Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Nos quinze dias que passaria na casa de Alfonso, acabaria por conhecê-lo melhor. E também por des­cobrir até onde ele havia explorado o talento de He­lenna, que havia lhe dado ideias sobre a criação de um personagem que seria companheiro de aventuras do Ursinho Jimmy. Alfonso teria aproveitado suas sugestões? Teria usado Helenna para conseguir um sucesso ainda maior, entre os leitores infantis?

Nos últimos meses, Anahí acreditava que sim, que Alfonso fizera realmente isso. Mas depois de conhecê-lo pessoalmente, no dia anterior, já não achava tão provável. Afinal, Alfonso parecia ser criativo e talentoso. Certamente não precisava de nin­guém, para criar seus personagens...

De qualquer forma, Anahí estava disposta a esclarecer essa dúvida. E teria tempo de sobra, para tanto.

Era curioso, ela pensou, filosoficamente... Antes de ficar frente a frente com Alfonso Winston, sabia exatamente o que teria a dizer... Quantas vezes não repetira a declaração que faria, tão logo deparasse com ele. Entretanto, as coisas haviam ocorrido de um modo bem diferente do planejado.

Era verdade que aquele homem possuía um ca­risma, uma aura de força e encanto, capaz de im­pressionar qualquer pessoa...

O telefone tocou, interrompendo as divagações de Anahí e fazendo-a estremecer.

— Minha nossa — ela constatou, com desgosto. — Estou com os nervos à flor da pele.

A caminho do telefone, que ficava sobre uma mesinha baixa, ao lado do sofá, Anhahí pensou em não atender a ligação. Já havia deixado uma men­sagem gravada, na secretária eletrônica, informando o número do telefone da casa de Alfonso Winston. Portanto, quem quer que a estivesse procurando, poderia encontrá-la mais tarde.

O fato era que, naquele momento, Anahí não se sentia com a menor disposição para conversar. O telefone tocou pela terceira vez. Na quarta, a secretária eletrônica atenderia. Mas Anahí de súbito resolveu atender.

—  Alô?

—  E você, doçura?

Boquiaberta, ela reconheceu a voz que soava do outro lado da linha. Só havia uma pessoa, no mundo, que costumava chamá-la dessa maneira: seu ex-noivo.

— Richard! — exclamou, espantada. — Aconteceu alguma coisa?

— Não, minha querida... Apenas, acordei com muita saudade e resolvi ligar para dizer alô.

— Alô, Richard — Anahí retrucou, num tom seco. — Bem, agora preciso desligar.

—  Por que tanta pressa? Será que não podemos conversar um pouco?

—  Creio que já não temos nada a nos dizer.

—  Teríamos, se você houvesse mudado de ideia, doçura.

— Mas não mudei! — Anahí quase gritou. Fazendo um intenso esforço para se controlar, acres­centou, num tom mais ameno: — Escute, nós já discutimos muito sobre esse assunto. Não chegamos a conclusão alguma e jamais chegaremos. Portanto, é melhor que cada um cuide de sua própria vida e tente ser feliz, não acha?

Um breve silêncio se fez, do outro lado da linha. E quando Richard voltou a falar, sua voz denunciava um forte ressentimento:

—  Engraçado... Você parece ter se recuperado muito rápido de nosso rompimento. Quanto a mim, fiquei arrasado. Aliás, ainda estou. Na verdade, li­guei justamente para dizer que será muito difícil esquecê-la, querida.

Deixando-se cair no sofá, Anahí argumentou:

— Não se esqueça de que foi você quem fez aquela exigência absurda. Por mim, nós estaríamos juntos até hoje.

—  Não se tratava de uma exigência absurda, como você diz... Mas de uma posição absolutamen­te sensata.

— Para mim, sua atitude tem outros nomes: cruel­dade, frieza e falta de sentimentos.

—  Eu apenas não queria começar uma vida a dois, já com um grande problema.

Naquele momento, Theo começou a choramingar, no quarto. Lançando um olhar apreensivo em dire­ção ao corredor que para lá conduzia, Anahí re­solveu pôr um fim àquela conversa estéril.

—  Sinto muito, Richard, mas o pequeno ser que você chama de um grande problema é, para mim, a razão de estar viva. E agora, se não se importa, vou desligar.

—  Aposto que ele está precisando de você... É isso, não?

—  Exato. Tenha um bom dia, Richard. — E Anahí desligou.