Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Alfonso caminhava pela estrada de cascalho que conduzia à propriedade. Decididamente, não estava num momento de sorte.

O avião no qual viera havia tido problemas para aterrissar em Melbourne, devido à forte tempestade que caía.

Alfonso havia deixado seu carro no estacionamen­to do aeroporto. A caminho de casa, porém, o veículo enguiçara. E Alfonso havia feito o resto do trajeto a pé, sob a chuva fina e incômoda.

Para piorar ainda mais a situação, Alfonso havia esquecido o chaveiro no porta-luvas do carro. Só se deu conta disso quando já estava bem perto do por­tão de entrada da propriedade. Assim, teve de voltar sobre os próprios passos, para pegá-las. Pois não queria acordar Anahí, àquela hora da noite... Embora fosse bem provável que ela houvesse des­pertado, com a tempestade.

Agora, porém, que a chuva caía bem mais amena, Anahí devia ter voltado a dormir. E por nada no mundo ele a perturbaria.

Era nisso que Alfonso pensava, enquanto cami­nhava pela estrada de cascalho que conduzia à casa.

Onde estaria Dougal?, perguntou-se.

Com um sorriso, lembrou-se do pânico que o gran­de cão sentia, durante tempestades.

Certamente Dougal estava encolhido, em sua casa, assustado demais para recepcioná-lo, ele concluiu.

Porém, quando Alfonso pisou na varanda, ouviu dois latidos alegres... Que pareciam vir do interior da casa. Ou seria apenas impressão, ele se pergun­tou, girando a chave na fechadura.

Assim que abriu a porta, ganhou uma calorosa recepção de Dougal, que colocou-lhe as patas dian­teiras nos ombros e encostou a grande a cabeça em seu peito.

—  O que está fazendo aqui dentro, amigo? — Só então Alfonso reparou em Anahí e Theo, que dormiam a um canto, na esteira, sobre as almofadas.

— Ora... — sussurrou baixinho, comovido diante da beleza daquela cena.

Deitada de lado, com a longa cabeleira espa­lhando-se sobre uma almofada verde-musgo, Anahí dormia serenamente. A seu lado, o bebê, também adormecido, tinha uma expressão de total placidez. A mão esguia de Anahí segurava, docemente, a mãozinha minúscula de Theo.

Alfonso fechou os olhos por um instante, fotogra­fando na memória e no coração aquele quadro ines­quecível. E, para completá-lo, Dougal voltou a seu lugar, perto da esteira. Espreguiçou-se e deitou, pronto para retomar o sono.

A palavra família delineou-se na mente de Alfonso. Era disso que ele sentia falta: de possuir uma verdadeira família. De chegar em casa e encontrar alguém mais a sua espera, além do velho compa­nheiro Dougal.

Alfonso não saberia dizer por quanto tempo ficou ali, parado, contemplando aquele quadro de incomparável simplicidade e beleza.

A certa altura, Anahí remexeu-se e murmurou algo. Em seguida esticou-se, com a languidez de uma gata, e deitou-se de costas.

Então, um novo sentimento juntou-se à profunda emoção que dominava Alfonso...

Anahí usava uma camisola de malha azul-clara, muito delicada e fina. O decote, um tanto ousado, revelava-lhe parte dos seios pequenos e fir­mes. E como a camisola era curta, deixava-lhe tam­bém as pernas à mostra.

"Pernas esguias, bem torneadas. Seios firmes, apesar da maternidade. E um corpo escultural, que parecia feito especialmente para ser amado", Alfonso pensou, tomado por um misto de ternura e desejo. Era difícil, quase impossível conter o impulso de tomar Anahí nos braços e amá-la longamente, ali mesmo.