Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

— Entre — Alfonso convidou-a. — E, por favor, feche a porta, sim?

Anahí assentiu com um gesto de cabeça. Mo­mentos depois, sentava-se diante de uma antiga mesa de mogno, muito bem conservada. Acomodado numa cadeira, do outro lado do móvel, Alfonso man­tinha Theo aconchegado em seus braços.

Anahí havia trazido o carrinho, colocando-o ao lado da mesa, que certamente datava do período colonial, como a casa. Aliás, todos os móveis da bi­blioteca obedeciam ao mesmo estilo.

— Esta dependência da casa é bem diferente das outras — Alfonso comentou.

—  Era exatamente nisto que eu estava pensando.

— Fiz questão de mantê-la como era, no tempo em que meu pai vivia.

— Pa... — Theo repetiu, rindo. — Pa... Surpresa, Anahí sorriu para o bebê:

— Você está tentando dizer papai, meu anjo? Não acha que é um pouco cedo, para isso?

— O pai de Theo... costuma vê-lo? — Alfonso in­dagou, relutante.

— O pai de Theo não sabe, ou não quer saber, de sua existência — Anahí respondeu, aspera­mente. — E agora, se não se importa, gostaria de falar de trabalho.

—  Certo. — Alfonso sorriu, antes de anunciar:

—  Você está despedida.

— O quê? — ela reagiu, chocada. — Você não pode estar falando sério...

— Despedida... — Alfonso repetiu — como gover­nanta. E contratada, como consultora de informática.

— Com ar maroto, indagou: — Eu a assustei, não foi? Anahí respirou, aliviada. Mas franziu o cenho, ao dizer:

—  Não achei a menor graça na piada.

—  Nem precisava dizer...

—  Vamos falar a sério, agora?

—  Sim. — Com ar pensativo, ele comentou: — A velha antipatia está de volta, não?

—  Como assim?

— Aquela antipatia incontrolável que desperto em você...

—  Se não se importa, prefiro não falar disso — Anahí o interrompeu. Fitando-o com severidade, perguntou: — Será que enfim podemos conversar sobre o que realmente interessa?

—  Claro. — Alfonso assentiu, com um suspiro. — Vamos lá. Acho que sua amiga Miranda já lhe contou que...

—  Já — Anahí tornou a intérrompê-lo.

—  Ela lhe falou, também, sobre o salário?

—  Sim.

—  E o que você achou da proposta que fiz?

— O que posso achar? Você está pagando muito acima do preço de mercado.

—  Isso quer dizer que aceita?

—  Em termos... sim.

—  O que quer dizer com... em termos?

— É que antes de dar uma resposta definitiva preciso saber o que, exatamente, deverei fazer. Você está com problemas no sistema de computação? Seu equipamento encontra-se em boas condições? Além do mais...

—  Calma — Alfonso apartou, sorrindo. — Uma questão de cada vez, por favor.

— Costumo fazer essas perguntas a meus clientes. E eles, em geral, conseguem respondê-las sem gran­des embaraços.

—  Isso, porque só ligam para você quando têm um problema em mãos.

—   E não é este o seu caso?

— Na verdade... — Alfonso levantou-se cuidadosamente, aconchegando o pequeno Theo contra o pei­to — tenho uma série de problemas. E, se me permite ser ainda mais franco, estou atolado neles.

—  Explique-se melhor, por favor.

—  Venha e eu lhe mostrarei.

Empurrando o carrinho de Theo, Anahí seguiu Alfonso para fora da biblioteca, até o corredor. E dali em direção a um grande aposento, que ficava no início do corredor, próximo à escada.