Fanfic: Um Final Feliz*AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

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Alfonso nem pensara em aceitar o convite, já que não tinha a menor intenção de manter contato com ambos. Mas respondera o cartão, num tom polido e distante, desejando felicidades à ex-esposa. E estava sendo sincero. Pois já não tinha mágoas de Christine.

Alfonso lembrava-se de haver guardado o cartão em algum lugar, no escritório. Teria levado horas para localizá-lo, dias atrás. Mas depois do belo tra­balho que Anahí fizera, organizando todos os seus papéis, ele sabia exatamente onde procurar: numa pasta que trazia uma etiqueta com a palavra correspondência.                

Dentro da pasta, havia outras subdivisões. E uma delas indicava: "cartões de Natal". Ali estava o que Christine lhe enviara.

Alfonso sentou-se à mesa, pegou o telefone e teclou o número ali indicado. Uma voz feminina atendeu, num tom profissionalmente solícito.

—  Residência do dr. Helmut Lewis e senhora...

—  Eu gostaria de falar com Christine, por favor — disse Alfonso, deixando de lado as formalidades.

—  Sinto muito, mas ela está no consultório. O senhor tem o telefone de lá?

—  Não. Mas se a senhorita puder me informar, ficarei muito agradecido.

—  Claro, senhor. Queira anotar, sim?

O que Christine estaria fazendo, no consultório do marido?, Alfonso perguntou-se, depois de desli­gar. Teria abandonado a carreira jornalística, para auxiliá-lo? Era bem pouco provável. Afinal, ela adorava sua profissão.

De qualquer forma, esse assunto não lhe dizia respeito, Alfonso pensou, enquanto ligava para o consultório.

Foi o próprio Helmut Lewis quem atendeu:

—  Consultório médico, boa tarde. Dr. Helmut Le­wis falando.

—  Por favor, eu gostaria de falar com Christine.

—  Quem deseja?

—  Alfonso Winston.

—  Olá, como vai, Alfonso?

—  Bem. E você, Helmut?

—  Levando a vida, como se costuma dizer.

O clima entre ambos era formal e, obviamente, um tanto constrangedor.

— Você não teve sorte — disse Helmut. — Chris­tine acabou de sair, acho que não faz nem dois mi­nutos. Se quiser o celular dela...

— Sim, por favor. — De súbito, ocorreu uma ideia a Alfonso: talvez fosse mais interessante falar com Helmut que, afinal, fora o médico responsável pelos exames de ambos.

—  Queira anotar, sim?

— Acho que não é preciso. Aliás, talvez você seja a pessoa mais indicada para o assunto que tenho a tratar...

— Estou a sua inteira disposição — o outro afirmou. Seria impressão, ou ele parecia um tanto apreen­sivo?, Alfonso perguntou-se.

—  Diga-me, Helmut, você poderia me receber?

—  Hoje?

—  Sim.

—  Espere um momento, por favor. Vou consultar minha agenda.

—  Está bem, eu aguardo.

Passaram-se quase cinco minutos. Alfonso já es­tava ficando impaciente, perguntando-se se não es­taria cometendo uma grande tolice, quando o médico voltou a falar.

— Desculpe a demora. O dia hoje está conturbado. Minha secretária faltou, sabe? Christine veio para cá, me ajudar. Mas teve de ir até a redação do jornal, agora à tarde.

— Compreendo — Afonso afirmou, num tom po­lido. — E então, você poderá me receber?

—  Terei meia hora livre, entre quatro e meia e cinco. Você poderia vir, neste horário?

Alfonso consultou o relógio de pulso. Eram três e vinte.

—  Para mim, está perfeito.

—  Então, ficarei a sua espera. Até daqui a pouco, Alfonso

—  Até...