Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Não havia dúvidas de que Alfonso era inteligente e perspicaz, além de encantador. Parecia guiar-se por pontos diferentes do da maioria das pessoas. Não falava de coisas práticas, mas de sensações... Não falava de dinheiro, mas de personagens. E, so­bretudo, prezava a sinceridade.

Prezaria mesmo?, Anahí perguntou-se, inva­dida por uma onda de amargura. Se isso fosse ver­dade, ele não teria duvidado da palavra e da honra de Helenna.

Decidida a reerguer a guarda contra Alfonso Winston, ela o encarou. Entretanto, ele voltou a sur­preendê-la, com uma pergunta ainda mais direta:

— Você tem filhos, Anahí Glenn?

—  Creio que esse fato...

— Não é da minha conta — ele completou, com aquele sorriso desarmante. — Você está absoluta­mente certa e, se não quiser, nem precisa responder. Mas acontece que eu gostaria de conhecê-la um pou­co melhor, antes de tratar de negócios.

Estreitando os olhos azuis, Anahí retrucou:

— Tudo o que você precisa saber a meu respeito refere-se unicamente a minha competência e capa­cidade de substituir sua governanta por quinze dias. Fui clara?

— Como a água, Anahí Glenn — ele respon­deu, ainda sorrindo. — Como a srta. Miranda Gladson já deve tê-la informado, minha governanta está de férias. E como tenho de fazer uma turnê, preciso que alguém cuide da casa e de Dougal.

Anahí respirou, aliviada.

—  Enfim chegamos ao ponto — comentou, relaxando.

— Isso mesmo. — Com uma expressão marota, que Anahí não teve tempo de identificar, ele insistiu: — E agora me conte: você tem filhos?

— Alguém já lhe disse que a indiscrição não é de bom-tom, para um escritor ou para qualquer ou­tra pessoa?

— Tudo bem. — Alfonso parecia não se perturbar com nada e isso deixava Anahí terrivelmente incomodada. — Se você tem problemas para tratar desse assunto, não vou forçá-la.

Aquilo era demais! O sangue subiu às faces de Anahí que, furiosa, rebateu:

— Não há problema algum a esse respeito, Alfonso Winston. Apenas, como eu já disse, acho que esse fato não é de sua conta!

—  Se lhe parecesse tão simples, você já teria respondido.

—  Você nunca desiste de uma discussão? — ela o interpelou, no auge da raiva.

— Quase nunca — ele respondeu, com aquela cal­ma exasperante.

— Tenho uma criança — Anahí declarou, por fim, sentindo-se derrotada mais uma vez. Decidida­mente, aquele homem era impossível.

—  Menino ou menina?

— Menino. Trata-se de um bebê de seis meses. — Num tom irônico, Anahí acrescentou: — Tão cedo você não o verá na fila para comprar seus livros, nas tardes de autógrafo.

— Tomara que minhas obras ainda estejam nas bi­bliotecas e livrarias, quando seu filho aprender a ler.

As palavras de Alfonso, pronunciadas num tom de total inocência, desconcertaram Anahí. Aque­le homem era imprevisível, além de encantador, charmoso e obstinado em vencer discussões...

—  Como se chama seu filho? — ele indagou, de súbito.

—  Theo.

—  É um belo nome.

—  Também acho.

Alfonso a fitava com tamanha intensidade, que Anahí enrubesceu. Ali estava aquele homem, de novo, devassando-a em seus mais secretos pensamentos. E como a confirmar suas suspei­tas, perguntou:

— Por acaso eu a faço recordar-se do pai de Theo?