Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Anahí acabou demorando quase meia hora, para terminar a arrumação. No bercinho, Theo con­tinuava entretido com seu brinquedo. Anahí to­mou-o no colo e ajeitou-o, delicadamente, no carrinho.

—  Vamos dar um pequenino passeio, meu anjo — disse, carinhosamente, acariciando os cabelos ne­gros e encaracolados do bebê.

Pouco depois, ela parava à porta da biblioteca. Bateu levemente e aguardou.

Alfonso atendeu em poucos instantes.

Ao vê-lo, Theo deixou o brinquedo de lado e ergueu os bracinhos.

— O que ele quer? — Alfonso perguntou, confuso.

—  Ora, não me diga que ainda não percebeu...

—  Devo pegá-lo no colo?

—  Se você quiser...

— Mas não sei como tirá-lo do carrinho. Afinal, ele está deitado... Tenho medo de não pegá-lo cor­retamente e causar-lhe um torcicolo, ou um mau jeito na coluna.

—  Não se preocupe — Anahí tranqüilizou-o. — Os bebês não são tão tensos quanto os adultos. Portanto, acho quase impossível que você consiga provocar-lhe algum dano.

—  Mas...

—  Gah... — disse o bebê, agitando as perninhas.

— Veja só... — Anahí sorriu. — Ele está co­meçando a ficar impaciente.

— Oh, Deus. — Inclinando-se, Alfonso procurava a melhor forma de tirar o pequeno Theo do carrinho. Ensaiava vários gestos, com um embaraço crescente.

—  Coragem — Alfonso o estimulou.

—  O problema é que...

—  Você é muito inseguro, com relação a bebês — ela completou.

Alfonso fitou-a com um misto de espanto e mágoa:

—  Está assim tão evidente? — perguntou, engo­lindo em seco.

— Sim — Anahí respondeu, pensando que se Alfonso Winston houvesse assumido a paternidade de seu filho, teria poupado muitos sofrimentos a Helenna, além de aprender a lidar com bebês. — Seja mais confiante.

— Vou tentar. — Tomando fôlego, Alfonso pegou Theo nos braços, com gestos firmes, embora um tanto tensos.

—  Está vendo? — disse Anahí. — Não é tão difícil assim.

— Muito mais do que você pensa — Alfonso sen­tenciou. — A propósito, é a segunda vez que você diz isso, hoje.

— Por que acha tão difícil relacionar-se com Theo? Você não gosta de bebês?

— Adoro — ele respondeu, desviando o rosto, para que Anahí não presenciasse a amargura ali estampada.

O pequeno Theo tocou-lhe a face com a mãozinha, num gesto que sugeria uma carícia.

O coração de Alfonso derreteu-se, como neve ao sol.

— Este bebê é tão diferente dos outros...

— Por que diz isso? — Anahí indagou, curiosa.

— Não sei. Mas há momentos em que tenho a impressão de que já nos conhecemos, ou de que te­mos uma ligação muito forte.

O coração de Anahí bateu acelerado, diante da­quela declaração. E, por um instante, ela se perguntou se haveria chegado a hora de revelar a verdade.

Mas como faria isso, tensa daquele jeito? Sua pul­sação estava tão forte, que ela mal conseguia respirar.

— Mas claro que tudo não passa de impressão. — A voz de Alfonso interrompeu-lhe os pensamentos.

— Afinal, nunca vi Theo, ou você, antes. — E como se refletisse em voz alta, acrescentou: — Acontece que geralmente considero os fatos muito mais pelo lado emocional do que pelo racional. Por isso sinto-me tão impressionado com Theo...

"Será que ele não percebe o óbvio?", Anahí pen­sou. "Às vezes as pessoas consideram as possibilidades mais remotas, esquecendo-se da que está diante de seus olhos. Se Alfonso Winston, ao menos por um mo­mento, observasse atentamente Theo, entenderia o mo­tivo dessa... nítida impressão, como ele mesmo diz."