Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Isso explicava, em parte, a desordem que reinava no ambiente, Anahí pensou. Havia folhas ma­nuscritas espalhadas por todos os cantos, bem como cadernos espirais, brochuras e cadernetas.

—  Sabe qual é o meu maior desejo? — Alfonso indagou.

—  Nem imagino.

—  Encontrar uma pessoa que ponha ordem neste escritório e, sobretudo, nos arquivos de meu compu­tador. — Fitando-a com intensidade, ele acrescentou: — Acho que esta pessoa é você, Anahí Glenn.

Ela sorriu, entre irônica e lisonjeada.

— Sou uma consultora de informática, lembra-se? Posso trabalhar com razoável eficiência, mas não sei fazer milagres.

— Já entendi. — Alfonso cruzou os braços e sor­riu. — Você está horrorizada com esta bagunça, não é mesmo?

— Horrorizada, exatamente, não. Apenas, não te­nho a menor idéia de por onde começar...

Ele ficou em silêncio, por alguns instantes, antes de dizer:

— Vou lhe contar uma pequena história, que há várias gerações vem sendo passada de pai para filho, em minha família. Quando meu bisavô veio para cá e comprou essas terras, passou várias semanas acampado, pensando em tudo o que teria de fazer: construir uma casa, canalizar a água do rio que corta o bosque nos fundos da propriedade, beneficiar parte da terra... E a certa altura ele confessou, a um amigo que o acompanhava, o quanto estava as­sustado. Disse que simplesmente não sabia por onde começar. Então, seu amigo afirmou:

—  Por qualquer ponto.

Meu avô estranhou a resposta. Mas o homem insistiu:

—  Qualquer ponto pode ser a partida, quando não se sabe ao certo por onde ir. Os homens às vezes tentam desafiar o destino. Planejam, passo a passo, a realização de seus sonhos, como se assim pudessem dominar a realidade, ou se prevenir con­tra quaisquer problemas. Que grande engano... Se você está em meio ao caos, comece a organizá-lo, partindo de qualquer ponto. Se der o primeiro passo com firmeza, boa vontade e decisão, saberá como dar o segundo... E o terceiro... E todos os demais. Quando se quer construir, seja uma casa, ou qual­quer outra coisa, deve-se começar. Depois disso, já não será possível parar... Só mesmo no fim!

—  Sábias palavras — Anahí opinou.

— Será que você poderá aplicá-las a este caos? — Alfonso perguntou, com um gesto amplo, que pa­recia abranger todo o escritório.

—  Dá! — gritou Theo, no carrinho.

—  Está vendo só? — Alfonso sorria. — Ele aprovou a ideia.

Anahí não queria, mas sorriu de volta e indagou:

— Você é sempre assim, tão obstinado em conse­guir o que quer?

— Só quando vale a pena — ele respondeu, de súbito muito sério. — E tenho certeza absoluta de que você é a pessoa ideal, para organizar este escritório.

—  Bem, obrigada pela confiança.

—  Só há um problema...

—  Qual?

—  Não sei se terei tempo de contratar uma go­vernanta, antes de viajar. Pensei em pedir à srta. Miranda Gladson que me arranjasse uma. Só que talvez eu não esteja aqui, para recebê-la.