Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Sheylla o esperava a uma mesa de canto, próxima à saída para um terraço que tinha, ao centro, uma piscina.

—  Uma coisa nós, mulheres, temos de reconhe­cer... — ela disse, ao vê-lo. — Os homens são muito mais práticos para se vestir. Também, não preci­sam se maquiar, nem usar cremes para disfarçar as rugas.

— Ora, não exagere. — Alfonso sorriu, enquanto se sentava. — Você ainda não chegou nessa idade, garota.

— Entretanto, há ocasiões em que me sinto, real­mente, muito velha.

—  Ora, que conversa mais boba... Você é uma mulher muito atraente, Sheylla.

—  Sou mesmo? — Ela o fitou com intensidade. — Então, por que você nunca quis nada comigo?

Só então Alfonso percebeu que Sheylla estava al­coolizada. Seus olhos castanhos, um tanto conges­tionados pela bebida, tinham um brilho diferente. E seus gestos eram lentos.

—  Quantos drinques você bebeu, enquanto me esperava? — Alfonso indagou, preocupado.

— Alguns — ela respondeu, dando de ombros. — Mas o que isso importa?

— Muito, é claro. — Tomando-lhe a mão, Alfonso sugeriu: — Que tal se déssemos um passeio ao redor da piscina?

Antes  que Sheylla respondesse,  o garçom se aproximou.

—  Um scotch, por favor — Sheylla pediu.

— Não, obrigado — disse Alfonso, num tom gentil. — Acho que não vou beber nada, agora.

—  Não pedi o drinque para você, querido, e sim para mim — Sheylla explicou, com um sorriso débil.

—  Você está tomando scotch? — Alfonso espan­tou-se. — Pensei que o achasse forte demais. Não me admira que tenha ficado assim.

— Assim... como?

Alfonso lançou um olhar significativo ao garçom, que se afastou gentilmente.

— Você não respondeu minha pergunta — Sheylla protestou.

—  Que pergunta? — Alfonso indagou.

—  Você disse que eu fiquei... assim. O que isso significa, Poncho querido?

— Significa que devemos passear um pouco. Ve­nha. — Levantando-se, Alfonso praticamente arras­tou-a até o terraço. Sheylla andava com passos in­certos e ele enlaçou-a pela cintura, para ampará-la.

—  Aqui há gente demais — Sheylla comentou, aborrecida, a certa altura. — Por que não me leva para um local mais... sossegado?

—  Vamos nos sentar num daqueles bancos? — Alfonso propôs, apontando um local à esquerda, onde havia vários bancos de madeira tosca, em torno de um chafariz.

—  É uma ótima ideia, querido — ela aprovou, aconchegando-se em seu peito.

Alfonso franziu o cenho. Conhecia Sheylla há vá­rios anos e nunca a vira perder o controle daquela maneira. Algo de errado estava acontecendo, disso não restava dúvida.

As suspeitas de Alfonso se confirmaram quando Sheylla, deixando-se cair sobre um banco, começou a chorar baixinho.

—  O que houve, querida? — ele perguntou, penalizado.

Erguendo o rosto, ela sorriu, por entre as lágrimas:

— Você me chamou de... querida? Por favor, faça isso de novo, sim?

Alfonso afastou-lhe os cabelos loiros-platinados, que caíam-lhe na testa. Num tom suave, afirmou:

— Você está muito triste. Se quiser um ombro amigo, para desabafar... aqui estou.

— Neste momento, necessito de mais do que um ombro, Poncho — ela respondeu, fitando-o nos olhos. — Preciso de você.