Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Era verdade que tinha uma irmã, um cunhado e dois sobrinhos, a quem estimava muito. Perdera os pais pouco depois de ingressar na Faculdade de Le­tras da Universidade de Melbourne, muitos anos atrás. Na época, sua irmã, Jéssica, era apenas uma adolescente. Uma tia viera morar com eles, logo após a morte dos pais. Ela faleceria cinco anos depois, deixando um grande vazio no coração de ambos.

Jéssica estava, então, com vinte anos. Ele, com vinte e cinco, tinha acabado de conseguir seu pri­meiro emprego como professor de literatura.

— Alô. — Alguém tocou o ombro de Alfonso. Voltando-se, ele deparou com Sheylla Masterson, relações-públicas da Editora Spring, que publicava suas obras.

—  Que surpresa encontrá-la aqui! — Alfonso exclamou.

— Não se trata de uma coincidência, Poncho. — Inclinando-se em sua direção, ela explicou: — Trago um recado do chefinho.

Alfonso sorriu, enquanto com um gesto convidava Sheylla a sentar-se à mesa.

Chefinho era o modo carinhoso, e a um só tempo divertido, com que Sheylla tratava Jonathan Mac-Culley, editor-chefe da Springs e amigo pessoal de Alfonso.

— Quer beber alguma coisa, antes de meu em­barque? — Alfonso ofereceu.

— Nosso embarque, meu bem — Sheylla o corri­giu, antes de anunciar: — Irei com você até Canberra, onde tenho negócios da editora a tratar. — Num tom confidencial, acrescentou: — Estamos pres­tes a conseguir uma parceria com empresários inte­ressados em incrementar o mercado editorial de lá.

— Nesse caso, desejo-lhe sorte. Você é uma ótima relações-públicas e tenho certeza de que conseguirá firmar bons acordos com eles.

— Deus o ouça, querido. Agora seja um bom me­nino e peça um drinque para mim.

—  O que vai tomar, Sheylla?

—  O de sempre.

Alfonso franziu os olhos, tentando recordar-se da bebida preferida de Sheylla.

— Oh, não me diga que esqueceu, Poncho! — ela o repreendeu, num tom exageradamente dramático, que soava cômico.

—  Desculpe, mas não me recordo.

—  Então, vou lhe dar uma pista: Martíni seco, sem gelo.

Alfonso sorriu:

—  Claro. E sua bebida preferida.

Fazendo um sinal para o garçom, Alfonso pediu o drinque.

—  E você, o que está tomando, querido?

—  Um scotch.

—  Nossa, isso é muito forte, Poncho!

—  Há quem goste... — Alfonso sorveu mais um gole do drinque.

— Vocês, australianos, são todos uns brutos — ela o provocou, em tom de gracejo.

—  E os americanos por acaso são mais gentis? — ele rebateu, fingindo-se ofendido.

—  Sem dúvida alguma!

—  Entretanto, você continua por aqui...

—  Algum dia voltarei para meu país, Poncho.

— Tomara que esse dia demore a chegar — Alfonso sentenciou, num tom amável. — Pois os brutos gostam muito de você, sabia?

—  Ora, você diz isso a todas...

Ambos riram, com a camaradagem desenvolvida ao longo de vários anos de conhecimento.