Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

O dia amanheceu radiante. O verão australiano já ia pelo meio. O movi­mento no porto de Melbourne era intenso. Anahí morava num pequeno mas confortável apartamento, próximo a uma praia tranqüila, onde por vezes gos­tava de passear com Theo.

Mas já fazia tempo que não desfrutava esse pra­zer. Desde a morte de Helenna, e mesmo antes, sua vida era uma seqüência de atribulações e desgaste.

Naquela manhã, enquanto se aprontava para seu primeiro dia de trabalho como governanta de Alfonso Winston, Anahí dizia a si mesma que de­veria estar feliz... Afinal, estava começando a rea­lizar o principal objetivo de sua vida: aproximar Theo do pai, ou melhor: fazer com que Alfonso Wins­ton o reconhecesse como filho.

Entretanto, o estado de espírito de Anahí era sombrio. Havia passado uma noite difícil, cheia de sonhos perturbadores, e acordado com péssima disposição.

Felizmente o sorriso com que o pequeno Theo a recebera, ao vê-la aproximar-se do berço, tinha lhe dado um pouco de ânimo.

Agora, o pequeno Theo já estava pronto e ela também.

Para aquele dia, Anahí havia optado por um traje simples, bastante descontraído, como aliás era seu estilo: jeans, camiseta colante de gola em "V" branca e tênis.

Já tinha lavado e secado os cabelos loiros, que lhe caíam abaixo dos ombros. No rosto de traços delicados, nenhuma maquiagem. Apenas um creme hidratante para realçar a maciez da pele, naturalmente corada.

Na bagagem, que Anahí havia arrumado na véspera, haviam dois vestidos sociais, muito elegan­tes, com todos os acessórios relativos. Era bem pro­vável que não precisasse usá-los. Mas se acaso fosse necessário... Bem, ela já estaria prevenida.

Anahí, ao contrário da falecida Helenna, só vestia trajes sociais quando não havia outra opção. No mais, não abria mão do estilo esportivo, que aliás lhe caía muito bem.

— Acho que está tudo pronto — Anahí pensou, em voz alta, parada no meio da pequena sala do apartamento, invadida de súbito por uma sensação de nostalgia.

Caminhou até a janela e debruçou-se no parapeito. Contemplou o mar de águas azuis onde o sol se refletia, o céu límpido e sem nuvens, os pássaros marinhos que davam à manhã um toque de beleza e magia.

Faltavam dez minutos para as oito. O trânsito, porém, já se intensificava nas ave­nidas principais de Melbourne, sobretudo no cen­tro comercial.

Anahí suspirou, enquanto afastava da testa uma mecha de cabelos loiros. Sentia-se prestes a dar um passo definitivo em sua vida.

Estaria sendo exageradamente dramática? Per­guntou-se. Afinal, só ficaria fora durante quinze dias... Duas semanas... Metade de um mês.

Entretanto, tinha a nítida sensação de estar se despedindo daquele apartamento e da vida que até então levara.

"Ando muito frágil e tensa", Anahí concluiu. "Este é o problema."

Não podia se dar ao luxo de fraquejar. Não quando havia tantas coisas importantes em jogo.

O que realmente precisava era encontrar a melhor forma de convencer Alfonso Winston a assumir a paternidade de Theo. Se ele se recusasse, teria de achar um jeito de pressioná-lo... Isso seria muito difícil. Mas Anahí estava disposta a tudo, para alcançar seu objetivo.