Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Se ela conseguisse que Alfonso assumisse a pa­ternidade do bebê, se sentiria plenamente realizada. Teria cumprido seu objetivo.

Mas e se Alfonso reagisse mal? E se a tratasse com a mesma rudeza que tratara Helenna?

Anahí não hesitaria em levá-lo a um tribunal de justiça, para exigir um exame de DNA. Mas isso custaria um grande desgaste e sofrimento.

Ela fechou os olhos, por um instante. Detestava admitir, mas o fato era que, naqueles poucos dias, sentia-se muito próxima de Alfonso... A tal ponto, que a ideia de confrontar-se com ele a desagradava profundamente.

"Tomara que possamos nos entender", ela pensou, aconchegando-se sob as cobertas. "Tomara que não seja preciso recorrer à Justiça, para que Alfonso faça o que deve fazer. Assim, será melhor para todos nós." Lá fora, o cão Dougal latiu fortemente. Anahí virou-se para um lado e tentou dor­mir. O relógio de cabeceira marcava duas e vinte da madrugada. Dougal latiu novamente.

Uma brisa fria atravessou a veneziana, fazendo balançar a cortina.

"Parece que enfim teremos chuva", Anahí con­cluiu, virando-se novamente, buscando uma posição cômoda. "Estamos mesmo precisando."

Mas o verão era a estação dos extremos. Como conseqüência do sol inclemente dos dias, as chuvas eram demasiado fortes. Às vezes armavam-se ter­ríveis temporais. E era isso, exatamente, que estava acontecendo naquele instante.

O som de um trovão, ao longe, alertou Anahí da tempestade iminente.

Levantando-se, ela fechou as vidraças da janela, para evitar que a água entrasse no quarto, através das venezianas.

Aproximando-se de uma seteira de vidros multi-coloridos, Anahí viu um raio riscar o céu. — Minha nossa! — exclamou, estremecendo. Sempre tivera um certo temor de tempestades. E o fato de estar sozinha, naquela casa imensa, com o pequeno Theo, parecia-lhe assustador.

Claro que nada de mal poderia acontecer, racio­nalmente falando. Mas e quanto àquele medo inex­plicável que sempre a perseguira, desde a infância?

Os raios e trovões se sucediam. E Theo não tardou a acordar.

— Está tudo bem, querido. — Anahí tomou-o nos braços.

Mas o bebê, assustado com o barulho dos trovões, chorava desconsoladamente.

Cobrindo-o com uma manta, ela o embalou-o por um bom tempo. Mas sabia que Theo não voltaria a dormir, enquanto não cessassem os ruídos da tempestade.

Inquieta demais para permanecer no quarto, Anahí desceu até a sala e acendeu as luminárias que, dispostas ao longo das paredes, lançavam uma iluminação agradável e tênue no ambiente.

Sentou-se numa poltrona e começou a cantar, bai­xinho, para Theo. Sempre fazia isso, quando queria acalmá-lo.

De súbito, ouviu um barulho que a fez levantar-se de um salto.

Lutando para não ceder ao pânico, levou alguns segundos para compreender do que se tratava: assus­tado com a tempestade, Dougal gania e arranhava a porta da casa. Era óbvio que já havia percebido que ela estava na sala e pedia um pouco de aconchego.

— Vá para sua casinha, amigo! — ela ordenou, com a boca colada à porta, para fazer-se ouvir.

O efeito foi totalmente contrário: o cachorro co­meçou a latir e a ganir ainda mais alto, demons­trando toda sua aflição.