Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Ela não conseguiu conter uma exclamação de es­panto, quando Alfonso abriu a porta.

—  Este é meu escritório — ele anunciou.

— Parece mais a personificação do caos — Anahí opinou, sem pensar.

— Está assim tão terrível? — Alfonso perguntou, surpreso.

Anahí respondeu com um gesto afirmativo de cabeça. Deixando o carrinho de Theo a um canto, começou a caminhar pelo escritório, com uma ex­pressão crítica.

Havia cadeiras, livros, papéis e disquetes espa­lhados por todos os lados.

O computador, impressora, fax e scanner ficavam sobre uma mesa. Pastas, livros e folhas com anota­ções ocupavam o pouco espaço que sobrava, entre os equipamentos.

Havia mais duas mesas, encostadas a uma parede, repletas de volumes embalados em papéis celofanes.

Anahí aproximou-se e viu que se tratava de um dos livros escritos por Alfonso.

— Vou doá-los a algumas escolas dos bairros mais pobres da cidade, cujos alunos não teriam dinheiro para comprá-los — ele explicou.

— Abrir o mundo da literatura a crianças carentes é um gesto muito louvável — Anahí comentou.  

—  Cada um de nós deve colaborar para que este mundo seja melhor — Alfonso sentenciou. — Como sou escritor, optei por esse caminho. Há dois anos patrocinei, com a ajuda de várias editoras, a for­mação de bibliotecas em escolas para crianças ca­rentes. O projeto deu certo e, agora, é só mantê-lo em andamento. A propósito, você vai encontrar, nos meus arquivos, uma lista com nomes de escritores que doam suas obras, regularmente, a essas biblio­tecas. E também vários colaboradores, que contri­buem para que o número de volumes continue au­mentando, cada vez mais.

Theo remexeu-se, inquieto, no colo de Alfonso. E estendeu os bracinhos para Anahí, que sorriu:

— Até que enfim você sentiu falta de mim... — Com muita delicadeza, e a habilidade adquirida ao longo dos meses, Anahí tomou o bebê nos braços e beijou-o ternamente. Em seguida voltou-se para Alfonso. — Você está tendo problemas com seu computador?

— Sim. Ele vem trabalhando de modo muito lento. Talvez esteja sobrecarregado, devido aos vários pro­gramas que instalei.

—  Podemos ligá-lo?

—  Claro.

Pouco depois, Anahí verificava o sistema uti­lizado por Alfonso. No carrinho, a seu lado, Theo brincava com a baleiazinha de borracha, de que tan­to gostava.

Depois de um exame acurado, ela chegou a uma conclusão:

— Há programas realmente complexos, em seu micro. O Via Voice, por exemplo, ocupa uma boa parte da memória, assim como o Corel Drawn. Mas não é por isso que ele está lento.

—  Então, qual é o motivo?

—  Um milhão de arquivos temporários.

—  Um milhão? — ele repetiu, espantado.

—  Estou exagerando, é lógico. Mas o fato é que há uma grande quantidade de arquivos temporários. Além do mais, a placa de som me parece inadequada. Há outros fatores, também...

—  Vou lhe fazer uma confidência — Alfonso a interrompeu.

—  Sim?

— Não entendo nada de computação. Só aprendi a lidar com esses programas, porque eram necessá­rios a meu trabalho.

—Você cria suas histórias diretamente no computador?

— Às vezes, sim. Há ocasiões em que tenho prazo para entregá-las ao editor e, assim, acabo utili­zando o computador, para poupar tempo. Mas, na verdade, prefiro escrever à mão... Ao menos quan­do estou criando.