Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Compadecida, Anahí resolveu deixá-lo entrar.

Podia muito bem imaginar como Dougal estava se sentindo, exposto àquela terrível tempestade. Era ver­dade que ele bem poderia se refugiar em sua casinha de tijolos. Mas parecia preferir a companhia dos hu­manos, Anahí pensou, enquanto colocava Theo so­bre uma esteira que havia a um canto da sala. Cercando-o com almofadas, Anahí recomendou:

— Espere-me um minutinho, sim? Vou ajudar um amigo em apuros.

O bebê desatou a chorar. Mas Anahí não podia mantê-lo no colo. Naquele canto, ele estaria prote­gido contra o vento que sem dúvida varreria a sala, quando Anahí abrisse a porta.

—  E só por um momento, meu anjo — ela disse a Theo, enquanto se aproximava da porta.

O bebê chorava muito alto. Os trovões continua­vam a soar, lá fora, na noite chuvosa. Dougal gania, desesperado. E Anahí perguntava-se o que mais poderia acontecer...

Quando abriu a porta, deparou com um Dougal encharcado e trêmulo. Afagou-lhe a cabeça e ele aba­nou a cauda, em sinal de agradecimento. Entrou na sala, deitou-se num tapete próximo a uma es­tante, e ali ficou, encolhido como um filhotinho as­sustado, a despeito de seu enorme tamanho.

Theo continuava a chorar. Mas ainda teria de es­perar um pouquinho pela atenção de Anahí, que correu até a despensa, pegou um pano de limpeza e enxugou Dougal vigorosamente.

O grande cão fitou-a, agradecido.

— Bem, parece que você já está devidamente aco­modado — disse Anahí, afastando-se para lavar as mãos.

Quando voltou à sala, deparou com uma cena co­movente: Dougal estava sentado ao lado de Theo, que com o rostinho ainda banhado de lágrimas fi­tava-o atentamente.

Anahí sorriu e aproximou-se. — Parece que teremos de nos apoiar, nessa hora difícil... — Pegando Theo no colo, sentou-se numa grande almofada. Dougal deitou-se ali perto, des­cansando a cabeça sobre as patas dianteiras. A tempestade começava a amainar. Ou era ela quem estava mais calma?, Anahí perguntou-se, acomodando-se melhor, na esteira.

Meia hora se passou. Os raios e trovões soavam mais distantes. A forte ventania havia levado as nuvens carregadas de chuva para outro lugar.

Talvez fosse mais prudente voltar para a cama, Anahí pensou. Mas ela e Theo estavam tão con­fortáveis, ali. E ainda por cima contavam com a companhia do velho Dougal... Theo parecia sonolento.

Com movimentos delicados, para não sobressaltá-lo, Anahí improvisou uma pequena cama, com as almofadas. Esperou que o bebê adormecesse totalmente e acomodou-o a seu lado. Então sentiu os olhos pesados e pensou que não faria mal se cochilasse um pouqui­nho... Só um pouquinho, antes de voltar para o quarto.