Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Dougal continuava sentado perto de Alfonso, que parecia muito distante dali. Seus olhos azuis e lu­minosos tinham uma expressão de infinita tristeza.

— Tome em pequenos goles — Alfonso recomen­dou, oferecendo-lhe o copo de água. — Isso a ajudará a sentir-se melhor.

Ela obedeceu. Devagar, sorveu boa parte do lí­quido e então devolveu o copo a Alfonso.

— Oh, Deus, você está tremendo — ele constatou, penalizado. Deixou o copo sobre o peitoril de uma janela e voltou a observar Anahí, que entregava-se a um pranto silencioso. As lágrimas deixavam-lhe um rastro luminoso no rosto de traços delicados.

Alfonso começava a se desesperar. Sempre se sen­tia assim, quando via alguém chorar. Mas Anahí causava-lhe ainda mais pena.

— Não fique assim — ele pediu, baixinho, puxando-a para si. Aconchegou-a de encontro ao peito, numa tentativa de consolá-la. — Se eu soubesse que ia deixá-la abalada desse jeito, jamais teria mencionado o nome de Helenna...

Anahí soluçou alto. E ele acariciou-lhe os ca­belos ternamente.

—  Foi o pai de Theo quem lhe causou toda essa mágoa, não é mesmo?

Aquilo era demais. Anahí estremeceu, sacu­dida por uma nova crise de choro.

Dizendo-lhe palavras doces, Alfonso tentava con­solá-la. Por fim, murmurou:

— Chore, minha querida, dê vazão a toda essa re­volta. Assim, quem sabe, seu coração ficará aliviado...

Anahí já não o ouvia. O sofrimento ocupava-lhe a mente e o coração.

Amanhecia, em Melbourne. Os pássaros canta­vam, como se saudassem a mãe-natureza.

A chuva da noite anterior deixara as folhagens brilhantes. Da terra, exalava um aroma agradável.

Era verdade que a ventania havia derrubado al­guns galhos de árvores, e despetalado as flores mais frágeis. Mesmo assim, as plantas pareciam gratas à água que viera do céu, alimentando-as e dando continuidade a seu ciclo de vida.

Anahí não saberia dizer por quanto tempo chorou, aconchegada contra aquele peito quente, que parecia protegê-la de todos os males do mundo.

Já Alfonso não tinha ideia de quando o sentimento de ternura e proteção havia se transformado em desejo. Talvez isso houvesse ocorrido no momento em que Anahí tinha parado de chorar... E, en­tretanto, continuara ali, junto dele.

Baixando os olhos, Alfonso contemplou a cabeleira loira de Anahí, que contrastava com o tom bron­zeado de seu peito e a cor branca do roupão que ele usava.

Obedecendo a um impulso irresistível, abraçou-a com força. E então sentiu-lhe os seios pequenos e firmes, os quadris colados aos seus.

O desejo agora o incendiava, com uma força po­derosa, à qual era impossível resistir.

Seu coração saltava no peito, tamanha era a in­tensidade daquela emoção.

Alfonso ergueu o rosto de Anahí e fitou-a no fundo dos olhos azuis. Seria impressão, ou ela tam­bém estava prisioneira do desejo?, Alfonso pergun­tou-se, enquanto aproximava a boca, lentamente, da de Anahí.

A princípio o beijo foi leve, apenas um rápido toque de lábios. Mas aos poucos foi se transformando num contato mais ousado e ardente. As línguas se bus­cavam, ávidas, enviando mensagens que nenhuma palavra poderia traduzir. Os corpos se aproximavam ainda mais, como se quisessem fundir-se num só.

O tempo já não importava. O mundo resumia-se naquele momento sublime. E nada mais contava. Os beijos se repetiam, com uma intensidade crescente.