Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Havia chegado a hora pela qual tanto esperara, ela decidiu. Passou a mão pelos cabelos loiros, ajeitando-os. Ergueu o queixo, assumiu uma expressão altiva, mirou-se de relance no espelho retrovisor e, abrindo a porta do carro, saltou.

Bastou um rápido olhar na direção do homem que a observava, para que Anahí constatasse que ele era, realmente, Alfonso Winston, famoso escritor de livros infantis, cuja foto figurava nas capas de seus livros e suplementos literários de jornais.

Tal como aparecia nos retratos, Alfonso Winston ti­nha um olhar penetrante e um rosto de traços perfeitos.

Mas o que as fotos nem sempre mostravam era o carisma, o vigor, uma espécie de aura de poder e encanto que o envolvia. A estatura elevada, o tom bronzeado da pele e a elegância natural faziam de Alfonso Winston o homem mais belo e atraente que Anahí já vira, em toda sua vida.

Ele usava calça caqui, camisa de gola pólo branca e mocassins.

"Seus cabelos são negros e, os olhos, verdes, como os de meu doce Theo", Anahí notou.

A lembrança do sobrinho, um bebê de apenas seis meses, e de sua meio-irmã, falecida um mês após dar à luz, provocou em Anahí uma intensa von­tade de chorar. E ela precisou de um esforço sobre-humano para resistir.

Não podia se dar ao luxo de ceder à angústia. Não agora, não naquele momento crucial, quando era absolutamente necessário agir.

Era isso que Anahí se recomendava, ao encarar Alfonso Winston. Mas, por incrível que pudesse pare­cer, ela começava a se sentir terrivelmente embaraçada. O que era mesmo que deveria dizer àquele homem?

"Sr. Alfonso Winston, meu nome é Anahí Glenn, como já sabe. Vim até aqui para tratar de um assunto que, embora não lhe interesse, é muito importante. Sou tia de um bebê chamado Theo Glenn MacAllister e irmã de Helenna MacAllister. Caso você não saiba, ou não queira saber, Theo é seu filho. Agora, ele está órfão. A propósito, sabe por que Theo se chama Glenn, embora este seja o sobre­nome de meu pai e não do pai de Helenna? Ela fez isso em homenagem a mim. Não é maravilhoso?

Bem, acho que já disse tudo. Gostaria de saber qual será sua atitude, com relação a Theo. Talvez o senhor pudesse ajudá-lo, já que nada mais poderá fazer por minha irmã... É muito tarde, agora, sabe."

Era isso, e muito mais, que deveria dizer àquele homem, Anahí bem o sabia. Entretanto, a voz não lhe obedecia. Parecia prisioneira em sua gar­ganta, embora isso não fizesse o menor sentido. Quantas vezes ela pensara no que diria a Alfonso Winston? Infinitas vezes. Então, por que não falava? Por que não dava vazão, enfim, à revolta acumulada em seu peito ao longo dos últimos meses?

Talvez porque Alfonso fosse muito diferente do que ela imaginara... Não exatamente na aparência, que pouco diferia do escritor que ela vira retratado em tantas revistas e capas de livros. Tratava-se, na ver­dade, de outro fator. Um fator quase impalpável...

Anahí viera até ali, pronta para enfrentar um homem calculista, desprovido de sentimentos. Um homem que tivera coragem de ignorar a gravidez de Helenna e de contribuir, de algum modo, para que ela desistisse de viver.

Entretanto, Alfonso Winston nem longe parecia-se com esse monstro...

Aliás, Monstro era o apelido que Anahí lhe dera, desde que soubera de sua atitude cruel com relação a Helenna. Que não a amasse, bem... era um direito seu. Mas que lhe negasse apoio durante a gra­videz e o parto... era simplesmente imperdoável.

De qualquer forma, Anahí pensou, com amar­gura, Alfonso Winston não fora o primeiro e nem seria o último homem do mundo a agir assim.Tão logo formulou esse pensamento, ela se arre­pendeu. Não era justo generalizar os homens. Havia muitas pessoas de bom caráter e bom coração, in­dependente do sexo...