Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

—  Como? — Anahí franziu o cenho.

— Você mesma acaba de dizer que não estamos aqui para tratar de problemas pessoais. Portanto, você admite que tem um problema pessoal comigo....Certo?

—  Oh, por favor, já chega dessa conversa sem sentido — ela protestou, exasperada. — Vamos falar do que realmente interessa, ou não?

—  O que a faz acreditar que conseguiremos nos entender no campo profissional, se não conseguimos entrar em acordo no campo pessoal?

O silêncio voltou a cair entre ambos. Mas, dessa vez, foi Anahí quem o quebrou.

— Quando duas pessoas olham para o mesmo pon­to, têm uma grande chance de chegar à compreensão — ela sentenciou. — Portanto, se nos empenharmos em firmar um acordo a respeito de trabalho, talvez consigamos, também...

— Um entendimento pessoal — ele completou, impressionado. — Gostei disso, Anahí Glenn. Mas, ainda assim, não desisti de entender o motivo de sua antipatia gratuita com relação a mim.

Anahí suspirou. Se Alfonso Winston pudesse imaginar o que a trouxera ali... Certamente não es­taria tão intrigado.

— Isso raramente me acontece, sabe? — ele con­fidenciou, inclinando-se em sua direção. — Em geral, consigo uma boa empatia com as pessoas.

Ela assentiu com um gesto de cabeça, contendo a impaciência. E voltou a insistir no assunto:

—  Será que enfim podemos, enfim, falar de trabalho?

— O fato é que uma pessoa não consegue se con­centrar num assunto, se estiver preocupada com ou­tro... Entende?

— Sim — Anahí concordou, um tanto confusa. — Mas o que isso tem a ver com...

— Você mal pode disfarçar a hostilidade que sente por mim — ele a interrompeu. — E enquanto isso acontecer, não terá clareza suficiente para tratarmos de trabalho.

—  Eu desisto. — Anahí levantou-se. Sua to­lerância havia chegado ao fim. Se continuasse ali por mais um minuto, acabaria realmente atirando um vaso ou uma estatueta sobre Alfonso Winston. E isso poria tudo a perder. — Já que não consegui­mos chegar a um acordo, então irei embora.

— Acho que já entendi! — Alfonso ergueu-se, es­talando os dedos.

— Entendeu... o quê? — ela indagou, no auge da confusão.

— Acho que a fiz recordar-se de outra pessoa... talvez de um homem. Devo ser muito parecido com alguém que você detesta, ou que a tenhama­goado terrivelmente.

Boquiaberta, Anahí deixou-se cair novamente na poltrona.

— Bem, quando você parar de me analisar, talvez possamos tentar novamente...

— Desculpe, mas observar as pessoas faz parte do meu trabalho, assim como ocorre com todos os escritores.

—  Mas você não escreve para crianças?

—  Sim, mas nem por isso deixo de fazer uma análise profunda a respeito de meus personagens. Afinal, não se pode mentir para as crianças. Aliás, não se pode mentir para ninguém. A única diferença entre a boa literatura para adultos e a boa literatura para crianças é o vocabulário, o tom das palavras, a cadência...

"Acho que entendi, afinal, por que Helenna se apaixonou por esse homem", Anahí pensou, bai­xando temporariamente a guarda.