. Sabe, Poncho nunca falou que tinha uma assistente tão bonita. O prazer será todo meu, em tê-la como companhia.

Dulce estreitou os olhos e encarou-o com especulação.

Notou que teria problemas com Christian Chávez, se não fosse cuidadosa e se mantivesse sempre atenta.

— Podemos ir?

Christian ofereceu-se para carregar a mala e pegou-a pelo braço, guiando-a até o estacionamento do aeroporto.

O carro dele era um possante BMW branco, que ele dirigiu tranqüilamente pelas ruas da cidade até estacionar perto do hotel.

— Que tal um jantar hoje à noite? — sugeriu. — Talvez, assim, possamos nos conhecer melhor, antes de nos concentrarmos no trabalho.

Dulce queria esquivar-se, achando que ele podia tornar-se um problema. Mas é amigo de Alfonso, e Alfonso é meu patrão, ponderou mentalmente.

— Tenho de ler alguns relatórios — disse.

— Só trabalho, nada de diversão, srta. Saviñón? Tem o resto da tarde para dedicar-se ao trabalho. Será só um jantar, para aliviar a cabeça do trabalho.

— Aceito, sr. Chávez — ela aquiesceu. — Obrigada por me convidar.

— Por favor, me chame de Chris.

— Pode me chamar de Dulce — ela disse, depois de hesitar por alguns segundos.

— As sete e meia?

— Tudo bem.

Depois de acomodada em uma elegante suíte, colocou a maleta preta em cima da mesinha de centro, retirou o contrato e sentou-se num dos sofás, começando a ler o grosso maço de papéis.

Eram quase cinco horas quando resolveu fazer um intervalo. Ligou para o serviço de quarto, pedindo sanduíches de presunto e uma xícara de café. Então, decidiu tomar um banho, para refrescar-se.

Usando um robe branco do hotel e com uma toalha enrolada nos cabelos saiu do banheiro. Foi quando ouviu barulho na sala de estar.

O serviço de quarto, lembrou-se, correndo para lá. Entrou na sala pronta para dizer obrigada, mas espantou-se ao ver Christopher, sentado num dos sofás, parecendo muito à vontade.