Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

O vôo partiu com cinco minutos de atraso. A noite descia sobre Melbourne. Já em Canberra, caía uma chuva torrencial. Um representante do clube literário que promo­veria a tarde de autógrafos de Alfonso, no dia se­guinte, o esperava no aeroporto.

Alfonso apresentou-o a Sheylla e ele convidou-os a jantar. Em seguida, acompanhou-os até o hotel onde se hospedariam.

Sheylla já havia reservado uma suíte no mesmo andar onde Alfonso ficaria.

Ambos combinaram de se encontrar dentro de uma hora, no bar do hotel, para tomar um licor, antes de dormir. Afinal, no dia seguinte, teriam pou­co ou nenhum tempo para se ver.

A primeira coisa que Alfonso fez, em sua suíte, foi tirar da mala as roupas que usaria no dia seguinte. Depois tomou uma ducha e, vestindo um roupão atoalhado, sentou-se numa confortável cadeira de balanço, ao lado da cama. Enxugou os cabelos ne­gros, friccionando-os com vigor. Depois, recostando-se na cadeira, fechou os olhos e procurou relaxar. A primeira imagem que lhe veio à mente foi de Anahí. E Alfonso sentiu uma vontade quase irresistível de vê-la... Ou ao menos de ouvi-la.

Tomando uma súbita decisão, levantou-se e ca­minhou até o telefone, que ficava sobre um console. Com uma ansiedade inexplicável, teclou o número de sua casa e aguardou. Escutou a campainha soar várias vezes, sem que ninguém atendesse. Já estava desistindo, quando por fim ouviu a voz sonolenta de Anahí, do outro lado da linha.

—  Alô?

—  Anahí? Você já estava dormindo?

—  Quase... Que horas são?

—  Dez e quinze da noite. — Alfonso sentia-se terrivelmente embaraçado, além de arrependido por ter cedido àquele impulso. — Desculpe-me por im­portuná-la. Liguei apenas para saber como vão a coisas, por aí.

— Tudo bem — ela respondeu, já mais desperta. — E esqueça as desculpas, sim? Afinal, sou uma funcionária nova... E muito natural que você queira saber como estou me saindo.

—  Não foi por isso que telefonei — Alfonso con­fessou, frustrado. -— Apenas desejava saber se você, Theo e Dougal estão bem.

—  Claro que sim. Não se preocupe.

— Eu não estava preocupado — ele afirmou, sen­tindo-se cada vez pior. Como explicar a Anahí que só queria ouvir sua voz? — Na verdade...

Alfonso não completou a frase. De repente, sen­tia-se constrangido, como um adolescente romântico perante a garota mais bonita da classe.

— Dougal está sentindo sua falta. Ficou um bom tempo ganindo, lá na varanda, quando você partiu.

— Ele sempre faz isso. Mas, depois, acaba se acos­tumando com minha ausência.

— Os cachorros são muito sentimentais. Conso­lei-o o quanto pude, mas quem realmente conseguiu animá-lo foi Theo.

—  E mesmo?

—  Sim. Os dois, decididamente, já são grandes amigos.

— Que bom. — Alfonso fez uma pausa. — Fale-me mais de Theo.

Anahí levou alguns momentos para dizer:

— Ele brincou muito com Dougal e ficou sujo como um porquinho. Dei-lhe um bom banho e uma mamadeira. Daí, ele dormiu como um anjo... E assim está, até agora.

—  E quanto a você, Anahí?

— Eu? Bem, já consegui arrumar uma pequenina parte daquele caos que você chama de escritório.

Alfonso suspirou.

— Eu não estava perguntando sobre seu trabalho e sim sobre... você.

— Acho que conseguirei organizar tudo, antes de seu regresso. — Foi a resposta polida e distante de Anahí.