Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

"Droga", pensou, irritada consigo mesma. "Comecei mal. Mas ainda está em tempo de corrigir certas coisas." Tomando uma súbita decisão, disse com firmeza: —- Segure Theo, enquanto levo as coisas para den­tro, sim?

—  Não seria melhor se fizéssemos o contrário? Eu carregarei sua bagagem, enquanto você...

Antes que Alfonso terminasse a frase, Anahí colocou o bebê em seus braços:

— Bem, deixe-me apresentá-los. Theo, este é Alfonso Winston... Alfonso, este é Theo Glenn MacAl-lister, o maior tesouro que possuo, neste mundo.

—  Espere um momento...

Ignorando as palavras e a expressão atônita de Alfonso, ela abriu o porta-malas do Escort e retirou duas valises.

— Com licença — disse, de passagem, dirigindo-se ao interior da casa.

—  Eu não sei como segurar um bebê — Alfonso protestou, aflito.

Anahí voltou sobre os próprios passos, para recomendar:

— Não se preocupe. Tente aconchegá-lo nos braços e abra seu coração para ele. Este é o segredo.

Desajeitadamente, Alfonso tentou acomodar me­lhor o bebê, aconchegando-o contra o peito.

— Viu? — disse Anahí, lutando para não de­monstrar a emoção que aquela cena lhe causava. — Não é tão difícil assim.

— Muito mais do que você pensa. — Foi a resposta tensa de Alfonso.

Mas Alfonso já havia se afastado.

A sós com o bebê, Alfonso sentiu-se invadido por um misto de ternura e angústia... Ternura, porque era impossível não se comover com aquele ser tão puro e encantador. E angústia porque o bebê o fazia lembrar-se de sua terrível limitação.

Na noite anterior, ao refletir sobre a perspectiva de ter Anahí Glenn trabalhando em sua casa, Alfonso havia considerado seriamente o fato de ela possuir um bebê... E acabara concluindo que poderia lidar com essa realidade, sem grandes problemas. Afinal, era um homem maduro e sensato. O fato de não poder desfrutar a felicidade de ser pai deixara-o arrasado, por um longo tempo. Mas Alfonso acabara aceitando a realidade, já que não havia outra opção. A princípio, logo depois que a ex-esposa o infor­mara de que ele era estéril, Alfonso sentia-se mal quando via casais com bebês, nas praças, shoppings ou qualquer outro local.

Depois, reagira do mesmo modo com relação às crianças em geral. Bastava vê-las brincando ou cor­rendo, nos saguões das livrarias onde promovia o lan­çamento de seus livros, para que Alfonso pensasse: "Escrevo para crianças. Entretanto, jamais conse­guirei compreendê-las a fundo, já que nunca serei pai..." Essa fase fora a mais difícil de superar, mas Alfonso enfim conseguira.

Julgava-se curado daquele trauma e por isso havia encarado, com naturalidade, a presença de um bebê em sua casa.

Agora, porém, compreendia que não estava tão bem preparado quanto imaginara.

A aflição de Alfonso tornou-se ainda maior, quan­do o bebê começou a choramingar.

— Calma. — Ele sorriu para aquele rostinho angelical, que causava-lhe tanta emoção. — Sua ma­mãe voltará num instante.

De fato, Anahí retornou logo depois. Lançando um olhar rápido a Alfonso, acariciou os cabelos do bebê e caminhou em direção ao carro.