Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Ao transpor os portões da propriedade de Alfonso Winston, Anahí expe­rimentou um inexplicável sentimento de bem-estar.

"Que absurdo", pensou, confusa.

A palavra bem-estar era a última que ela esco­lheria, para definir o que a proximidade com o mun­do de Alfonso Winston lhe causava.

Era verdade que o local, muito bem cuidado e florido, com a bela casa colonial erguendo-se, sobe­rana, no centro, causava impressão. Mais que isso: agradava aos olhos.

Alfonso soubera respeitar a mãe-natureza, Anahí constatou, admirando o bosque centenário que circun­dava a propriedade, parecendo acolhê-la num abraço... Nos canteiros, flores multicoloridas ofereciam o néctar aos beija-flores.

Nas copas das árvores, pássaros cantavam como se saudassem a bela manhã de verão.

Era impossível negar que a harmonia reinava na­quele local. Anahí, que sempre fora uma ardo­rosa amante da natureza, não podia deixar de se sentir praticamente em casa... Embora os motivos que a haviam trazido até ali fossem bastante graves.

Por um momento, Anahí permitiu-se imaginar como se sentiria, se não houvesse um passado entre ela e Alfonso, ou melhor: entre Helenna, Theo e Alfonso.

Se estivesse ali apenas para trabalhar, tempora­riamente, como governanta de Alfonso Winston, te­ria todo o direito de experimentar aquela doce sen­sação de paz e bem-estar.

Rindo de si mesma, Anahí meneou a cabeça. Se não fosse por Theo e Helenna, ela jamais teria conhecido Alfonso Winston. Era tolice fazer suposi­ções daquele tipo.

O cachorro Dougal veio correndo, dos fundos da propriedade, para saudar Anahí. Seus latidos fortes já não a assustavam.

— Como vai, rapaz? — Ela sorriu para o animal, que corria ao lado do Escort. — Agora, que já nos conhecemos, não tenho mais medo de você.

Anahí estacionou o veículo em frente à va­randa, onde Alfonso já a esperava. Ao vê-la, apro­ximou-se com aquele sorriso que espalhava lumino­sidade ao redor.

Estava usando calça bege, mocassins e camisa branca, cujos botões entreabertos deixavam à mostra uma parte do tórax musculoso.

—  Bom dia—ele saudou Anahí, num tom jovial.

— Bom dia — ela respondeu, polidamente, en­quanto saltava do veículo. Tinha prometido a si mes­ma que manteria uma postura severa e distante, perante aquele homem.

Mas como cumprir essa determinação, se Dougal quase a derrubou, ao recebê-la? Erguendo as patas dianteiras, colocou-as à altura dos ombros de Anahí, fazendo-a perder o equi­líbrio. E por pouco não lambeu-lhe o rosto, naquela demonstração de carinho, tão própria dos cães.

— Ei, vá com calma! — Anahí exclamou, di­vertida. — Adoro ser bem recebida, mas também não é preciso exagerar.

— Dougal, se você quer fazer amizade, seja menos afoito — Alfonso recomendou, no mesmo tom.

O enorme cão, porém, parecia pouco ligar para os conselhos dos humanos. Correndo em torno de Anahí, fazia-lhe festas e latia alegremente.

—  As vezes penso que Dougal não tem ideia do quanto é grande — Alfonso comentou. — Acho que ainda se julga um filhote.

— É bem possível — Anahí concordou, olhan­do afetuosamente para o animal. — De qualquer forma, ele é um amor.

— Pode ser, mas há certos momentos em que me faz perder a paciência. Ainda outro dia, eu estava de saída para dar uma palestra, usando meu melhor terno. E adivinhe o que Dougal fez?

— Exatamente a mesma coisa que acaba de fazer comigo?

— Sim. Com o agravante de que estava chovendo e, portanto, você pode imaginar o estado das patas de Dougal...

Ambos riram. E Anahí concluiu, resignada, que sua promessa de manter-se muito séria e dis­tante, ao menos por enquanto, estava suspensa.