Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Um breve silêncio se fez, do outro lado da linha. E antes que esse silêncio se tornasse por demais constrangedor, Anahí decidiu quebrá-lo:

— Se não se importa, sr. Winston, gostaria de tratar desse assunto pessoalmente, e não através do interfone.

— Oh, claro — ele assentiu, num tom polido. — Perdoe minha distração, sim? Queira entrar, por favor.

—  Obrigada.

Anahí ouviu um zumbido eletrônico. Em se­guida forçou levemente o portão, que cedeu. Depois de abri-lo de par em par, Catherine voltou ao carro, um Escort que deixara estacionado a poucos metros de distância, e sentou-se diante do volante. Acionou o motor e entrou na propriedade, em velocidade bas­tante reduzida.

         O zumbido eletrônico soou novamente, enquanto o portão se  fechava. Era fácil deduzir que a entrada da propriedade era controlada através de um siste­ma de alta tecnologia, munido de sensores. Mas mes­mo assim Anahí sentiu-se incomodada, como se acabasse de penetrar numa prisão, cujas grades se trancavam, mantendo-a prisioneira.

  Esse pensamento sombrio, porém, em nada com­binava com a beleza que a circundava. Assim Anahí pensava, enquanto dirigia por uma alameda estreita, ladeada de belos canteiros de flores. Um pouco mais adiante, havia um bosque de árvores centenárias, onde pássaros cantavam alegremente, como se saudassem a bela tarde de verão.

A alameda conduzia à casa, uma imponente cons­trução de estilo colonial, muito bem conservada. Ti­nha paredes brancas e janelas azuis, com floreiras cheias de gerânios, que emprestavam um toque de leveza e graça à severidade do estilo.

Anahí parou próximo à varanda da casa, sal­tou do carro e preparou-se para a dura batalha que a aguardava.

Um movimento à esquerda chamou-lhe a atenção. Virando-se, ela deparou com um cão imenso, de lon­gos pelos cor de caramelo, que se aproximava cor­rendo, latindo de maneira ameaçadora.

— Minha nossa!—Anahí exclamou, empalidecendo.

Mas não havia tempo sequer para ficar assustada.

O cão se aproximava velozmente.

"Preciso agir, antes que seja tarde demais", Anahí pensou, aflita.

E foi o que fez: entrou no carro, bateu a porta e fechou a janela, um momento antes que o animal a alcançasse.

Com os olhos azuis arregalados numa expressão de espanto e medo, ela observou as enormes patas do cachorro, que arranhava o vidro da janela, en­quanto continuava a latir.

— Dougal! — uma voz enérgica soou, elevando-se acima dos latidos.

Voltando o rosto, Anahí avistou um homem alto e elegante, que se aproximava.

—  Já chega, rapaz — ele ordenou ao cão, num tom carinhoso, mas firme. — Está tudo bem.

Imediatamente, o animal se acalmou. Sentou-se sobre as patas traseiras e continuou observando Anahí, com uma expressão atenta.

Ela respirou aliviada, mas nem por isso menos furiosa.

"Se as pessoas querem ter um cachorro, tudo bem, estão em seu pleno direito", pensou, indignada. "Mas deixar que o animal ameace a segurança dos ou­tros... é no mínimo imperdoável".

O momento não era adequado, a divagações, Anahí disse a si mesma. Afinal, viera até ali para tratar de um assunto muito mais importante...