Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Dougal, incrivelmente calmo, observava a movi­mentação, sentado sobre as patas traseiras.

Anahí pegou uma bolsa a tiracolo, pendurou-a no ombro e depois retirou uma caixa grande, de papelão, do banco traseiro.

—  Tem certeza de que não quer que eu cuide disso? — Alfonso perguntou, mal disfarçando a agi­tação que o dominava.

— Fique tranqüilo — ela respondeu, sem sequer olhá-lo. — Posso muito bem dar conta dessa tarefa.

—  Não duvido, mas...

Antes que Alfonso terminasse a frase, Anahí já havia entrado novamente na casa.

— Acho que teremos de nos virar sozinhos — ele disse a Theo, num tom carregado de carinho. — Espero que meu colo não seja muito incômodo.

O bebê então sorriu. E Alfonso foi invadido por uma onda de alegria. Já experimentara um senti­mento semelhante, com os sobrinhos. Mas nunca de maneira tão intensa.

— Estamos começando a nos entender, afinal — ele concluiu, sorrindo de volta para Theo, que àquela altura já estava interessado em outra novidade... Tinha acabado de descobrir os botões da camisa de Alfonso e brincava com eles.

O primeiro botão, particularmente, parecia cha­mar-lhe mais a atenção. Inclinando-se, o bebê tentou abocanhá-lo.

—  Acho que isso não é lá muito saboroso, meu bem — disse Alfonso, divertido. — Se tiver um pou­quinho de paciência, sua mãe daqui a pouco prepa­rará um mingau bem gostoso... O que me diz?

— Gu... — o bebê balbuciou. Num impulso, Alfonso beijou-lhe os cabelos encaracolados e negros:

—  Isso significa que está concordando ou discor­dando de mim?

—  Hum... — Theo dessa vez tentava arrancar o botão.

— Que tal este brinquedo? — Alfonso tirou um chaveiro do bolso e entregou-o ao bebê. — Não é bem mais interessante?

Imediatamente, Theo desistiu do botão e pegou o chaveiro, com ambas as mãozinhas. O barulho das chaves, bem como um ursinho amarelo, de feltro, cativou-lhe a atenção.

— Este é o Ursinho Jimmy, herói de meus últimos livros — disse Alfonso, acariciando o rostinho do bebê. — Ele tem um amiguinho inseparável, sabe? Alfonso ia dizer algo mais. Porém, sua voz falhou. E quando ele finalmente pôde falar, foi apenas para fazer uma confissão:

— Desculpe, querido. Você com certeza não en­tende por que estou me comportando desta forma patética, não é mesmo? O fato é que você me lembra alguém... —E fitando aquele pequenino ser no fundo dos olhos verdes, concluiu: — Você me lembra exa­tamente o filho que eu gostaria de ter.

Theo parou de brincar com o chaveiro e susten­tou-lhe o olhar.

"Devo estar delirando", Alfonso pensou. "Tenho a nítida impressão de que este bebê me compreende. Mas isso, naturalmente, é um grande absurdo. A imaginação está me pregando peças."